Vadão é um dos poucos técnicos que treinou homens e mulheres. Na convocação da seleção, foi indagado sobre qual dos dois dava mais trabalho. E respondeu que é mais difícil “acalmá-las”.
O estereótipo de mulheres como mais irritadas ou descontroladas sempre aparece no dia-a-dia e deve ser combatido, afinal não é algo natural. A situação se agrava quando o comandante do time fala isso. Ele não percebe que está falando também de suas atletas?
A raiz da questão, no entanto, é mais profunda. Tem a ver também com os cargos de comando e gestão da seleção brasileira feminina serem ocupados majoritariamente por homens, começando por Marco Aurélio Cunha, coordenador do futebol feminino da CBF. É fundamental que mais mulheres ocupem esses cargos e sejam protagonistas não só nas quatro linhas.
Só para lembrar, a demissão da Emily Lima do comando da seleção em 2017 nunca foi bem explicada e o aproveitamento posterior de Vadão é inferior, mas ele ainda está lá. Fica o questionamento e, claro, nosso apoio para elas, apesar deles, começando já no dia 9 contra a Jamaica.