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Memória

“Caminhos da Ditadura” mapeia pontos-chave da repressão e resistência em Porto Alegre

Plataforma online reúne palcos bastante conhecidos de tortura e locais desconhecidos da violência do Estado no passado

19.jun.2017 às 09h19
Gregório Mascarenhas
|Sul 21
Ideia foi desenvolvida por estudantes de história da UFRGS

Ideia foi desenvolvida por estudantes de história da UFRGS - Ideia foi desenvolvida por estudantes de história da UFRGS

A Rua Botafogo, no Menino Deus, é uma via calma e arborizada, majoritariamente residencial. Entre a avenida Getúlio Vargas e a rua Múcio Teixeira, assim como em outras quadras de sua extensão, há prédios ajardinados de classe média, a maioria com no máximo quatro andares, embora alguns edifícios altos, de construção mais recente, também façam parte do panorama da rua. Um apartamento do número 621, entretanto, tem um passado bem mais intranquilo do que um passeio pela região pode indicar.

Ali ocorreu, em novembro de 1978, um dos episódios mais conhecidos da Operação Condor – uma aliança entre Brasil, Uruguai, Argentina, Bolívia, Paraguai e Chile, sob o comando dos Estados Unidos, para coordenar internacionalmente a repressão a perseguidos políticos: o chamado “sequestro dos uruguaios”. Quatro cidadãos do país vizinho, entre eles duas crianças, foram sequestrados por militares do próprio país, com o consentimento e colaboração do governo ditatorial brasileiro.

Lilian Celiberti e Universindo Dias, além de seus filhos Camilo e Francesca (ele com 8 anos, ela com 3), foram salvos quando dois jornalistas brasileiros, alertados anonimamente, foram ao apartamento; lá foram recebidos por militares que mantinham Lilian encarcerada. Universindo e os filhos já haviam sido levados para Montevidéu. A divulgação do episódio causou comoção na opinião pública e evitou o assassinato dos sequestrados – além de constranger publicamente as ditaduras do Brasil e do Uruguai.

Há, em Porto Alegre, outros pontos da cidade que foram utilizados como centros de repressão e, hoje, permanecem desconhecidos por quem passa pelos locais. Para divulgar a existência desses lugares, um grupo de estudantes do curso de graduação em História da UFRGS criou um mapa da capital, sobre a plataforma do Google Maps, no qual se pode ler sobre pontos de repressão e de resistência à Ditadura Militar. Anita Carneiro, Felipe Machado, Lóren Pellisoli e Paloma Czapla tiveram a ideia de desenvolver a plataforma em uma disciplina cujo objetivo era construir um plano de ensino hipotético.

“Em uma das aulas, um dos materiais que utilizaríamos seria esse mapa. Nesse âmbito, da disciplina, como metodologia de ensino é que ele foi criado. O objetivo da disciplina é refletir um pouco sobre o ensino de história de uma maneira mais aprofundada; outras disciplinas do curso tratam só de educação ou só de história. Essa disciplina faz esse encontro”, explica Anita.

Há, no mapa, quatro modalidades de marcação. Os lugares ligados à repressão, marcados com um distintivo roxo; os ligados à resistência, representados por um megafone vermelho; e os locais ligados à memória, marcados com uma bandeira laranja (no caso da repressão) e um olho amarelo (no caso da resistência). O Centro de Memória Ico Lisboa – que homenageia o militante político catarinense sequestrado, assassinado e sepultado clandestinamente pela ditadura – é um exemplo do último caso.

Existem alguns casos bastante conhecidos, de documentada insalubridade e palcos de tortura – como a Penitenciária Feminina Madre Pelletier, o Presídio Central e a Ilha do Presídio. Outros locais, entretanto, são pontos de grande circulação e de algum desconhecimento quanto ao passado vinculado à violência de Estado. O Aeroporto Internacional Salgado Filho, por exemplo, foi utilizado para sessões de tortura psicológica. De acordo com o mapa, era palco de “teatros de fuzilamento”, uma prática que consiste em vendar presos políticos e simular uma execução: eles chegavam a ouvir militares dizendo “preparar, apontar, fogo!”.

Aproximadamente 40 mulheres foram presas políticas no Presídio Feminino Madre Pelletier (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Na Avenida Bento Gonçalves, perto do Campus da PUC, por exemplo, havia o 18º Regimento de Infantaria (18 RI), onde existia uma sala conhecida como “cela do boi preto”, um local de tortura totalmente vedado à entrada de luz onde os presos perdiam a noção de noite ou dia. Há relatos também de torturas que consistiam em erguer os perseguidos por meio de fios de nylon presos aos dedos. Uma placa foi instalada no local, no ano passado, para preservar a memória dos atos de tortura. Ali foram presos alguns combatentes da Guerrilha de Três Passos, uma ação promovida em 1965 por militares cassados pela ditadura e por alguns agricultores. Eles tomaram o quartel da Brigada e o presídio da cidade do noroeste gaúcho, e tinham o objetivo de seguir até o Paraná. Foram, entretanto, presos em Foz do Iguaçu.

“A memória da ditadura no Brasil, com certeza, não está resolvida. Nota-se que há muita resistência a trabalhar esse tema em sala de aula. Como diz a literatura, trata-se de um tema ‘sensível’, que está muito em voga, e trata de um período que muita gente viveu. As pessoas têm memórias diferentes sobre essa história. O fato de ser polêmico, entretanto, não quer dizer que não devemos tratá-lo, com o maior respeito possível, em sala de aula”, justifica Anita, que pretende seguir o projeto em seu Trabalho de Conclusão de Curso.

De acordo com o mapa, o Salgado Filho era palco de “teatros de fuzilamento”, uma prática que consiste em vendar presos políticos e simular uma execução (Foto: Infraero/Divulgação)

Ela explica que a bibliografia utilizada pelo mapa é baseada sobretudo em um trabalho chamado “Lugares de repressão política em Porto Alegre”, de Raul Ellwanger e Vinicius de Lara Ribas. Além disso, Anita conta que procurou, para preencher a sessão de memórias da repressão, os nomes dos presidentes do período ditatorial no Google Maps. “Achei um condomínio chamado Edifício Residencial Presidente Castelo Branco. Está assim mesmo, colocado dessa maneira”, diz ela.

Pelo site é possível entrar em um formulário e deixar sugestões. Algumas pessoas, entretanto, buscaram o grupo pessoalmente para falar sobre certos lugares. “Conforme vou lendo – até porque é preciso alguma pesquisa, consultar alguma fonte antes de adicionar um ponto – o mapa vai aumentando. Está em constante crescimento, tanto pelas pessoas que dão dicas de literatura quanto indicações de lugares. É um trabalho infinito, que se pode ampliar para a Região Metropolitana ou o Rio Grande do Sul inteiro”, afirma Anita.

Editado por: Sul 21
Conteúdo originalmente publicado em Sul 21
Tags: ditadura militarresistência
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