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editorial

60 anos do golpe: Jornalismo contra o apagamento da história

O Brasil de Fato segue combatendo a lógica do apagamento, do silenciamento, e trazendo luz à luta por memória e justiça

04.abr.2024 às 14h54
São Paulo (SP)
Rodrigo Chagas

Período da ditadura militar no Brasil tem que ser marcado pela luta por memória, verdade e justiça - Foto: Wikimedia Commons

Se não houve resistência popular contra o regime autoritário, não houve crimes durante a repressão. Essa é a lógica do apagamento, que silenciou os incessantes gritos de luta durante os 21 anos da ditadura civil militar no Brasil. O mesmo governo que promoveu terrorismo de Estado contra milhares de pessoas atuou sistematicamente para apagar suas histórias.

"A invisibilidade é uma marca histórica da dominação burguesa", resumiu José Genoino, ex-preso político e ex-guerrilheiro no Araguaia, durante um episódio do podcast Três por Quatro. Sem documentos ou lugar nas rádios, TVs, jornais e livros de história. Muitas vezes, com os corpos desaparecidos para sempre pela violência da ditadura.  

Foi assim com a guerrilha do Araguaia. "Para vocês terem uma ideia, quando O Estado de S.Paulo publicou uma nota em 1972 sobre o que estava acontecendo no sul do Pará, o jornal foi apreendido para não divulgar", relembrou Genoino. Foram mortos 67 guerrilheiros e 31 camponeses. A ditadura atuou para apagar quaisquer rastros e vestígios do movimento. "Até hoje você não tem a localização dos corpos."

Nos 60 anos do golpe, o Brasil de Fato segue combatendo a lógica do apagamento, do silenciamento, e trazendo luz à luta por memória e justiça. É neste jornalismo que acreditamos e com o qual nos apresentamos há mais de 20 anos.  

Enquanto a tradicional imprensa brasileira se aliou à ditadura e, em grande medida, se aproveitou dela para crescer – insistindo até há pouco na “ditabranda” –, nós escolhemos o lado daqueles que não se renderam, seja por convicções revolucionárias ou indignação.

Foi o caso de Frei Betto, perseguido e preso duas vezes durante a ditadura, que enfatizou ao Bem Viver o papel da memória para que a história vivida por ele não se repita; do povo indígena Krenak, um dos muitos submetidos à violência estatal no período e que ainda luta por reparação; da jornalista Amelinha Teles, presa e torturada pelo regime; do cineasta Jorge Bodansky. 

Evitar que a história se repita: o bolsonarismo à espreita

Ao não enfrentar a memória, o Brasil abre espaço para a sua apropriação pela direita. Enquanto Lula diz que não quer “remoer o passado” e mantém na gaveta a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos desfeita por Bolsonaro, generais são chamados a depor sobre novos atos golpistas: os que culminaram no 8 de janeiro de 2023.

Não se trata de passado. A intrusão dos militares na política nunca deixou de ser um tema no Brasil, sendo, inclusive, alvo de uma PEC que tramita no Senado. Eles detêm as armas e já mostraram que podem usá-las para fazer prevalecer sua visão.

“Por isso, eles [os militares] deram um golpe, por isso se mantiveram no poder por 21 anos, por isso tutelaram a transição democrática e garantiram seus privilégios na Nova República. Por isso que, em 2014, quando a Comissão Nacional da Verdade revelou uma parte dos crimes cometidos pela ditadura militar, houve tanto grito. Por isso os militares apoiaram o golpe contra a presidenta Dilma, apoiaram a prisão de Lula e não hesitaram em embarcar no governo Bolsonaro (PL)”, disse a historiadora Carla Teixeira, coautora do livro Ilegais e Imorais: autoritarismo, interferência política e corrupção dos militares na história do Brasil, ao Brasil do Fato.  

Para um grupo de procuradores do MPF, a política de “esquecimento deliberado, segredos e ocultação da história” é justamente o que propicia a repetição de intentos golpistas. O professor Paulo Ribeiro da Cunha, que estudou todas as anistias no Brasil de 1898 até 1979, explica que foram militares anistiados por intentos golpistas anteriores que finalmente tomaram o poder em 64.

Segundo ele, historicamente, as Forças Armadas tendem a perdoar e reincorporar militares de patentes mais altas envolvidos em movimentos políticos e manifestações ligadas à direita. O mesmo não acontece com os de baixa patente.

Hoje, a maioria do povo é contra a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Então a pergunta que não quer calar é: serão finalmente punidos os chefes, generais, capitães e almirantes?

Herança maldita

A sociedade como um todo foi vítima da ditadura civil militar no Brasil. O tal “milagre econômico” foi um período perverso de concentração de renda e riqueza, e aprofundamento das desigualdades regionais.  

É evidente que os impactos não foram iguais em todos os territórios. No Nordeste, por exemplo, os militares interromperam as políticas sociais em andamento e liquidaram os movimentos populares mais expressivos. O sonho de reconstrução das “anacrônicas estruturas agrárias e sociais” foi enterrado.

É desse futuro interrompido que trata a série de reportagem homônima produzida pelo Brasil de Fato. Disponível em texto, podcast e vídeo, o conteúdo retoma a biografia de três personalidades cruciais para região naquele período – Celso Furtado, Paulo Freire e Josué de Castro. Imperdível.

Luta na rua

Nos últimos dias, vimos de perto a luta por memória, reparação e justiça também nas ruas do país. Vimos a Caminhada do Silêncio e o Cordão da Mentira, em São Paulo (SP), escrachos contra novos golpistas e atos populares em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, em Pernambuco, e pelo Brasil afora.

No Brasil de Fato, a memória está viva. Não esqueceremos das heranças da ditadura ao tratar do presente, para que não se repita. Nunca mais.

Seguimos na luta.

 

* Rodrigo Chagas é coordenador de Redação

Editado por: Rafaella Coury
Tags: direito à constitucionalidadedireito políticodireitos civis e políticos
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