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EDUCAÇÃO

Artigo | O governo ameaça um dos principais sistemas de ensino superior do mundo

Nas últimas posições em investimento em ensino superior entre principais países, Brasil vinha reagindo ao atraso

10.maio.2019 às 16h53
Marcio Pochmann
|RBA
Ciclo de reação foi interrompido: governo quer destruir os avanços e o sentido inclusivo da universidade

Ciclo de reação foi interrompido: governo quer destruir os avanços e o sentido inclusivo da universidade - Reprodução

O Brasil possui um dos principais sistemas de formação no ensino superior do mundo. Embora o país represente 2,8% da população mundial, a sua participação relativa no total de estudantes universitários no planeta saltou de 2,7%, em 2000, para 4,4%, em 2014, segundo a Unesco.

O sistema universitário nacional compreende o funcionamento de 2.448 Instituições de Ensino Superior que anualmente absorvem cerca de 3,2 milhões de novos ingressantes e formam ao redor de 1,1 milhão de profissionais oriundos de 35,4 mil cursos de graduação (MEC-Inep). Além de grandioso e complexo, o sistema universitário detém uma das principais plataformas de ensino e pesquisa na pós-graduação mundial que forma anualmente mais de 50 mil mestres e quase 17 mil doutores.

As universidades brasileiras, especialmente as públicas, que respondem por 95% da pesquisa do país e 24,7% do total dos alunos matriculados, também respondem pelas atividades de extensão. Somente no ano passado, por exemplo, as universidades públicas federais realizaram 17,4 milhões de exames e 6,8 milhões de consultas médicas acompanhadas por 339 mil internações de pacientes e a realização de 232 mil cirurgias e 1.398 transplantes em todo o país.   

Apesar disso, o país ainda está longe de atingir o potencial que o ensino superior alcança em outras nações. Em relação ao conjunto de 26 países selecionados pela OCDE, Brasil encontra-se na retaguarda em termos do acesso a diplomas universitários na população de 25 a 64 anos de idade.

Enquanto cerca de 18% dos brasileiros registram deter graduação no segmento etário de 25 a 64 anos, a média no conjunto dos 36 países chega a 28% de idêntica faixa populacional. Na Rússia, por exemplo, 54% das pessoas de 25 a 64 anos possuem título universitário e no Chile chega a 24% para o mesmo segmento etário.

O Brasil poderia avançar ainda mais também em relação à pós-graduação. Apesar de deter atualmente mais de 230 mil doutores e 650 mil mestres diplomados, o país possui menos de oito doutores por 100 mil brasileiros. O Reino Unido registra 41 doutores por 100 mil habitantes, os Estados Unidos, 20 por 100, o Japão, 13 por 100 mil.

O caminho para avançar parece viável, pois o país compromete quantia ainda relativamente baixa na formação dos universitários. Segundo levantamento da OCDE realizado com 39 países, o Brasil encontra-se nas últimas posições em termos de investimentos por aluno no ensino superior, abaixo do comprometido com estudantes universitários na Indonésia, Argentina, Colômbia e México. Em 2015, por exemplo, o dispêndio médio com matriculados no ensino superior brasileiro era equivalente a menos de 13% do realizado nos Estados Unidos, a 15% no Reino Unido, a 44% no Chile e a 58% na Colômbia.

Ademais do salto quantitativo transcorrido no ensino universitário nos anos 2000, bem mais significativo do que registrado no mundo, constata-se o movimento da descentralização territorial das oportunidades e da democratização do acesso por nível de renda e raça. Com isso, o avanço na graduação e pós-graduação permitiu reduzir desigualdades que historicamente marcam a educação brasileira a partir da expansão das universidades relativamente mais para as regiões distantes do centro nacional e para o interior do país.

A descentralização da educação no território nacional foi significativa nos últimos anos, permitindo diminuir, por exemplo, a concentração de mestres e doutores formados no centro mais rico do país. No ano de 2014, por exemplo, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro respondiam juntos por 36,6% dos mestres e 49,5% dos doutores formados no país, ao passo que em 1996 detinham 58,8% da formação de mestres e 83,4% de doutores da nação.

Também no que diz respeito ao acesso às universidades constata-se intensa ascensão de estudantes pertencentes à base da pirâmide social brasileira, cuja presença relativa dos universitários com renda mensal de até 2 salários mínimos saltou de 27,1%, em 2001, para 67,5%, em 2015. No mesmo sentido, nota-se que a participação dos estudantes não brancos no total das matriculas no ensino superior passou de 23,3%, em 2001, para 44,4%, em 2015, enquanto a participação conjunta das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste no total dos estudantes universitários brasileiros saltou de 31,8%, em 2001, para 41,3%, em 2015.

Essa trajetória tem sido frontalmente atacada desde a chegada do governo Temer e, agora, de Bolsonaro. O desmanche das políticas educacionais, especialmente nas universidades públicas, decorre tanto da desqualificação dos dirigentes governamentais como do propósito de inviabilizar o ensino superior através da imposição da asfixia orçamentária.

De uma tacada só, o MEC anunciou o corte de 47% dos recursos destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), enquanto as reduções orçamentárias impostas às universidades públicas tendem a comprometer, inclusive, o cumprimento do ano letivo. Perde-se assim, o sentido inclusivo das universidades, bem como se desestrutura um dos principais sistemas de ensino superior do mundo.

* Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas

Editado por: Redação
Conteúdo originalmente publicado em RBA
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