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Proseando

Parafraseando a música: Porto Alegre é demais!

'Que contraste tão grande entre aquilo que estava acontecendo e os relatos desgraçados que moldam nossa expectativa'

15.fev.2024 às 21h35
Porto Alegre
Roberto Regensteiner

"Deixamos para trás os pontos de ônibus cobertos da Rua Uruguai e entramos por uma pequena Travessa" - Foto: Alex Rocha/PMPA

Caminhávamos pelo Centro Histórico da cidade de Porto Alegre rumo ao cais da Praça Mauá. Lá embarcaríamos no catamarã rumo a Ilha da Pintada. Deixamos para trás os pontos de ônibus cobertos da rua Uruguai e entramos por uma pequena Travessa.

Íamos proseando entretidos.

Subitamente, entrou-me pelo bolso esquerdo uma mão e um empurrão pelas costas me desequilibrou. Movido a puro reflexo, virei-me a ver quem me empurrava enquanto o cérebro tentava entender o que havia acabado de ocorrer.

:: Lá onde a água é vizinha ::

Na fração de segundo seguinte percebi que acabara de ser assaltado e o larápio fugia em desabalada carreira. Saí atrás dele gritando bem alto e bem claro: “Para aí seu ladrão fela de uma puta… devolve isso aí…”. A companheira em uníssono berrava: ”Ladrããoo! Péga ladrão!” e também corria.

Quinze metros adiante e prestes a virar à esquerda na rua Uruguai em direção à Siqueira Campos, o ladrão olhou para trás. Vislumbrei um bigode numa cara feia, cabelo preto, 25 a 30 anos, bermuda azul, camisa bordô. E que corria muuuito! Ah! Como corria o safado! Dei o meu melhor na corrida atrás dele enquanto gritávamos doidamente pela rua.

Chegando na esquina vi que a distância entre nós triplicara. Com medo de perdê-lo de vista fixei o olho nas costas do cara de pau e ao som dos meus gritos, vi-o dobrar à direita na Siqueira Campos. Com a visão periférica, percebi vários circundantes voltarem-se para ver e tentar entender a situação. Alguns moveram-se em direção ao fugitivo.

Batendo novos recordes na modalidade, cheguei na Siqueira Campos e não o vi mais.

Pela postura e direção do olhar das muitas pessoas que naquele fim de manhã de sábado, pós-carnaval, esperavam nos pontos de ônibus e transitavam pelas lojas, notei que ele adentrara numa travessa à direita. Venci a pequena quadra que me separava da travessa a tempo de vê-lo dobrando a outra esquina com uma larga quadra de vantagem. E, vi, também, que alguém corria atrás dele. E meu ânimo se encheu de esperança. Com o espírito em torvelinho após dezenas de metros bem corridos e melhor gritados, parei e aguardei que minha parceira me alcançasse.

Algo da esperança que senti transpareceu no meu rosto pois um dos senhores que a tudo assistia assim se expressou: “Não adianta correr! É tudo combinado!”, insinuando que o cidadão que eu vira correr atrás do bandido seria, de fato, algum quadrilheiro mancomunado. Algo daquelas palavras me impactou. Minha amiga me alcançou, me tomou pelo braço e retomamos nosso caminho e o folego dando por perdido o dinheiro.

Mal tínhamos dado alguns passos e iniciado o balanço do sucedido e das perdas, quando um jovem barbudo, baixo, moreno, roupa cinza, tênis e mochila pretos, aproximou-se perguntando se nós é que tínhamos sido os assaltados. Diante do aceno afirmativo inquiriu-nos se o bolo de notas de cinco e dez reais que trazia na mão direita era o que nos tinha sido subtraído. Atônito e comovido com a atitude desta pessoa, confirmei que sim e ofereci ao jovem parte do que recuperara.

Imediatamente descartou a oferta com um gesto e poucas e incompreensíveis palavras e, sem mais nada, desapareceu na calçada cheia de gente, deixando-nos ali impactados com sua bravura e desprendimento, na simplicidade de uma justiça que um cidadão presta a outro e que é, ela mesma, sua própria recompensa.

Que contraste tão grande entre tudo aquilo que estava acontecendo e os relatos desgraçados que moldam nossa expectativa! Embasbacados com o que acabáramos de vivenciar retomamos nosso caminho. Passos adiante, ao atravessar a rua Uruguai fomos abordados por um senhorzinho de cabelos bem penteados e bigodes brancos vestindo jaqueta jeans. Nos inquiriu sobre se tínhamos sido nós os assaltados. Ao receber a confirmação entregou-nos uma nota de cinco reais dizendo que o ladrão a deixara cair na fuga.

* Professor e escritor

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato. 


Editado por: Marcelo Ferreira
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