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Início Política

MEMÓRIA E VERDADE

Soledad Barrett, assassinada no Recife pela ditadura, ganha busto na rua da Aurora

Grávida, militante paraguaia foi presa, espancada e torturada até a morte por agentes do Estado, aos 28 anos, em 1973

13.fev.2025 às 23h57
Recife (PE)
Redação

Busto em homenagem à militante Soledad Barrett foi inaugurado no Recife - Luisa Medeiros/Comunicação Natália Bonavides

Na noite desta quinta-feira (13), foi inaugurado na rua da Aurora, centro do Recife, uma estátua em homenagem a Soledad Barrett Viedma, paraguaia assassinada pela ditadura na capital pernambucana, em 1973 (saiba mais no fim da matéria). O busto fica no Monumento Tortura Nunca Mais, que reúne homenagens a outras figuras que participaram, em Pernambuco, da resistência contra a ditadura militar. A estátua foi encomendada pela Secretaria de Direitos Humanos do Recife, após requerimento da vereadora Liana Cirne (PT) em 2022.

Leia: A vida de Soledad Barrett e sua filha, há 30 anos buscando informações sobre a mãe

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A parlamentar petista afirma que o busto é uma justa homenagem “a quem tanto lutou pela democracia”, diz ela, comemorando ainda o fato de ser um busto de uma mulher. “O número de monumentos femininos na nossa cidade é muito inferior ao de homens”, afirma Liana. A vereadora também reafirma a necessidade de “continuar cobrando apuração e responsabilização dos envolvidos nos crimes cometidos pela ditadura no Brasil”.

Também estiveram na inauguração do busto dezenas de militantes da luta por Direitos Humanos e parentes de mortos e desaparecidos políticos do período da ditadura militar, como os pernambucanos Amparo Araújo, do Comitê Memória e Verdade de Pernambuco e ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN); e Manoel Moraes, da Comissão da Anistia.

Também estavam presentes os membros da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), do Governo Federal, como a deputada federal Natália Bonavides (PT do Rio Grande do Norte), o procurador federal Ivan Marx e a presidenta da comissão, Eugênia Gonzaga.


Busto da militante paraguaia Soledad Barrett, na Rua da Aurora / Luisa Medeiros/Comunicação Natália Bonavides

Mais cedo, em reunião do grupo com o prefeito João Campos (PSB), Bonavides se disse feliz por encontrar “uma prefeitura que leva o assunto a sério e entende que [a memória política] é uma pauta estruturante para a nossa democracia”. Campos se disse comprometido com o tema. “Me sinto na obrigação histórica de fazer tudo o que tiver que ser feito, muito pela minha história e a da minha família”, disse o prefeito, bisneto do ex-governador Miguel Arraes de Alencar, deposto e preso pela ditadura, tendo que se exilar no exterior.

Natália Bonavides apontou que o Recife poderia fazer mais para o resgate da memória. “Tem bastante coisa que uma prefeitura pode fazer se debruçando sobre o tema”, apontou, citando placas e marcos informativos apontando que naquele local viveu ou estudou determinada figura da resistência à ditadura. “O tema da memória tem se fortalecido, mas nosso país ainda tem pouquíssimos memoriais e marcos”.

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A deputada também citou as potencialidades de turismo histórico, citando um tour guiado que tem sido feito por Marcelo Santa Cruz, defensor dos Direitos Humanos e irmão de Fernando Santa Cruz, vítima da ditadura.

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos realizou, às 14h, uma audiência pública na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) para apresentar avanços no trabalho do grupo. A comissão está no Recife desde o início da semana, realizando visitas técnicas nos cemitérios de Santo Amaro e da Várzea, buscando possíveis locais de ocultação ou destruição de corpos.


Aos 28 anos a paraguaia Soledad Barrett foi presa, torturada e assassinada por militares em 1973 / Reprodução

A comissão tem esperança de encontrar restos humanos de desaparecidos políticos que podem ter sido enterrados como indigentes em valas comuns nestes cemitérios. O grupo foi extinto pelo governo de Jair Bolsonaro, tendo suas atividades paralisadas por seis anos, até ser retomado pelo governo Lula, em 2024.

Na passagem pelo Recife, o CEMDP também visitou o Memorial da Democracia de Pernambuco, no casarão do Sítio Trindade. No espaço funcionou, na década de 1960, a sede do Movimento de Cultura Popular, que reuniu nomes como Paulo Freire, Ariano Suassuna, Abelardo da Hora, Anita Paes Barreto, Luiz Mendonça, Germano Coelho e outros – mas o local acabou interditado pelo regime militar, em 1964.

Quem é Soledad Barrett?

Soledad Barrett Viedma nasceu em 1945, no Paraguai, numa família de militantes comunistas. Desde pequena viveu os impactos das perseguições e ataques políticos sofridos por sua família. Ainda criança, Soledad foge com a família para a Argentina. Retornam ao Paraguai e, pouco depois, Alfredo Stroessner inicia uma ditadura e perseguições a comunistas.


Soledad sofre sequestro por grupos neonazistas e caso ganha destaque nos jornais / Reprodução

Na adolescência um novo exílio, agora no Uruguai. Aos 16 anos ela é sequestrada por um grupo neonazista, que faz cortes no seu corpo desenhando suásticas. A esquerda no país reagiu, estourando manifestações e dando visibilidade a Soledad. Ela passou a ser ainda mais perseguida e a família a enviou para a União Soviética.

Retorna à América do Sul, para a Argentina, decidida a fazer luta armada e dar formações políticas a camponeses. O avanço do Plano Condor e as fraturas nas organizações socialistas locais a levou a migrar para Cuba aos 22 anos. Na ilha caribenha, cuja revolução socialista era recente, ela colaborou na Radio Havana.

Em Cuba ela conheceu o brasileiro José Maria, o “Araribóia”, natural de Fortaleza (CE), exilado após participar da “Revolta dos Marinheiros”, uma semana antes do golpe militar no Brasil. Soledad e o militante da VPR viveram juntos por dois anos em Cuba, romance do qual nasceu, em 1969, Ñasaindy Barrett.


Soledad com o músico uruguaio Daniel Viglietti, numa das passagens dela pelo Uruguai; ele compôs uma música para ela quando de sua morte / Reprodução

José Maria volta ao Brasil para se somar à VPR e com menos de dois meses é morto pelo regime. Soledad viaja ao Brasil e deixa a filha em Cuba, aos cuidados de uma militante brasileira. Ñasaindy hoje vive em Olinda, onde desenvolve uma pesquisa de mais de 30 anos para obter mais informações sobre a vida da mãe, desejosa de uma melhor documentação sobre a história de Soledad, em livro ou filme.

No Brasil a partir de 1971, integrada à VPR, Soledad passa a ser liderada pelo militante “Cabo Anselmo”, colega do falecido José Maria. Anselmo e Soledad são enviados para Olinda (PE) como um casal de fachada e com o tempo se tornam um casal de verdade. Eles passam a viver em Rio Doce, onde Soledad vendia artesanatos. O casal lidera o desenvolvimento de um núcleo da VPR em Pernambuco.

Em 1973, o Cabo Anselmo arma uma emboscada para os militantes da VPR. O dirigente era, na verdade, um infiltrado do regime militar. Seis militantes foram presos e espancados em locais públicos do centro do Recife. Seus corpos foram deixados baleados num sítio em Abreu e Lima,  numa chacina divulgada nos jornais como “troca de tiros”. Soledad estava grávida de 8 meses.


Imprensa comercial de Pernambuco reproduzia mentiras oficiais da ditadura militar / Reprodução

Editado por: Vinicius Sobreira
Tags: ditadurarecife
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