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HISTÓRIA

Vivemos tempos de tortura e mortes

Livro de Nilson Mariano conta o que os ditadores fizeram no Cone Sul

04.jul.2024 às 19h07
Porto Alegre
Eugênio Bortolon

Cartum de Latuff representando a Operação Condor - Foto: Reprodução/ Carlos Latuff

A grande torturadora dos tempos atuais é a internet. Ela liquida reputações, tritura carreiras, mata esperanças e fulmina a biografia de qualquer um. Não perdoa ninguém. Para desmanchar a vida de alguém bastam mentiras e fakenews. Nunca se mentiu tanto como nos tempos atuais. Em outros tempos se mentia também, mas em doses lentas, demoravam para chegar ao destinatário. Como contraponto às torturas psicológicas feitas a granel hoje em dia, há a tortura física, furiosa, insana, praticada pelo Estado. E é sobre tortura física e perseguição política que trata o livro “As Garras do Condor”, do jornalista e historiador Nilson Mariano, uma reportagem completa sobre as ditaduras militares que dominaram o Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980. Tempos sem lei, de horror absoluto, em que os governantes de Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e Bolívia formaram uma união para massacrar opositores ideológicos ou simplesmente cidadãos que não simpatizavam com os regimes.

Não é um livro novo, lançado ontem. Tem 21 anos, o tempo que durou a ditadura brasileira (1964-1985). Foi para as livrarias em 2003, depois de quase 10 anos de pesquisas, pela Editores Vozes. Mariano, 66 anos, furungou jornais da época das ditaduras, virou ‘rato’ de biblioteca, leu relatórios policiais, documentos, consultou especialistas em direitos humanos e entrevistou dezenas de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, familiares de vítimas e tantas pessoas mais. Fôlego não faltou. Didático, perfeccionista nos detalhes, o jornalista consegue deixar os leitores de “cabelo em pé” tal o nível de maldade em que os agentes policiais/militares imprimiam nas suas ações. Fatos que podem parecer improváveis e ilógicos, mas foram reais.

Natural de Candelária, município gaúcho localizado a 180 km de Porto Alegre, com 35 mil habitantes, Mariano foi um repórter premiado da Folha da Tarde e de Zero Hora. Sempre com uma postura simples, humilde, mas forte nas suas determinações e decisões, escreve com um estilo direto, objetivo, como todo jornalista deve ser, e deixa ao leitor uma visão completa e compacta do que pretende contar.

Assim é “As Garras do Condor”, atingindo a maioridade da sua existência em 2024, mas sempre atual, histórico e que deve servir de guia escolar para os estudiosos sobre ditaduras do Cone Sul. Narrado com frieza e sensibilidade, e  também com emoção, Mariano mostra os limites infinitos da maldade humana contra crianças, mulheres, jovens, idosos. O imaginário das crueldades dos agentes da repressão não respeitava qualquer ética. Não havia perdão para ousados, corajosos, desafiadores da ordem vigente.


Capa do livro do jornalista e historiador Nilson Mariano / Foto: Reprodução

O livro conta os fatos em três etapas: os golpes militares do período e as convulsões que geraram; os governos armados que prenderam, torturaram e ocultaram cadáveres, muitos deles jogados em rios oceanos ou enterrados em lugares remotos; e a derrubada de fronteiras políticas e geográficas na perseguição aos que haviam se refugiado em outros países. O nazismo foi a escola destes bárbaros.

Nazistas fugidos da Alemanha depois da guerra e seus descendentes foram mestres e professores, além de agentes americanos da CIA, nos ensinamentos aos torturadores tupiniquins. Os métodos usados, a crueldade suprema, foram aperfeiçoados por aqui, mas tinham uma matriz: os campos de concentração de Hitler da Segunda Guerra Mundial.

Claro que não se pode comparar eventos históricos da estirpe desta guerra e das ditaduras que aqui foram implantadas. Mas, no Cone Sul, maldade e brutalidade de humanos contra humanos ficaram no mesmo patamar. Foi um renascimento do nazismo. Não há dúvidas na análise de um simples leitor.

Para criar um livro histórico, Mariano teve o apoio do Fundo do Jornalismo Investigativo, com sede em Washington, e o patrocínio de Cláudia Allegrini e da sua filha María Paula Viñas, vítimas da ditadura militar argentina e da Operação Condor. O prefácio é do presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), Jair Krischke, que franqueou os arquivos da entidade e acompanhou com “paciência e dedicação” todas as pesquisas. Krischke ajudou a salvar mais de dois mil refugiados políticos do Cone Sul. Jornalistas e especialistas também deram uma mão para Mariano realizar sua obra memorável. O jornalista/escritor também escreveu outros livros com personagens  e temas históricos.

Então, ditadura e tortura nunca mais! Nem as psicológicas dos tempos da internet.

* Jornalista

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.


Editado por: Marcelo Ferreira
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