Operário metalúrgico e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), Cloves de Castro morreu neste domingo (15) aos 72 anos, vítima de câncer, em São Paulo. A informação foi confirmado por Gilberto Maringoni durante a cobertura da apuração dos votos das eleições.
Cloves de Castro foi operário metalúrgico dos 14 aos 17 anos. Mais tarde, tornou-se funcionário público. Na década de 1950, entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB), onde foi dirigente distrital e municipal.
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Em 1967, rompeu com o PCB e entrou para a Ação Libertadora Nacional (ALN). Quando estava entrando na clandestinidade, em dezembro 1969, foi preso e levado à Operação Bandeirantes (Oban), onde ficou 30 dias numa cela forte. Foi levado ao Dops e depois para os presídios Tiradentes e Carandiru, onde permaneceu até 1971.
Libertado, continuou seu trabalho político e voltou para a fábrica, onde teve atuação relevante na Oposição Metalúrgica de São Paulo, a qual ele representou no Comitê Brasileiro de Anistia. Participou da fundação do jornal Luta Sindical e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).
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Em reação à morte, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou uma nota de pesar. "Clóves foi um militante exemplar da classe trabalhadora. Dedicado, humilde, mesmo depois de aposentado passava distribuindo e vendendo livros para formação de nossa militância.
Grande Cloves. Deixaste um legado de exemplo de militância e de sua dedicação à causa. Muitas saudades de sua amizade e companheirismo", pronunciou-se direção nacional do movimento.
Artigo original publicado em Revista Fórum.