O “bom dia Lula” desta segunda-feira na praça Olga Benário contou com a presença do deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu, que foi preso na última sexta-feira, após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região negar seus agravos, o último recurso na segunda instância. Zeca lembrou que tanto seu pai, quanto o ex-presidente Lula tinham a opção de se exilar em outro país ou em uma embaixada, mas optaram por resistir na prisão.
Para Zeca Dirceu, o fato de hoje, Lula e José Dirceu estarem presos é um símbolo de injustiça e, ao mesmo tempo, da resistência. “Os dois tinham a opção de não estar aqui, de ter se exilado em uma embaixada, mas decidiram acreditar na democracia e no Brasil e na possibilidade das coisas voltarem a normalidade; o judiciário parar de interferir na política e a polícia deixar de agir como um partido”, afirmou o deputado durante a conversa com os trabalhadores na vigília Lula Livre.
Zeca disse não acreditar na possibilidade de seu pai, condenado a 30 anos, passar o restante da vida preso. “A gente não acredita nesta possibilidade. É o sentimento natural de quem ama, de quem tem apego, de quem vive próximo. É a luta que vai dizer o que vai acontecer. O Brasil vai passar por muita mudança, muita agitação e muita transformação”, disse.
“Acho que o Brasil vai passar por muita mudança, transformação e agitação, primeiro pela possibilidade da eleição e segundo porque infelizmente a vida das pessoas está ficando cada vez pior e elas vão reagir. Essa reação vai acabar mudando a realidade do país que destruiu nossa democracia”, acrescentou.
Para Zeca, a resistência popular pode mudar o quadro de condenação de Lula e José Dirceu. “Eles significam muito para as pessoas. Elas não estariam aqui (na vigília), se não fosse por Lula e tudo o que ele representa. Não estaria havendo manifestações no Brasil inteiro. Não podemos perder a esperança, baixar a guarda e ir pra casa. Nossas lideranças não estão sendo covardes de enfrentar a prisão”, afirmou.
Na sexta-feira, o Brasil de Fato publicou uma entrevista exclusiva com José Dirceu. O ex-ministro da Casa Civil fez uma avaliação dos governos petistas. Para ele, as questões centrais foram “subestimar a direita” e a “pouca politização e pouca disputa política” por parte do PT.
