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Opinião

Em tempo de crise, e o amor?

A banalidade do afeto e das relações não está desconectada da crise que vivenciamos

15.jun.2016 às 18h36
Atualizado em 17.fev.2025 às 02h30
Belo Horizonte
Andréia Roseno
Os sentimentos são construídos conforme os padrões existentes, ou seja, “os gostos” são embasados nas “sutilezas” do racismo e do machismo

Os sentimentos são construídos conforme os padrões existentes, ou seja, “os gostos” são embasados nas “sutilezas” do racismo e do machismo - Os sentimentos são construídos conforme os padrões existentes, ou seja, “os gostos” são embasados nas “sutilezas” do racismo e do machismo

Estamos vivendo uma crise política, social e econômica. Nesses momentos de crises a humanidade é questionada a rever sentimentos, valores e princípios. A crise está instaurada na reprodução das relações sociais. Essa sociedade capitalista-racista-patriarcal banalizou a vida. É a mercadoria que tem valor. Por isso, a sociedade do consumo vem criando datas mercadológicas convertidas de afeto, os exemplos são muitos: o dia das mães, namorados, pais, natal etc. Como diz o dito popular o que é, o que é, a vida hoje?

A banalidade do afeto e das relações não está desconectada da crise que vivenciamos. Todos os dias somos bombardeados de notícias que nos provocam estarrecimentos. Essas notícias nos impactam, sobretudo, pela crueldade. A lógica dessa sociedade é reproduzir a naturalização desses acontecimentos. Existe uma seletividade intencional que, por vezes, nos permite classificar com menos ou mais revolta e indignação os acontecimentos diários.

Essa mesma lógica também define as relações afetivas como se elas não fossem social e historicamente construídas. Para muitos os sentimentos são autoimunes. Doce ilusão, os sentimentos são construídos conforme os padrões existentes, ou seja, “os gostos” são embasados nas “sutilezas” do racismo e do machismo.

Desse modo a solidão da mulher negra é um sintoma social dessa sociedade perversa e não uma incompetência individual em "arrumar um alguém". O estigma de erotização e objetificação da corporeidade da negritude é um traço colonial que está arraigado na efetivação das relações e se complexifica na atualidade. Mas, por que a solidão das mulheres negras não nos atinge?  

No Brasil e no mundo, é recorrente as mulheres que denunciam que foram estupradas pelos próprios maridos, no entanto, a cultura do estupro só é evidenciada quando mais de 30 homens estupra uma única mulher.  É forte a ideia equivocada do “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Já no século XXI muitas mulheres nunca sentiram um orgasmo.

É preciso pensar se é possível comemorar o dia dos namorados, quando se analisa profundamente os dados oficiais da violência direta ou indiretamente nas relações afetivas e não só as heteroafetivas.

Os fatos chocantes que ganham destaque nas grandes mídias e na internet é a ponta do iceberg. É estarrecedor pensar que 32 homens estupraram 1 mulher. É horripilante pensar que um atirador entrou numa boate gay e matou 50 jovens ou que 5 jovens negros tomaram 120 tiros ou que, em Caarapó (MS), houve um confronto entre indígenas e latifundiários.

Esses são os casos que vieram a público, mas existe os que são invisibilizados que não ganham destaque nas manchetes. Mas, por que esses não nos causa impacto?  É possível humanizar uma sociedade capitalista-racista-patriarcal?

Na verdade, se está dando cotidianamente doses homeopáticas de barbárie às pessoas e isso também está intrínseco nas relações afetivas.

Desconstruir paradigmas não é fácil diante do recrudescimento das forças conservadoras. As pessoas têm hoje uma certa liberdade de expor seus preconceitos. Inclusive esse não é um problema da burguesia institucional. Em muitas vezes, o efeito dentro da classe trabalhadora é de correia de transmissão, com o caso do estupro no Rio de Janeiro que tem o mesmo leito do golpe machista dado contra Dilma Rousseff.

Estamos em crise e é preciso tirar lições desse período. Temos que pensar nas lutas estruturais, colocar toda a nossa força no #ForaTemer e ponto. Mas estejamos em alerta para as lições, é necessário que ao lutar por questões estruturais também se busque romper com a construção de sentimentos, valores e princípios que nos forma individualmente. Para a classe trabalhadora essa desconstrução deve ser pedagógica e constante. Novas mulheres e novos homens são possíveis se tivermos disposição para nos questionarmos e não nos assustarmos com as respostas.

*Andréia Roseno é militante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Minas Gerais (FETRAF-MG) e da Consulta Popular.

Editado por: Redação
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