Em Canoas, Gravataí, Porto Alegre e Serra gaúcha 24 empresas do setor livreiro foram atingidas pelas enchentes, entre elas estão livrarias, editoras, distribuidoras e bibliotecas. Os números foram registrados pela Câmara Rio-Grandense do Livro, a partir do recebimento de relatos, após chamamento público da entidade. Para auxiliar na recuperação dos empreendimentos, foi lançada a campanha 'Vamos transformar o ponto final em ponto de partida'.
Entre os locais impactados pela inundação na região central de Porto Alegre, a distribuidora Ama Livros, localizada no Bairro Floresta, está com água alcançando metade das instalações. A Fergs Livraria e Editora, associada à Federação Espírita do Rio Grande do Sul (Fergs), também foi afetada pela enchente, com a área ao redor completamente inacessível com as águas passando da metade da altura do prédio. Na editora Bodigaya, o estoque de livros ficou totalmente submerso, assim como o carro da empresa. Além disso, a Praça da Alfândega, local onde é realizada a Feira do Livro de Porto Alegre, ficou debaixo d'água. Com 900 mil livros, o depósito da editora L&PM, no bairro Farrapos, na Capital, foi inundado e apenas é possível o acesso por barcos.
Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur, contou que as enchentes provocam um impacto significativo no setor, pois, além dos livreiros sofrerem danos materiais, como a perda de estoque, há a interrupção das operações. "As empresas também perdem com a redução do tráfego de pedestres e veículos devido às condições das ruas afetando negativamente as vendas", explicou.
Conforme o dirigente, a Câmara Rio-Grandense do Livro vem buscando entender o tamanho do problema para poder ajudar os livreiros afetados pelas enchentes. "Vamos buscar com todos os representantes do ecossistema do livro para garantir, junto aos governos federal, estadual e municipal, recursos emergenciais para a reconstrução do setor", disse.
Maximiliano contou que a entidade buscará estas representações sugerindo que, no momento adequado, mas sem demora, faça-se uma reunião conjunta das frentes parlamentares, conselhos, colegiados e associações, para encaminhamentos concretos junto às instâncias competentes. "Precisamos juntar forças e garantir recursos diretos para a reconstrução do nosso setor." De acordo com o dirigente, a principal dificuldade ainda está em acessar as áreas afetadas para contabilizar o prejuízo. "Muitos ainda nem conseguiram chegar aos estabelecimentos para ver o que perderam."
Feira do Livro
Conforme o representante, por mais que ainda seja cedo para tomar alguma decisão, a Câmara fará de tudo para que a Feira do Livro de Porto Alegre ocorra neste ano. Porém, antes será necessário garantir que os associados e o setor estejam amparados com uma projeção de recuperação plena o mais rápido possível.
Campanha
A Câmara Rio-Grandense do Livro lançou a campanha 'Vamos transformar o ponto final em ponto de partida', com o objetivo de auxiliar na recuperação do setor livreiro. Segundo Maximiliano, a entidade tem um compromisso social e está determinada a reconstruir o cenário literário do Rio Grande do Sul.
Para ele, a campanha de arrecadação é de suma importância para auxiliar os livreiros mais atingidos, os que não fazem ideia de como vão recomeçar. "Portanto, clamamos por esse apoio ao setor que já vem sofrendo demais com todas as mudanças tecnológicas e comerciais dos últimos anos", afirmou.
Proprietários e funcionários de livrarias afetadas, bem como qualquer pessoa que tenha conhecimento sobre o ocorrido com alguma empresa do setor podem entrar em contato por meio do e-mail [email protected] para que o estabelecimento seja incluído na campanha. As doações podem ser feitas pela chave Pix [email protected].
