Sindicatos de vários setores se reuniram nesta quarta-feira (13), no auditório do Sinttel. A pauta principal foi a arbitrária MP 873 que proíbe o desconto de contribuição sindical e taxa associativa diretamente na folha salarial dos sindicalizados e obriga o pagamento via boleto bancário. Além desta, também discutiram a reforma da previdência proposta pelo novo governo e a jornada de lutas sindicais do dia 22 de março. Estiveram presentes os sindicatos: dos Bancários de João Pessoa e Campina Grande, além de Simpuc, Telecomunicações, SEESSA, Aduf, Têxteis, Comerciários, Metalúrgicos e Sindisprev.
Segundo Paulo Marcelo, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governo propôs uma medida nas vésperas do carnaval, na sexta-feira, às oito horas da noite, com propósito de exterminar o movimento sindical. “Esta proposta tem muitos pontos obscuros e, inclusive, ela é inconstitucional. O movimento sindical, neste momento, tem que se debruçar e fazer o trabalho de esclarecimento para as empresas que já estão aplicando a medida em vários setores privados”, esclarece ele.
Magali Pontes, do Sindicato dos Bancários, comenta a MP 873: “a medida é inconstitucional mas o que acontece é que tem o fechamento das folhas das empresas, dos órgãos públicos, e como a medida abre o precedente de que mudou, eles acabam se encostando nisso e não estão fazendo o devido desconto. No Sindicato dos Bancários está pactuado que é acordo coletivo e a medida disse que não. Tem sindicato que precisa disso de imediato. Acho que a pressão que tem sido feita, algumas ações judiciais, têm surtido efeito, porque a medida é inconstitucional e é um projeto fascista que tá imposto para atacar aqueles setores de onde pode vir reação.”
Rogério Braz, presidente do Sindicato dos Comerciários diz que é claramente um ataque feroz à constituição federal: “essa medida é altamente inconstitucional, e o senado tem a responsabilidade de ver isso nas suas comissões. Quando ele (o senado) nem manda para nenhuma comissão, essa medida, e já a devolve, é porque há sinais também: ele entende que é a medida é inconstitucional. Claro que existe toda uma pressão das entidades sociais organizadas do todo país: confederações, federações, sindicatos e organizações, com relação a essa represália aos movimentos que clamam por justiça, igualdade.
Na plenária também foi discutida a Reforma da Previdência com intuito de se ampliar o debate, visto que, na opinião das lideranças sindicais, ela é muito ruim, cruel e excludente.Rogério Braz – presidente do Sindicato dos Comerciários
Sobre o dia 22 de Março, Paulo Marcelo comenta que há uma série de ações sendo articuladas, e que os movimentos estão se organizando, assim como as centrais sindicais e a Frente Brasil Popular, para fazerem enfrentamento ao governo Bolsonaro e à retirada de direitos dos trabalhadores.