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Início Entrevista

ENTREVISTA

“O objetivo é cada vez mais liberar terra para o mercado”

Os retrocessos impostos pelas PEC 215 e 55, o Mapa da Fome e o papel das mulheres foram os temas da conversa

02.dez.2016 às 18h37
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h37
Mossoró (RN)
Catarina de Angola
Maria Emília Pacheco, antropóloga, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)

Maria Emília Pacheco, antropóloga, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) - Maria Emília Pacheco, antropóloga, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)

Maria Emília Pacheco, antropóloga, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). O BdF conversou com ela durante o IX Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro (Enconasa) que aconteceu de 21 a 25 em Mossoró (RN).

Em sua participação no Encontro, você fez um alerta sobre a PEC 215 e o impacto direto nos povos e territórios tradicionais.

Maria Emília – Alertei para o fato que já é conhecido por nós, e no Consea temos debatido muito, que é contra essa Proposta de Emenda Constitucional 215 que desconstrói a possibilidade do Estado reconhecer, titular e demarcar essas terras, porque transfere para o Legislativo essa decisão. Isso é extremamente ameaçador. Mas nesse momento, a relação a outros povos, outras comunidades também estes direitos territoriais, o direito à terra estão todos eles ameaçados porque quando falamos do domínio das terras pelas comunidades quilombolas também estamos diante de outra ameaça que é a da ação de constitucionalidade em relação ao decreto, do então presidente Lula, que regulamenta o Artigo 68 da Constituição garantindo o domínio dessas terras. Mais recentemente nós estamos já com uma nova ameaça as terras dos assentamentos de reforma agrária ou à questão agrária de uma forma geral, porque já se anuncia uma proposta preliminar de uma medida provisória que modifica radicalmente as condições dos assentamentos, o objetivo é cada vez mais liberar terra para o mercado, alienar terra para o mercado.

Brasil de Fato – Quais são os riscos que tendemos a correr com o processo de municipalização de políticas?

Maria Emília – Quando eu falo de processos de municipalização é que esta tendência já estava ocorrendo em governos anteriores, por exemplo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que é outro que está agora profundamente ameaçado, a meu ver, em uma das modalidades que é fundamental, inclusive aqui para o povo do Semiárido, que é a modalidade doação simultânea. Ela chega exatamente a essa camada dos agricultores e agricultoras, o campesinato que é mais pobre, e chega com uma possibilidade muito interessante, porque estimula os processos associativos, estimula a diversificação da produção, estimula uma dinâmica econômica, local, estimula especialmente a organização das mulheres. O que aconteceu é que temos uma normativa, no governo passado, que definiu a possibilidade do chamado termo de adesão dos municípios ao programa. Então, que se tenha tomado a iniciativa de adesão de municípios, porque esse é o sistema do País, federativo. O problema está se houver um privilégio desse formato em detrimento do termo de cooperação que é feito com a operação da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] que nós sempre valorizamos mais, porque esse termo de adesão permite que o agricultor individualmente venda. É preciso entender que o campesinato brasileiro é muito distinto nas suas identidades, ao bioma, ao ecossistema, são realidades muito diferentes.

Brasil de Fato – Há várias políticas que se articulam e impactam também no direito à alimentação. Você acha que essas perdas que estamos tendo nas políticas podem fazer com que voltemos ao Mapa da Fome?

Maria Emília – Se a gente analisar os efeitos que estão sendo projetados (caso com a PEC 55) que é a do teto dos gastos públicos, se essa PEC for aprovada ela incide diretamente em vários direitos: na educação, na saúde, nos direitos sociais em geral, aí incluído o direto à alimentação. Se a gente disser que não teremos um processo de valorização do salário mínimo, como ocorreu até agora, se a gente considerar o crescimento do desemprego… Se consideramos o Programa Nacional de Alimentação Escolar [PNAE] que é destacado dentro da avaliação da FAO [ONU] como importante para o Brasil ter saído do Mapa da Fome e também um programa estruturante com uma centralidade muito grande. Qualquer uma dessas duas decisões, ao mesmo tempo o governo diz que vai aumentar o per capta, mas vai aumentar para atender a quem? A indústria de alimentos? Então a desconstrução do PNAE também incidirá lamentavelmente sobre este quadro que pode nos aproximar de novo do Mapa da Fome. Não é difícil supor que estamos rumando nesse sentido E isso será uma situação dramática, um retrocesso na história.

Brasil de Fato – O quadro que você apresenta, impacta primeiro e diretamente na vida das mulheres?

Maria Emília – Eu chamei de um feminismo popular. O que quero dizer é que as mulheres estão simultaneamente nessa construção histórica, tomando várias iniciativas. Então elas influenciaram e influenciam o desenho das políticas, elas ao mesmo tempo trazem e politizam questões que eram consideradas do domínio privado. É isso que estou chamando de um feminismo popular, porque ele vai atravessando todas as esferas e mostram que as relações de gênero são estruturantes, elas estruturam formas também de dominação, de subordinação e elas precisam ser trabalhadas de forma conjugada com o debate das relações de classe, etnia, raça.

Editado por: Redação
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