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SECA

Conviver com a seca é aprendizado constante do povo do semiárido

Tecnologias sociais tem sido ferramentas importantes para abastecimento de água dessa população

07.out.2016 às 12h26
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h37
Recife (PE)
Elen Carvalho
Cisterna-enxurrada, tecnologia social do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA

Cisterna-enxurrada, tecnologia social do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA - Cisterna-enxurrada, tecnologia social do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da ASA

Diversos estados brasileiros vem lidando com a questão da seca atualmente. No Nordeste, onde o fenômeno já é um conhecido do povo, a seca vem desde 2012. Essa é considerada pelos pesquisadores como uma das mais severas enfrentadas pela população. Contudo, é possível ver uma melhor convivência com esses períodos de grandes estiagens por parte de quem reside no Semiárido brasileiro. Essa melhoria vem de um fator já conhecido: a luta e a resistência popular. Soma-se a isso as diversas iniciativas da sociedade civil organizada.

João Suassuna, engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, aponta que, neste momento, o que mais pesa é o fato de ser o quinto ano consecutivo de seca. “Não temos água nos açudes. O açude de Jucazinho (PE), que abastecia muitos municípios, por exemplo, secou. A forma imediata de resolver esse problema foi levar caminhões – pipa. Mas, a tendência dessa seca é piorar. Pois a quadra chuvosa da nossa região só acontece a partir de fevereiro”, observa o pesquisador.

Apesar desse cenário crítico, a população tem conseguido lidar com esse fenômeno de forma mais positiva. “Estamos vivendo um dos maiores períodos de estiagem do Semiárido brasileiro e observamos que não houve morte humana e que não houve forte processo de migração campo/cidade. Muitas políticas que incidiram no Semiárido permitiram que as famílias ficassem”, reflete Glória Araújo, coordenadora da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) na Paraíba.

Diante disto, Glória afirma que a seca não é um problema. “A seca é um fenômeno natural e precisamos conviver com ela. O problema está nas desigualdades sociais, na concentração da terra e da água. Isso é um problema. É possível conviver com o Semiárido e um conjunto de experiências de organizações mostram comprovam isso.

João Suassuna compartilha dessa visão e traz o exemplo do Programa 1 Milhão de Cisternas, desenvolvido pela ASA. “Essa é uma saída muito interessante e que fornece água para o povo nordestino beber. As cisternas, enquanto tecnologia social, conseguem captar e armazenar água da chuva e permitir que as famílias tenham água também para cuidar da produção em períodos que não chove. Por isso podemos dizer que o cenário no Semiárido está mudando”, ressalta.

No Rio Grande do Norte, onde cerca de 75% dos municípios passam por escassez de água, a família de Dona Fátima e Seu Manoel tem conseguido produzir alimentos para consumo e ter água para beber. A filha do casal, Macioneide Lopes, 34 anos, conta que a chegada da cisterna há oito anos e a produção por meio do quintal produtivo tem sido uma experiência importante. A propriedade tem 2,4 hectares e produz uma diversidade de alimentos.

“As cisternas são nossa fonte de água e garantem que a gente possa produzir os alimentos para nosso consumo e que a gente possa fazer as coisas de casa e ter água para beber. Antes era bem mais complicado conseguir água. Mas a gente fica preocupada também, porque se não chover até o final do ano, vai ficar mais difícil. Sem água a gente não planta e não come”, afirma Macioneide.

Na comunidade de Cabaceira, município de Canhotinho, em Pernambuco, as agricultoras e agricultores também tem conseguido passar por essa estiagem abastecidos de água e produzindo, apesar das dificuldades. Ednilza Santos, 49 anos, afirma que está faltando água nos açudes, mas que as cisternas tem conseguido assegurar a comunidade. “Temos conseguido plantar verduras e outros alimentos para nossas famílias. É um período muito crítico, pois estamos a mais de 90 dias sem chuva, mas as cisternas tem nos abastecido. Antes eu pegava carro de boi emprestado para ir buscar água num poço longe da minha casa”, conta a agricultora.

Transposição

Apesar de ser um fenômeno antigo e conhecido, como já apontado, as formas de lidar com a seca tem encontrado divergências entre povo, poder público e pesquisadores. A transposição do Rio São Francisco, iniciada em 2007 e com nova previsão de entrega para 2016, tem sido questionada. “Tenho restrições fortes sobre essa transposição. Há 20 anos estudo essas questões e sempre me posicionei contrário. O Rio São Francisco está limitado e serve para múltiplos usos. 95% da energia do Nordeste vem dele, serve para irrigação de cerca de um milhão de hectares e fornece água para uma centena de municípios. Por isso, teremos problemas muito sérios quando essa obra for inaugurada”, reflete João.

Glória Araújo pontua que a transposição não trará impactos positivos para a agricultura familiar, tampouco para o próprio rio. “O rio está perdendo a sua vida. Penso que para trazer qualquer inovação, é necessário que olhar para a natureza daquele lugar. A vazão do Velho Chico já reduziu muito. Ele está ficando assoriado e precisa ser cuidado. O velho Chico está morrendo. Não se cuida dele, precisa ser cuidado”, coloca.

“Esse alto investimento não vai para as famílias dessa região. Beneficia diretamente o agronegócio, sabendo de todos os prejuízos que isso traz para o meio ambiente e para a população. O Semiárido brasileiro é o que mais chove no mundo. Desenvolver tecnologias sociais que se esparramem pela região de forma descentralizada é um caminho possível e eficaz”, conclui Glória.

“Nós temos que fazer uma nova avaliação das possibilidades hídricas do São Francisco. Uma possibilidade é juntar os volumes possíveis do Chico, dos açudes, poços e cisternas e criar uma infraestrutura, na qual o São Francisco seja usado de forma complementar. Esse é um planejamento para médio e longo prazo. A transposição como resolução do abastecimento, é o menor caminho para matar o rio”, explica João Suassuna.

O pesquisador conclui que a situação atual é resultado de uma falta de planejamento e da crença da infinitude da água. “Não há planejamento do uso dos recursos hídricos no Brasil e muito menos no Nordeste. Colocaram na cabeça que o rio tem volumes infinitos e pode ser usado a bel prazer. Dão muita importância as vontades políticas, mas elas não podem estar em hipótese alguma acima das possibilidades técnicas de se resolver as coisas. Água é um bem natural finito e tem que ser usado com muita cautela”, finaliza.

Editado por: Redação
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