No caminho dos seus 40 anos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza, de 8 a 10 de dezembro, o 32º Encontro Estadual do movimento em Minas Gerais. O evento será sediado no Acampamento Pátria Livre, em São Joaquim de Bicas, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Ao todo, cerca de 350 delegados, de oito regiões mineiras, participarão do encontro, que terá discussões como desafios para construir a reforma agrária popular, a massificação da luta pela terra e princípios e valores do movimento.
A partir desses debates, o evento visa elaborar um calendário de ações em preparação para o “7º Congresso Nacional do MST: rumo aos 40 anos do Movimento Sem Terra”, que ocorrerá de 15 a 19 de julho de 2024, em Brasília. O Congresso atualizará o projeto político do movimento e definir metas e objetivos para os próximos cinco anos.
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Segundo o integrante da direção estadual do MST Nei Zavaski, algumas das questões fundamentais colocadas hoje e que devem ser discutidas são o combate à fome e às desigualdades, o aquecimento global e a destruição ambiental, além do contexto de ascensão da extrema-direita e das guerras.
Nei destaca que o local onde ocorrerá o Encontro, o município de São Joaquim de Bicas, é simbólico. “O município tem áreas falidas por empresas, além do saque de recursos naturais. São Joaquim de Bicas é formada por essas famílias que estão à margem, excluídas, residindo na periferia da região metropolitana de Belo Horizonte e enfrentam o que há de mais degradante em Minas Gerais: a mineração irresponsável”, analisa.
Em 2019, quando a barragem da Vale rompeu, em Brumadinho, moradores do Acampamento Pátria Livre também foram atingidos, já que a água do Rio Paraopeba, que passa pelo município, foi contaminada pela lama.
Lutar e construir reforma agrária popular
O último Congresso Nacional do MST aconteceu em 2014, com o lema “Lutar e construir Reforma Agrária Popular”. O lema para a próxima edição será definido pela coordenação nacional do movimento em janeiro de 2024.
