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Artigo

Pandemia de covid-19 e catástrofe climática no RS, um paralelo necessário

'Esses atos decorrem de negligências, mas também de atos intencionais, dolosos, de cunho criminoso'

30.maio.2024 às 13h18
Porto Alegre (RS)
Sabrine Tams Gasperin

Bairro Praia do Laranjal, em Pelotas, seguiu alagado quase um mês após as fortes chuvas que atingiram o RS - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Estamos há pouco tempo nos recuperando de um trauma coletivo que foi a pandemia da covid-19. Reestruturando vidas. Recuperando a dignidade do trabalho, a dignidade de habitar, a dignidade de comer, também tocar e sentir, voltar a nos relacionarmos socialmente e com nossos afetos. Esse trauma que essa geração vivenciou é algo sem precedentes, uma crise sanitária a nível mundial com reflexos econômicos e sociais gravíssimos sentidos até hoje.

Vale lembrar que junto à crise sanitária estávamos imersos em uma crise política, institucional, social e econômica severa. Eram camadas e mais camadas de elementos que agravavam a situação. Agora, nessa nova tragédia, muitos de nós ainda não conseguiram reestruturar suas vidas e trabalho.

Muitos de nós entraram em uma situação de superendividamento, que agora, nesta nova catástrofe, será um limitador de reconstrução. E acredito que nunca mais seremos os mesmos.

No episódio da pandemia, os impactos também tiveram recorte de raça e classe. Eu insisto nisso, porque a olho nu, se todos passarem a enxergar verdadeiramente e com honestidade, essa constatação fica evidente e assustadora. Também nesse período tivemos de lidar com situações que inauguraram uma nova forma de agir e existir. Não sabíamos, como civis, lidar com situações de disseminação de vírus, demandas médicas e sanitárias – especialmente porque não tínhamos um Estado preparado para esse tipo de situação, de forma a orientar um protocolo preciso.

Diferente disso, o governo manteve uma postura negacionista, contrariando orientações da ciência organizada internacionalmente para apresentar soluções e meios de preservação das vidas. Foram falas institucionais prestando um desserviço à nação. Vale recordar, fazendo um paralelo ao caso atual de Porto Alegre em relação à inundação, que o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, demorou muito a se pronunciar sobre diversas situações, deixando a população à deriva, em pânico coletivo, sem direcionamento algum. E por que o pronunciamento é importante? Porque as pessoas, apesar de tudo, acreditam na máxima autoridade do município e isso se aplica à máxima autoridade dos estados e da União.

A manifestação de um chefe do Executivo é corretamente entendida pela população como um direcionamento a ser seguido com a expectativa de que seja uma indicação baseada em evidências, estudos e estratégias. Uma orientação tempestiva e segura. Na pandemia e agora nas inundações que assolaram nosso estado, nosso povo sofreu com a desinformação, a subnotificação e o negacionismo da situação catastrófica colocada.

Também na pandemia, muitos de nós compreendiam que a causa de tudo era ação humana direta. Outra metade negou, de modo a dobrar o número de perdas. Não era a natureza cobrando, era consequência propriamente dita do que estamos fazendo. Uma ação leva a outra e o efeito cascata se impõe. 

Nesse caso, a flexibilização de legislações urbanísticas e ambientais também foram determinantes para o estopim da crise sanitária, assim como o alargamento das autorizações de avanço do desmatamento, o assolamento de biomas inteiros, o passe livre à pecuária e a utilização dos recursos ambientais de forma predatória. E as decisões parecem tardar, sempre fora do tempo. “Parecem”, perdoem, é um eufemismo. Em grande medida as determinações são tardias, sempre com viés de interesse privado e de capital estrangeiro.

Sabe a teoria da diferenciação geopolítica do norte e sul global? A história se repete como tragédia.

Todos esses atos decorrem direta ou indiretamente de negligências, mas também de atos intencionais, dolosos, de cunho criminoso, até mesmo a própria ausência de atitude é um dado concreto de um projeto político neoliberal. 

Nesse tempo tivemos de nos apropriar de conceitos, aprender o que significa o sistema de drenagem, o escoamento de uma cidade e a respectiva precarização da engrenagem que serve justamente para resguardo da população. Proteção à vida e a dignidade de viver. Quais as consequências da ausência de manutenção e da ausência de prioridade? Vale dizer, temos legislações urbanísticas, de saneamento e descarte de resíduos sólidos de referência internacional. Alguém consegue justificar a não aplicação? Interpretações deturpadas intencionalmente. Legislações ambientais flexibilizadas, vendidas.

Grande parte dos problemas das cidades não foi a chuva em excesso, foi a ausência de estrutura de contenção. Necessidade já alertada há décadas por pesquisadores, movimentos sociais e organizações em defesa do meio ambiente e da cidade. Foi a ocupação desenfreada do espaço que originalmente era dos cursos dos rios, arroios e lagunas. Será que entendemos o que significa o impacto social de um aterro? O que significa aterrar áreas que originalmente seriam de uma biodiversidade e das próprias águas. Elas estão ocupando o que sempre foi delas.

A manutenção de áreas de risco com habitações precárias é sim consequência de um estado fracassado. De uma política neoliberal criminosa. E fica a pergunta, quem pagará a reestruturação de comunidades inteiras? Quem as coloca em um espaço seguro e com suas relações que mantém uma existência digna. Moradia não é somente uma casa, cimento e engenharia. Moradia é lugar, pertencimento. História. É conexão com o meio. Quem se responsabiliza objetiva e subjetivamente por tudo isso? Sabemos muito bem quem deveria pagar a conta histórica.

* Sabrine Tams Gasperin é advogada, mestre em Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense, doutoranda em Políticas Sociais e Direitos Humanos pela UCPEL e integra o grupo de pesquisa Questão agrária, urbana e ambiental e o Observatório dos Conflitos da Cidade.

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Editado por: Katia Marko
Tags: topico-tragedia-climatica-no-rs
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