Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Perfil

Artigo | Márcia pesca, borda e sorri

Desde o rompimento da barragem de Fundão, a pescadora profissional não se arrisca mais nos rios da região

24.abr.2018 às 15h25
Colaboração para o Belo Horizonte (MG)
Nilmar Lage
“Aquilo que não serve pra mim, não serve pro meu amigo ou meu vizinho”, diz Márcia sobre os peixes contaminados

“Aquilo que não serve pra mim, não serve pro meu amigo ou meu vizinho”, diz Márcia sobre os peixes contaminados - Nilmar Lage

Márcia é do tipo de mãezona boa de papo. Aquelas conversas que demoram porque sempre tem um sorriso para responder às perguntas e a transparência de se revelar “não ser santa”, mas que está sempre em busca de ser uma pessoa melhor, principalmente pelo exemplo do pai. Nascida nas proximidades de Periquito (região leste de Minas Gerais), em casa não tinha televisão, então desde sempre acompanhou os pais nas pescas realizadas nos barrancos do rio Doce e de outros rios da região como o  Corrente Grande. Assim, foi um processo orgânico até que ela se tornasse pescadora profissional e começasse a vender seus peixes para serem servidos como petiscos em bares da região.

Segundo Márcia (Márcia da Silva, para os não íntimos), muitos peixes que ela pescava desde criança não existem mais, como a cumbaca (considerado afrodisíaco, diga-se de passagem). Sempre pescando de barranco, com a tradicional linha e vara de pescar ela não sabe porque algumas espécies foram sumindo do rio e após o rompimento da barragem de Fundão, quando toneladas de lixo tóxico caíram nas águas do rio Doce, ela não voltou a pescar, mas ouve daqueles que se arriscam que cada vez mais, menos peixes são vistos no rio. Acostumada à fartura de peixes, ela disse que não quis voltar a pescar e vender por causa de um valor deixado pelo pai: “aquilo que não serve pra mim, não serve pro meu amigo ou meu vizinho”.

Enquanto conversávamos, um dos netos chegou com a conta de luz, a feição de Márcia fechou por um instante.  Na sequência emendei o clássico: “é, a luz está um absurdo” (sic), ela sorriu novamente e começamos falar sobre o caos financeiro que a vida dela e do companheiro Antônio se transformou. A Renova não reconhece os pescadores de barranco como atingidos, por não os considerarem pescadores profissionais e sim de subsistência, assim eles não recebem o cartão que dá direito a indenização mensal, comprometendo a renda da família.

Quem já cortou a BR381 acompanhando o rio Doce, a caminho das praias do Espírito Santo, passou por Periquito. A cidade tem uma série de barracas à beira da estrada que vendem principalmente tapetes artesanais, frutas e conservas.  Márcia e Antônio também possuem uma barriquinha, que agora tem sido a principal fonte de renda deles. Não quis me intrometer na vida do casal, mas nesse dia a barraca não abriu. Talvez o tempo fechou em casa. Mas eles me levaram para conhecer uma nascente próxima ao Doce e lembraram que, após a passagem da enxurrada de lama, ela foi reconstruída para ajudar até mesmo no reabastecimento da cidade. Lá Antônio carinhosamente ofereceu água fresca para Márcia, e algo me fez suspeitar que no dia seguinte a barraca abriria normalmente.

Editado por: Joana Tavares
Tags: mariana
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

PODCAST

🎧 Acompanhe o podcast Visões Populares e fique por dentro da política, cultura e lutas populares de MG e do Brasil

Vitória de instituto

Movimento negro conquista mecanismo próprio para discussão racial na ONU

impactos

A crise climática não é democrática: as periferias são as que mais sofrem

PASSARINHO DO CONTRA

Biografia de Mario Quintana preenche lacunas do retrato do poeta gaúcho

Empréstimo CLT

Consignado CLT: veja como funciona e quais cuidados tomar antes de contratar

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.