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Início Bem viver Cultura

memória e fé

Celebração a Iemanjá na Ilha de Itaparica resiste ao tempo e vai até 20 de fevereiro na Bahia

Celebração reúne terreiros de candomblé e de culto a egungun num ciclo celebrativo que dura um mês

05.fev.2024 às 11h49
Itaparica (BA)
Alfredo Portugal e Gabriela Amorim

Cortejo para entrega dos presentes de Iemanjá e Oxum na Ilha de Itaparica - Alfredo Portugal

Na ilha de Itaparica, vizinha a Salvador (BA), a festa para Iemanjá se inicia bem antes do 2 de fevereiro e seu ciclo só se encerra no dia 20 de fevereiro. Longe das grandes multidões que inundam o Rio Vermelho todos os anos, a entrega do Presente a Oxum e Iemanjá, em Itaparica, guarda uma tradição longeva, que persiste na memória, na fé e nas mãos de homens e mulheres dos terreiros de candomblé e de egungun.

Na ilha ainda resistem os poucos terreiros no Brasil que seguem o culto aos egunguns. De acordo com a pesquisadora Lara Rosa Meirelles Barros, essa é uma religião afro-brasileira na qual se cultuam, majoritariamente, ancestrais falecidos de homens que foram sacerdotes em vida e se transformaram em babá egum após a morte.

A casa mais antiga de culto a egungun na ilha é o Omo Ilê Agbôula, fundado em 1940 e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2015, mas cujo fundamento remonta a pelos menos 200 anos. Em 20 de janeiro, as mulheres a ladeira de terra que liga o terreiro à praia de Amoreira e entregam as bandeiras de Iemanjá e Oxum aos sacerdotes homens que as ficam no meio do mar.


Presentes são levados ao mar em uma única embarcação / Alfredo Portugal

“A Fincada da Bandeira é um louvor a Oxum e Iemanjá, é uma tradição lá de trás, de outrora. Quando chegamos, já encontramos”, explica Crispim Daniel de Paula Filho, sacerdote do culto a Babá Egun. Ao se apresentar, Crispim faz questão de apresentar junto seus ancestrais, pai, avô, bisavô, que foram alabás no mesmo terreiro, mesma família do fundador da casa, Eduardo Daniel de Paula, e do atual alabá, Balbino Daniel de Paula, primo de Crispim.

Presente de Iemanjá

O culto a egungun é formado majoritariamente por homens, embora haja também mulheres na casa. Como explica Lara Rosa, que escreveu sua dissertação de mestrado sobre o Omo Ilê Agbôula, os homens detêm diversas prerrogativas exclusivas no culto a egungun, mas as mulheres participam de festas, eventos e do processo organizativo da casa.


População da cidade acompanha o cortejo da descida até o mar / Alfredo Portugal

Os presentes ofertados às orixás Iemanjá e Oxum, por exemplo, são confeccionados por mãos femininas. As 41 cestas são levadas no cortejo também por mulheres. Elas são feitas no Ilê Axé Okum Nilê Ayó, sob os olhos e ensinamentos da mestra Eunice, guardiã das memórias ancestrais do terreiro.

Eliana Falayó, também do Ilê Axé Okum Nilê Ayó, conta que os presentes atualmente são confeccionados pela rede de mulheres Omin Oxum, criada para valorizar a potência cultural dos terreiros e encontrar formas alternativas de promover o sustento dessas mulheres.

“A gente entende que esse presente, embora seja ofertado pelos ojés [sacerdotes] dessa nação [de Egungun], eles ofertam para uma energia feminina. Então, nada mais justo que nós mulheres nos debrucemos para a preparação desse presente. Porque é um diálogo que se estabelece com essa energia que é fundamental para a continuidade da vida aqui na Terra, que é a energia de Oxum e de Iemanjá”, explica Eliana.


A confecção das cestas é também um momento de transmissão de saberes entre as diferentes gerações de mulheres / Alfredo Portugal

A feitura dos presentes é realizada em oficinas, que reúnem as mais velhas e as mais novas da casa, bem como diversas crianças. “A preocupação de reunir um grupo, sobretudo as crianças, é de repassar esse saber para que não venha a ser esquecido”, acrescenta.

O objetivo também é que esse saber possa ser utilizado para confecção de adereços, enfeites e artesanatos que sirvam de fonte de renda para as mulheres. “É fazer com que esse saber seja repassado e essas pessoas, que não estão inseridas dentro de um mercado de trabalho digno,  também possam empreender e ter uma renda”, diz Eliana.

Depois de prontas, Eliana explica que as cestas vão para o Omo Ilê Agbôula, onde passam pelo ritual sagrado, no de Ilê Awô, casa do mistério, antes de serem levadas para o mar no final da tarde do dia 2 de fevereiro.


Mãe Eunice, mestra griô, responsável pela guarda e transmissão das memórias e tradições do Ilê Axé Okum Nilê Ayó / Alfredo Portugal

Reverência à natureza e ao feminino

Crispim Daniel de Paula conta que a entrega do Presente é um momento importante da fé e da tradição. “Tem uma importância tamanha, no culto ancestral, porque antes do ancestral vem Orixá. Desde outrora sendo oferecido esse presente em benefício, em proteção do axé, dos filhos, dos netos, dos bisnetos”, diz.

Eliana Falayó acrescenta que todo o ritual é ligado à cosmovisão da criação do universo. “O homem tem a necessidade de equilibrar, de reverenciar essas energias, porque é através dessa energia feminina que nós temos o equilíbrio do mundo”, acredita.


Mulheres confeccionam e carregam os presentes no cortejo até o mar / Alfredo Portugal

Ela conta ainda que, além disso, há ligação histórica e cultural dos sacerdotes e do povo dos terreiros com a natureza. “Antigamente, muitos dos desses ojés eram pescadores. Inclusive, os ancestrais da minha casa, meu avô também era pescador, tinha uma ligação muito forte com as águas. E muitos deles sobreviviam do que o mar dava”, conta.

Assim, um dos motivos da celebração seria agradecer pelo sustento e alimentação de tantas famílias. “Outros [motivos] devem ser do fundamento deles, e eles não revelam, mas certamente também existe a forma de reverenciar essa energia ao feminino, o mundo feminino”, finaliza Eliana.

Editado por: Alfredo Portugal
Tags: 2 de fevereiro
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