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Artigo

A trajetória e a emoção de um voluntário no auxílio às vítimas das enchentes no RS

Corretor de imóveis Paulo Rosa saiu de Brasília e enfrenta maratona no apoio aos desabrigados no RS

27.jun.2024 às 00h00
Atualizado em 28.jun.2024 às 00h00
Porto Alegre (RS)
Eugênio Bortolon

Corretor de imóveis Paulo Rosa saiu de Brasília para atuar como voluntário e apoiar desabrigados no RS - Arquivo pessoal

Paulo Rosa é corretor de imóveis em Brasília. Sabe tudo de negócios de vendas, compras, trocas de casas, apartamentos, lojas e assim por diante. O Rio Grande do Sul sempre foi um estado e uma realidade distantes, nem pensava em vir agora para cá. O voluntariado falou mais alto e ele veio conhecer o território gaúcho, mas não da forma que imaginava. Conhecer cidades da serra, das Missões, algumas praias, Porto Alegre, era só uma perspectiva futura e longínqua. Surpresas e trocas de rumo, porém, acontecem.

Tão logo viu as primeiras imagens da enchente de maio/junho, um forte pressentimento começou a atordoá-lo todas as horas do dia. A primeira atitude que tomou foi arrecadar doações e enviar para o estado. Fez isso em doses bem generosas, mas isso não bastava. “Algo me dizia para ir ajudar ao vivo. Aquilo me deixou zonzo. Minha família achava que era uma loucura, meus parentes ficaram preocupados, mas acho que foi Deus que me trouxe para ajudar as pessoas que estavam sofrendo”, conta.

Foi difícil a vinda. Não tinha passagem, mas isso não o atemorizou. Primeiro, Paulo foi para Campinas (SP), “achava que ficaria mais fácil chegar a Porto Alegre por ali”. A dedução deu errado. A capital gaúcha estava fechada para viagens de qualquer tipo, aeroportos e estradas inacessíveis. Diante do impasse, a ideia foi ir para as rodovias e pedir carona. Deu certo. Foi até Curitiba e de lá, outra carona, para o Rio Grande do Sul. A viagem durou três dias e algumas horas. “Não conhecia nada e nem ninguém para pedir socorro, ajuda, auxílio.”

Por conta própria, com dinheiro do próprio bolso e um reforço de amigos e familiares, foi pedindo informações aqui e ali, parou em uma pousada, utilizou o Airbnb, até a chegada de um anjo da guarda, segundo ele, chamado Bianca, que indicou o abrigo do Grêmio Náutico União da Quintino Bocaiúva, no bairro Auxiliadora, onde ele poderia exercer a razão da sua viagem – o voluntariado, ajudar pessoas e animais a se salvar das águas.


Paulo Rosa trabalhou como voluntário em abrigo, ajudando desabrigados e também animais / Arquivo pessoal

Religioso, acreditando na fé, foi bem acolhido no União e passou a trabalhar com muito entusiasmo por ali, cuidando de pets, depois dos abrigados e, posteriormente, limpando casas nos bairros Humaitá, Sarandi e na Ilha dos Marinheiros. Ainda está fazendo isso. “Impressionante como as pessoas estranham um cara de Brasília vir até aqui ajudar a limpar sua casa. Faço isso com um prazer enorme. Uma alegria especial. Nunca recebi tanto estímulo e carinho das pessoas como nestas zonas alagadas, sujas, destroçadas, e que ainda enfrentam chuvas fortes como foi a da noite de sábado (22)”, relata.

Desde o dia 18 de maio em Porto Alegre, ele só pretende ir embora quando as coisas se acalmarem e a vida por aqui retomar um pouco da rotina. Marquei a data de 5 de julho, “afinal preciso retomar minhas tarefas”. Ele conseguiu permanecer no União, mesmo com o abrigo já desativado. Ganhou um quarto especial no ginásio. Com 33 anos, ele diz que vai fazer desta atitude, em vir ao estado, um marco na sua vida. “Pretendo ir para outros lugares quando a situação exigir.” Ele também projeta o futuro: “Em 2026 quero estudar Direito e desenvolver novas estratégias para ajudar o ser humano”.


O brasiliense Paulo Rosa atuou como voluntário no abrigo do Grêmio Náutico União da Quintino Bocaiúva, no bairro Auxiliadora / Arquivo pessoal

Encontrei Paulo Rosa em uma lavanderia self-service, onde ele lavava roupas e mostrava com orgulho uma calça jeans toda manchada de lama. “Já lavei três vezes, e as manchas não saem. A calça vai ser meu amuleto em futuros voluntariados. Vou mostrar como estive no Rio Grande do Sul auxiliando as pessoas e os animais a se reencontrarem com a vida”.

“Graças a mais de 15 ou 20 mil voluntários o Rio Grande do Sul enfrentou com um pouco mais de dignidade esta tragédia. Todos tiveram e têm a sua parcela de apoio até tudo voltar ao normal”, diz Paulo Rosa.

Chorando, conta que a maior emoção da estadia por aqui foi ver o Brasil se doando para ajudar o Rio Grande do Sul. E ver o amor do gaúcho para com seu estado, para com o seu povo. “O verdadeiro amor eu vi de perto. Amar é uma escolha, e os brasileiros escolheram amar o Rio Grande do Sul.”

* Eugênio Bortolon é jornalista.

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

 

Editado por: Marcelo Ferreira
Tags: direitos humanostopico-tragedia-climatica-no-rs
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