O Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana anunciou que dará início a uma greve a partir da meia-noite desta segunda-feira (12). Os trabalhadores estão em campanha salarial e pedem um aumento salarial na casa dos 9,6% (correspondendo à inflação do período mais 5% de ganho real), mas o consórcio Urbana-PE, formado pelas empresas transportadoras, ofereceu à categoria um aumento de 5,1% (inflação mais 0,5% de ganho real), o que revoltou os motoristas.
O sindicato realizou uma série de assembleia nas empresas, consultando os trabalhadores, até culminar com a assembleia na sede do sindicato. Nas consultas à base, 88% dos motoristas rejeitaram a proposta dos empresários e aprovaram o início da greve. "Esse movimento paredista é antes de tudo um movimento por respeito e dignidade", afirma o sindicato em mensagem à população.
Os rodoviários dizem ter feito várias tentativas de conversas e negociações com as empresas e envolvendo o Governo de Pernambuco. "Mas nenhum avanço ocorreu, nenhuma nova proposta foi apresentada. Insistem numa proposta que não nos contempla", reclama o sindicato.
A categoria também critica o valor de R$ 400 para o vale-alimentação, o abono de R$ 180 para os motoristas em dupla função e o controle de horas de trabalho através do GPS, que o sindicato classifica como "totalmente lesivo ao trabalhador rodoviário". "Nenhuma das principais demandas da categoria foi atendida. Nem mesmo a implementação de um plano de saúde", resumem.
Os motoristas criticam que a gestão tucana em Pernambuco não tem dialogado com a categoria, mas aberto o bolso para os empresários. "O governo Raquel Lyra simplesmente ignora a situação. Mas já foram destinados mais de R$ 348 milhões em subsídios aos empresários dos transportes, com a previsão de chegar a R$ 400 milhões até o fim do ano", diz a nota enviada pelos Rodoviários à imprensa.
"Entendemos que o Governo do Estado precisa participar das negociações e mediar uma solução. A responsabilidade pela greve é do Governo do Estado e dos empresários", diz o sindicato, afirmando que ainda aguarda – até a noite do domingo – que o Governo do Estado e o consórcio empresarial busquem diálogo com os trabalhadores.
A gestão do transporte metropolitano é tocada pelo Grande Recife Consórcio de Transportes, encabeçado pelo Governo do Estado – em parceria com as prefeituras do Recife, Olinda, Jaboatão e, mais recentemente, Camaragibe – e contando com 10 empresas associadas.
