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ARTIGO

O papel dos veículos independentes na cobertura da catástrofe do Rio Grande do Sul

'Que bom termos veículos para trazer à tona fatos que, para as autoridades, deveriam estar convenientemente esquecidos'

30.maio.2024 às 21h04
Porto Alegre
Míriam Santini de Abreu

Veículos independentes estão cumprindo um papel dos mais relevantes na cobertura da catástrofe do RS - Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Veículos independentes como o Sul 21, Brasil de Fato RS, Agência Pública e Intercept Brasil, entre outros, estão cumprindo um papel dos mais relevantes na cobertura da catástrofe do Rio Grande do Sul. Os quatro operam à margem da mídia hegemônica, que se refestela com recursos públicos e faz cada vez menos jornalismo. Os veículos citados trouxeram ao debate fatos ignorados, ocultados ou mal divulgados pela imprensa tradicional, mais preocupada em tentar blindar a incompetência de prefeitos e do governador do estado. Entre esses fatos estão aqueles caros ao jornalismo ambiental.

O Sul21, no dia 6 de maio, na reportagem intitulada “Tragédia histórica expõe o quanto governo Leite ignora alertas e atropela política ambiental”, assinada por Luciano Velleda, detalha as críticas de organizações não-governamentais ao governo do estado em relação às mudanças no Código Estadual do Meio Ambiente e à iniciativas como a construção de barragens em áreas de preservação da natureza.

O Brasil de Fato RS tem publicado várias reportagens a partir da periferia de Porto Alegre, ouvindo populações empobrecidas que perderam o pouco que tinham e enfrentarão dificuldades inimagináveis para recompor o cotidiano. Uma delas foi a reportagem intitulada “Em bairro ‘esquecido’ de Porto Alegre (RS), enchente faz emergir solidariedade”, assinada por Murilo Pajolla e publicada no dia 27 de maio.

Outra reportagem do Brasil de Fato RS, intitulada “Com 180 mil pessoas atingidas pela enchente, Canoas tem atendimento do CRAS interrompido” e assinada por Clara Aguiar em 21 de maio, repercutiu e serviu de base para denúncia junto ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS). A repórter, em sua conta na rede social Instagram (@clguiar), avalia a repercussão do relato sobre as dificuldades enfrentadas pelas famílias vítimas da enchente ao tentarem se cadastrar no CadÚnico em Canoas, município vizinho de Porto Alegre. O cadastramento é essencial para que pessoas atingidas possam ter acesso aos benefícios do governo estadual e federal. “O jornalismo de impacto desempenha um papel crucial especialmente nesse momento em que milhares de vítimas da enchente buscam auxílio e informações confiáveis”, comenta Clara Aguiar na postagem.

Com o título “O passo-a-passo da inoperância no RS, segundo um dos responsáveis por alertar as autoridades”, o Intercept Brasil divulgou reportagem assinada por Paulo Motoryn e Marcelo Soares no dia 15 de maio revelando grave conflito de interesses: uma das empresas responsáveis pela manutenção do sistema de contenção de inundações de Porto Alegre tem, entre seus sócios, um ex-funcionário da prefeitura que, por dois anos, foi o responsável por sua fiscalização.

No dia 22 de maio, a Agência Pública divulgou a reportagem intitulada “Militares e políticos sem experiência estão à frente da Defesa Civil em cidades do RS” , assinada por Rafael Oliveira, tendo, para isso, analisado o orçamento empenhado para a Defesa Civil por esses municípios e pelo estado nos últimos três anos. Os dados foram extraídos diretamente do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), abastecido pelos próprios governos estaduais e municipais.

As reportagens mencionadas são exemplos do conjunto da cobertura dos quatro veículos, que disponibilizam, em suas páginas, outros textos tão significativos quanto os acima citados. A designação de imprensa/jornalismo tradicional, também chamada de convencional, faz referência aos grupos e empresas controladoras do setor no Brasil. Sobre o jornalismo independente, há inúmeras pesquisas que investigam o tema, sendo uma delas o trabalho de M. Silva (2017), que mapeia 30 iniciativas criadas entre 2013 e 2015 no Brasil, por ela denominadas novas experiências de jornalismo. Segundo a autora, as expressões geralmente aplicadas a esse tipo de iniciativa – jornalismo independente, jornalismo alternativo, mídia radical, mídia contra-hegemônica – não dão conta de toda a variedade de propostas que compõem tais iniciativas.

Este artigo toma o papel da imprensa tradicional/hegemônica como o de manutenção da ordem social e, em contrapartida, o da imprensa independente/alternativa/contra-hegemônica como o de crítica a esta ordem para a construção de outro modo de organização social. Os quatro veículos citados, em maior ou menor grau, explicitam essa perspectiva, e de forma concreta trazem ao fazer e ao discurso jornalístico um conjunto de temas, pontos de vista e fontes invisibilizadas ou negligenciadas no debate público.

Nesta direção, prestam-se ao exercício do direito à fala e à escrita muitas vezes proscrita na imprensa tradicional. Idealizador da ideia do direito à cidade, Henri Lefebvre, em artigo no livro “Du Contrat de Citoyenneté”, publicado em 1990, lista o que nomeia como “Os novos direitos do cidadão”. Entre eles estão o direito à informação e o direito à expressão. Diz Lefebvre que um cidadão não deve nem pode ficar calado sobre o que o preocupa e que lhe diz respeito, mesmo que apenas indiretamente: “Isso é muito: todos os assuntos da sociedade preocupam todos os membros. Daí o direito de refletir, de falar, de escrever” (LEFEBVRE, 1990. p. 34).

É possível afirmar que no nascedouro da catástrofe que se abate sobre o Rio Grande do Sul estão também esses direitos sufocados ou mal-ouvidos pelas autoridades hoje apressadas em se livrar de sua cota de responsabilidade. Que bom termos veículos como os quatro citados, entre outros, para trazer à tona fatos que, para essas autoridades, deveriam estar convenientemente esquecidos. Sobrevivem a duras penas e fazem jornalismo à altura desses duros tempos.

Referências

LEFEBVRE, HENRI et LE GROUPE DE NAVARRENX . Du Contrat de Citoyenneté. Paris: Editions Syllepse et Editions Periscope, 1990.

SILVA, Mariana da Rosa. Tensões entre o alternativo e o convencional: organização e financiamento nas novas experiências de jornalismo no Brasil. Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Catarina, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185627. Acesso em: 28 maio. 2024.

* Míriam Santini de Abreu é jornalista, doutora em Jornalismo, mestre em Geografia e especialista em Educação e Meio Ambiente.

** Publicado originalmente no site Jornalismo e Meio Ambiente

*** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Editado por: Katia Marko
Tags: topico-enchentes-no-rs
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