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Início Bem viver Cultura

Modernismo

‘Agitador’ e ‘genial’: o legado de Oswald de Andrade, que entra em domínio público em 2025

O legado de Oswald de Andrade, que virou domínio público

01.jan.2025 às 17h19
Edison Veiga

O escritor Oswald de Andrade foi figura destacada da Semana de Arte Moderna de 1922 - Arquivo Nacional

Especialistas avaliam trajetória e escritos do modernista morto há 70 anos, e destacam obras essenciais para conhecê-lo. Em fevereiro, gigante da literatura nacional ganha nova biografia.
"Este quadro é sensacional. É o homem plantado na terra", disse Oswald de Andrade (1890-1954) tão logo ganhou, de aniversário, uma tela de Tarsila do Amaral (1886-1973), com quem era casado. Depois, com a ajuda de um dicionário de tupi, encontraram os termos "aba", homem, e "poru", que come.

Assim foi batizado aquele que se tornaria o mais importante quadro da história da arte brasileira, "Abaporu". Esta história, contada por Tarsilinha, sobrinha-neta da artista, no livro Abaporu: Uma obra de amor, ilustra bem a ebulição intelectual de Oswald, uma das mentes criadoras por trás da Semana de Arte Moderna de 1922.

O poeta, escritor, ensaísta, dramaturgo e grande agitador cultural Oswald de Andrade terá sua obra em domínio público a partir de janeiro — pela legislação brasileira, que prevê o fim da incidência de direitos autorais a partir do ano seguinte ao 70º aniversário de morte do autor. Com isso, mais editoras devem republicá-lo e novos holofotes devem ser lançados sobre sua produção.

Será uma oportunidade para que o trabalho dele seja revisitado — muitas vezes sua vida, movimentada e cheia de amores, costuma ser mais destacada do que sua obra.

"[Ele] era um autor essencialmente confessional, que transfigurava a própria biografia em termos de ficção e poesia", analisa o jornalista e biógrafo Lira Neto, que lança em fevereiro Oswald de Andrade: Mau Selvagem. "Impossível tentar compreender sua obra desligada de sua própria existência. E vice-versa."

Vida "maior" que a obra?
O sociólogo e crítico Antonio Candido (1918-2017) dizia que a biografia de Oswald havia sido tão importante quanto sua obra. "Mas, na verdade, se conhece muito pouco de sua trajetória", afirma Lira Neto. "Muito se comenta sobre a Semana de 22, que para mim é um episódio eventual, quase marginal, diante do turbilhão que foi a vida dele."

Há os notórios romances, principalmente os casamentos com Tarsila e, depois, a escritora e militante comunista Pagu (1910-1962) — mas também mulheres como "Landa, Daisy, Pilar Ferrer, Julieta Barbara, Maria Antonieta d'Alkmin", enumera o biógrafo.

"Quase não se fala do Oswald pensador, autor de teses originais e atualíssimas sobre a cultura. Quase não se fala do Oswald jornalista, agitador permanente. Quase não se fala do Oswald na intimidade, feroz e lírico, ateu e crente em Nossa Senhora, anjo romântico e incorrigível devasso", completa.

Em sua biografia, Lira Neto promete não fazer julgamentos morais, apenas apresentar "o homem genial que foi Oswald, com todas as suas ambivalências: virtudes e vícios, qualidades e defeitos, acertos e erros".

"O inconformismo intelectual e o espírito de rebelião fez com que, por vezes, Oswald tomasse atitudes impensadas e praticasse gestos de exacerbada violência contra amigos próximos. Incapaz de exercer a monogamia, ao mesmo tempo ciumento ao extremo, magoou a grande maioria das mulheres com quem viveu", destaca.

Para especialistas, essa conjunção entre vida e obra é que fez de Oswald um gigante da literatura nacional. "A vida dele foi também uma obra, teve plástica, estética, natureza artística", diz o escritor e professor universitário Miguel Sanches Neto, reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). "Ele foi um homem-arte, como aqueles homens-sanduíches que carregam no corpo as mensagens. Ele foi um homem-reclame, um homem-sanduíche do modernismo."

Autora do livro Semana de 22: Entre Vaias e Aplausos, a jornalista e escritora Marcia Camargos diz que Oswald "criou um personagem um pouco folclórico", pela sua "figura cativante, meio histriônica, de um glutão, de alguém sem meias palavras".

"Mas eu não acredito que isso seja maior do que sua própria obra e nem que abafe parte. Um está imbricado no outro e ele era realmente um artista, um escritor extremamente criativo", avalia, frisando que ele respondia às questões de seu tempo "de forma genial". "Não penso que sua personalidade tenha se imposto e obscurecido, feito sombra à sua obra."

Livros de destaque
Mas se o domínio público é a oportunidade de novas edições, os especialistas têm também suas recomendações sobre quais obras merecem ganhar mais espaço nas prateleiras — e quais funcionam como porta de entrada para que um leitor mergulhe na literatura oswaldiana.

Lira Neto destaca de forma geral os poemas, "em especial os do maravilhoso Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade, ilustrados por ele mesmo, e os do volume Poesias Reunidas de O. Andrade, trocadilho brincalhão com as Indústrias Reunidas de F. Matarazzo [complexo fabril que marcou época em São Paulo no início do século passado]". "O uso do coloquialismo na poesia, o poema-pílula, o poema-piada, tudo aquilo me parece profundamente contemporâneo", frisa.

Autora do livro Rupturas e Desdobramentos: Reverberações Críticas da Semana de Arte Moderna e professora na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maria Lúcia Outeiro Fernandes situa a obra de Oswald como "um dos maiores legados do modernismo brasileiro, pois representa a concretização das principais propostas de 22".

Ela destaca, de forma geral, os livros de poesia da produção oswaldiana, "especialmente o Poesia Pau-Brasil". "Das narrativas, o livro que apresenta maior afinidade com os leitores contemporâneos me parece ser Memórias Sentimentais de João Miramar", diz a professora. Este último é classificado pela jornalista Camargos como "imbatível".

O poeta e tradutor André Capilé, professor de literatura brasileira na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), destaca outras duas facetas de Oswald que mereceriam ser revisitadas editorialmente.

"Talvez, muito talvez, nos falte uma reunião crítica da obra dramatúrgica [dele]. Edições reunidas e anotadas que deem maior vulto a essa dimensão autoral do autor, que apesar das revisões e montagens de O Rei da Vela, na presença viva de Zé Celso [Martinez Corrêa (1937-2023)], terem dado novo vigor e visibilidade à dramaturgia oswaldiana, talvez fosse o caso de uma nova mirada diante das demais peças", comenta ele.

O outro gênero trazido por Capilé é a produção ensaística. "Os textos reunidos de jornais e conferências que encontramos em Ponta de Lança, com suas polêmicas e modos de refletir, por contonar aspectos de seu tempo e por terem sempre uma linguagem ágil e ácida, definitivamente nos mostram não só como Oswald pensava a cultura, mas também demonstram como sua composição textual flagrava o mundo", explica.

Sanches Neto mira no próprio autor. Neste sentido, vê o autobiográfico Um Homem Sem Profissão como inovador e precursor do gênero de autoficção, tão em voga na literatura contemporânea. "Para mim, é o livro mais importante publicado por ele", comenta.

O escritor também considera essencial a obra Diário Confessional, reunião de textos que o autor registrou em diários, publicada em livro em 2022. "Ele solta todo o seu fel, todo o seu rancor e, ao mesmo tempo, toda a sua poesia na avaliação de seus contemporâneos", afirma Sanches Neto.

Artigo original publicado em Deutsche Welle.

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