Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

Leilão adiado

Venezuela consegue adiar leilão da Citgo e governo tenta negociar com os EUA para evitar venda da empresa

Caracas estuda diferentes cenários: ou conseguir a retomada do controle da Citgo, ou vender e romper de vez com os EUA

26.set.2024 às 19h08
Caracas (Venezuela)
Lorenzo Santiago

Empresa foi comprada em 1990 pelo governo venezuelano e ajudou estadunidenses durante os furacões Katrina e Rita em 2005 - Federico PARRA / AFP

A Venezuela conseguiu adiar mais uma vez o leilão da empresa petroleira Citgo. A estatal está passando por um processo de venda nos Estados Unidos e, agora, o governo venezuelano terá até janeiro para pensar estratégias para evitar o leilão e tentar renegociar as dívidas da empresa. 

O pedido de pausa nas negociações foi feito pelos advogados da empresa nos Estados Unidos. A ideia, segundo eles, era evitar uma queda de preço na venda das ações da empresa depois de uma eleição que foi contestada pela oposição na Venezuela. E o principal ponto de tensão está justamente na administração da empresa. 

A Citgo é um braço de atuação da estatal petroleira PDVSA e está controlada por opositores do presidente Nicolás Maduro desde que os Estados Unidos não reconheceram a vitória do mandatário em 2019. Eles ficaram responsáveis por renegociar a dívida da empresa em um processo que terminou na abertura de um leilão da companhia. Agora, a expectativa do governo venezuelano é que nos próximos 4 meses seja possível trocar a administração da Citgo, depois da posse de Maduro para um novo mandato, em 10 de janeiro.

O objetivo do governo venezuelano é claro: evitar a venda da estatal. Os cenários, no entanto, são diferentes para chegar a isso. Caracas entende que há uma série de fatores que podem interferir na venda, sendo um deles a eleição dos Estados Unidos. A expectativa, no entanto, é que, independente do vencedor, se mantenham os diálogos iniciados no começo de julho e se reverta a decisão de vender a empresa.

Segundo o governo venezuelano, o precedente para isso são as próprias sanções. A gestão de Nicolás Maduro entende que, mesmo que a Justiça determine a venda da Citgo, existe um ponto importante das sanções que limita a venda das empresas venezuelanas no exterior. Com isso, seria necessário que a Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) autorize essa venda. A OFAC, no entanto, é um órgão do governo e, por isso, teria seus interesses diretamente ligados à Casa Branca. 

Para Caracas, a venda da Citgo pode mudar se os EUA se mostrarem dispostos a colaborar durante as negociações. No entanto, se o governo estadunidense optar por manter a venda, a percepção da cúpula no Miraflores é que isso estremeça de maneira definitiva a relação entre Venezuela e Estados Unidos e complique outras negociações envolvendo temas petroleiros.

Os governos dos dois países retomaram negociações virtuais para ampliar e melhorar o diálogo. A delegação venezuelana foi chefiada pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e pelo seu irmão, o governador do estado de Miranda, Héctor Rodríguez. Na ocasião, as duas partes se comprometeram em manter as comunicações “de maneira respeitosa e construtiva” e se mostraram dispostas a “trabalhar em conjunto para ganhar confiança e melhorar as relações”.

Para o professor de Economia do Petróleo da Universidade Bolivariana da Venezuela, Vladimir Salas, a venda ou não da empresa vai depender da postura dos EUA em relação à Venezuela.

“A resposta para isso terá a política exterior dos Estados Unidos e particularmente do Departamento de energia e as leis estadunidenses e os convênios que tem com a Venezuela. Vamos deixar claro, os EUA desconhecem o Estado venezuelano. Os representantes que eles reconhecem do Estado venezuelano são Juan Guaidó e as pessoas que estão em torno dele”, afirmou.

Leilão prorrogado

O tribunal federal de Delaware, nos EUA, é responsável pelo caso e terminou de receber no começo de junho as ofertas para a compra da empresa. A empresa venezuelana – hoje estatal – foi parcialmente adquirida pelo governo da Venezuela em 1986 e arrematada em 1990, com o objetivo de receber e processar o petróleo de tipo pesado, característico da produção venezuelana. 

O processo contra a Citgo começou em 2008, quando a mineradora canadense Crystallex entrou na Justiça pedindo indenização pela expropriação de uma mina na Venezuela durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez. O tribunal de Delaware autorizou a venda da empresa após a ação em 2022. Outras empresas entraram em processos diferentes por dívidas e contra a nacionalização de jazidas venezuelanas. 

Em maio de 2023, o Departamento do Tesouro estadunidense autorizou que a oposição venezuelana negociasse dívidas e ativos do Estado no exterior e disse que não tomaria medidas contra uma possível venda da estatal. 

Em maio de 2024, o juiz de Delaware, Leonard Stark, voltou atrás, autorizou o andamento do leilão e negou os argumentos do governo da Venezuela para impedir a venda da empresa. A companhia tem dívidas com 18 empresas internacionais que cobram um montante de US$ 21,3 bilhões (aproximadamente R$ 115 bilhões) por “apropriações e calotes”.

O leilão estava marcado inicialmente para 15 de julho. No entanto, governo e oposição se mobilizaram para impedir isso pela proximidade das eleições, que estavam marcadas para 28 de julho. Para o governo, a ideia seria ganhar tempo para discutir já com o novo mandato definido. Já para a oposição, a venda da Citgo seria um argumento de última hora de uma ingerência estadunidense na Venezuela, o que fortaleceria o discurso chavista de defesa da soberania nacional. 

O leilão então passou para 19 de setembro. Agora, os advogados pediram uma pausa de 4 meses para uma retomada em janeiro. 

Vladimir Andrianza Salas afirma que o início das sanções tiveram como objetivo justamente atingir ativos da Venezuela no exterior, sendo um deles uma empresa que fez investimentos nos Estados Unidos. 

“Justamente começam a atingir os ativos da Venezuela no exterior. Um desses ativos é a Citgo e segue sendo um ativo que Venezuela tem que pode valer até US$ 20 bilhões. Depois de Guaidó se iniciou negociações nas quais praticamente se está vendendo Citgo aos EUA. Citgo não só foi um investimento, foi o maior subsídio que a Venezuela deu aos Estados Unidos”, afirmou ao Brasil de Fato. 

Compra e venda

A empresa venezuelana é hoje estatal, mas já foi uma empresa estadunidense. Fundada em 1910 no Texas, a companhia foi parcialmente adquirida pelo governo da Venezuela em 1986 e arrematada em 1990, com o objetivo de receber e processar o petróleo de tipo pesado, característico da produção venezuelana. 

Naquele contexto, a venda para o governo venezuelano teve como origem duas questões importantes. Primeiro os problemas financeiros da Citgo. A empresa operava no vermelho e tinha dificuldade em renovar sua estrutura, que já era considerada pelo governo de Ronald Regan como obsoleta. 

O segundo ponto era uma ideia do então governo venezuelano de Carlos Andrés Perez de internacionalização da indústria petroleira. A ideia era ampliar a atuação do mercado petroleiro venezuelano a partir da compra de refinarias e empresas petroleiras no mundo. 

A empresa conseguiu retomar uma produção expressiva e, no governo de Hugo Chávez passou a ter o 7º maior complexo refinador do mercado dos EUA. A companhia conseguiu construir 3 refinarias, uma rede de oleodutos e 4.200 postos de gasolina nos EUA com a bandeira da Citgo. Por ser estatal, parte do lucro ajudou a financiar projetos públicos na Venezuela, principalmente voltados à saúde. 

Em 2015, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou a Ordem Executiva nº13692 declarando o país sul-americano como uma "ameaça inusual para a segurança interna dos EUA". No ano seguinte, o país começou a aplicar sanções contra a indústria petroleira venezuelana em um processo que escalou com Donald Trump em 2017. A partir daí, a Citgo passou a não poder mais refinanciar sua dívida e emitir títulos no mercado de ações. 

Para o vice-ministro de Políticas Antibloqueio, Wiliam Castillo, a empresa teria solvência se não fossem as sanções.

“Essa era uma dívida que a Citgo conseguiria administrar, mas depois de 2017 a PDVSA não podia refinanciar dívidas, emitir ações, acessar os mercados de financiamento. Se tivesse acesso ao mercado financeiro, isso não teria acontecido”, disse ao Brasil de Fato.

Mas a Citgo passa a mudar de rumo em 2019. Maduro é reeleito para um segundo mandato em 2018. Em março de 2019, o ex-deputado Juan Guaidó se autoproclama presidente e os EUA não só não reconhecem a vitória de Maduro, como passam a negociar com Guaidó as dívidas envolvendo a Citgo. Até este momento, a procuradoria-geral da Venezuela havia participado dos julgamentos. Com a mudança de postura dos EUA, desaparecem as representações legítimas da Venezuela e o julgamento segue com advogados nomeados por Guaidó.

Mesmo tendo uma dívida de pouco mais de 10 bilhões de dólares (R$ 55 bilhões) Os magistrados do Tribunal de Delaware, onde a empresa foi registrada, reconhecem as cobranças das dívidas em mais de 20 bilhões de dólares (R$ 109 bilhões). 

Castillo afirma que o leilão também subvaloriza a Citgo.

“Eles deram durante o processo de leilão um valor. Nós achamos que ela estava subvalorizada. Eles chegaram a dizer que custava 10 bilhões de dólares [R$ 55 bilhões], mas reconhecem hoje 13 bilhões [R$ 71 bilhões]. Nós achamos que pode ser até 15 bi [R$ 82 bilhões], mas não podemos participar e avaliar. Esse processo se encerrou em 11 de junho e o tribunal disse que a maior oferta foi 7,3 bilhões [R$ 40 bilhões], ou seja, a metade do que vale para nós. Um verdadeiro arremate”, afirmou. 

Para o vice-ministro, a cobrança em torno do leilão da Citgo não pode ser aceito como uma medida legal, já que a empresa não responde pelas finanças públicas da Venezuela.

“A Venezuela nomeia a cadeira dos diretores da PDVSA e da Citgo. Se eu posso demonstrar que Maduro usa a Citgo como Tesouro Público, aí então você cobra Citgo como garantia. Mas isso nunca aconteceu em nenhum julgamento, porque para os EUA a Citgo é uma empresa privada. Isso também não acontece na maioria dos países do mundo”, afirmou.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

'MARES DE FRANGOS'

Muitas galinhas, pouca variedade genética: granjas são ‘chocadeiras’ de doenças como a gripe aviária

RECORDE

Caixa anuncia maior patrocínio da história para esportes paralímpicos

SEM DIÁLOGO

Prefeitura de São Paulo irá afastar 31 diretores de escolas municipais em bairros vulneráveis, denuncia Daniel Cara

REFORMA AGRÁRIA

Cerca de 6 mil militantes do MST ocupam trecho de ferrovia da Vale no Pará para pedir demarcação de acampamento

Eleições PT

‘Essa será a última eleição de Lula e temos dar essa vitória a ele’, diz Edinho Silva em Curitiba (PR)

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.