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Início Política

PRIVATIZAÇÃO

PEC 280 propõe acabar com plebiscito para venda do Banrisul, Corsan e Procergs

Projeto da bancada governista do RS quer tirar direito da população gaúcha decidir futuro das empresas públicas

30.out.2019 às 18h52
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h52
Porto Alegre (RSO
Marcelo Ferreira
Trabalhadores e sindicatos estão empenhados na defesa das empresas públicas

Trabalhadores e sindicatos estão empenhados na defesa das empresas públicas - Foto: Tatiane Lopes/CVNH

Depois de perder o direito de ser consultada a respeito da venda de três importantes empresas públicas do setor de energia (CEEE, CRM e Sulgás), a população gaúcha corre o risco de novamente ser silenciada sobre o futuro do Estado. Tramita na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS) a Proposta de Emenda Constitucional 280 (PEC 280/19), que propõe retirar a obrigatoriedade de plebiscito para a privatização do Banrisul, da Corsan e da Procergs.

De autoria do deputado Sérgio Turra (PP), que compõe a base governista de Eduardo Leite (PSDB), a PEC 280 foi apresentada no dia 10 de setembro, já com a assinatura de 24 parlamentares. O texto pretende revogar os parágrafos 2º e 5º do artigo 22 da Constituição Estadual, que preveem consulta popular para a venda das três estatais. Está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desde o dia 15 de outubro, com a relatoria de Elisandro Sabino (PTB), um dos deputados que assinou a proposta. Dos 12 membros da CCJ, são necessários que sete sejam contrários à PEC para que ela não vá ao plenário.

Plebiscito foi conquista dos trabalhadores

Denise da Fetrafi-RS, à frente, e Everton Gimenes, do Sindibancários/RS | Foto: Divulgação Sindibancários 

Conforme explica a diretora da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS), Denise Falkenberg Corrêa, a obrigatoriedade do plebiscito para a venda do Banrisul foi conquistada em 2002, através de uma emenda popular que passou pela aprovação de 2/3 das câmaras de vereadores do RS. “Foi no governo de Brito e FHC que iniciamos nosso périplo pela câmaras e o plebiscito foi aprovado pela ALRS por unanimidade em 2002, justamente porque não podemos ter outras experiências desastrosas como a que tivemos, sem que o povo seja consultado”.

Foi um período de intensa luta dos bancários, em que a sociedade sentia os prejuízos da extinção da Caixa Econômica Estadual. A Corsan foi incluída no momento da votação da PEC em primeiro turno. Já a Procergs passou a necessitar de plebiscito para sua venda em 2004, também por conta da mobilização dos trabalhadores, durante o governo Rigotto.

Para Everton Gimenes, presidente do Sindibancários/RS, o governador está sendo desmascarado, já que ele afirmou durante a campanha eleitoral que não venderia o Banrisul. Em setembro, porém, após suspensão de vendas de ações do banco, ele admitiu que poderá discutir a privatização caso a Assembleia paute o debate. “Sabemos agora que ele mentiu e está terceirizando a tarefa de vender o Banrisul, a Procergs e a Corsan para a Assembleia Legislativa. O autor da PEC é da base do governo e o relator do parecer na CCJ é do partido do vice-governador. Então, tem dedo do governo do Estado na PEC 280, embora o governador tenha investido bastante no ocultamento de suas digitais”, denuncia.

Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público da ALRS, o deputado Zé Nunes (PT) considera “estranho que o governador do diálogo queira acabar com o plebiscito, com a consulta popular, e que não tenha coragem de se posicionar, jogando sua responsabilidade para a ALRS”. O deputado concorda que um projeto com este teor, apresentado por um parlamentar que lidera a bancada de apoio ao governo, é ação concatenada, e critica: “Não se pode negar a democracia participativa à população”.

Banrisul

Sindicalistas e servidores do Banrisul em ato contra a privatização, em Porto Alegre | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

O executivo gaúcho afirma que a privatização das estatais gaúchas é parte de um processo de ajuste das finanças públicas para superar a grave crise financeira. É uma das exigências do governo federal para o RS aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). “Nesta nova legislatura, temos uma visão mais privatista dentro do parlamento gaúcho. O fenômeno Bolsonaro trouxe para os parlamentos deputados que chegam a mentir sobre a importância do Banrisul para a economia gaúcha e se dizem abertamente favoráveis à venda”, critica o diretor do Sindibancários/RS.

Everton recorda que, mesmo com a atual restrição de privatização, o atual governo tentou vender um novo lote de ações do banco, no dia 19 de setembro, seguindo os passos já dados pelo ex-governadores Yeda Crusius e José Ivo Sartori. A venda, porém, foi cancelada. “Ele desistiu porque se trata de um mau negócio. Ele já havia vendido ações em 8 de abril deste ano. O Banrisul é fundamental na vida dos gaúchos. É como um produtor rural vender a vaquinha de leite para pagar dívidas. Que renda ele vai ter para alimentar a família? O Banrisul é público há 91 anos e bate recorde em cima de recorde de lucro”.

No mesmo sentido, a diretora da Fetrafi-RS aponta que a venda do Bansisul não resolve os problemas da crise que assola as finanças do Estado e ainda prejudica os gaúchos. “O Banrisul é uma empresa lucrativa e que bancariza a população gaúcha, é responsável por 30% do crédito do RS e em 103 cidades é única agência bancária presente. 80% dos clientes de pessoa física estão na faixa de três salários mínimos de renda mensal e o pacote de tarifas do Banrisul é o um dos mais baixos”, conta Denise.

O presidente do Sindibancários/RS ressalta a inconstitucionalidade da proposta. Conforme conta, durante a audiência pública da CCJ do dia 15 de outubro, o presidente da comissão, deputado Edson Brum (MDB), disse que votaria contra a PEC 280. “Quando nos reunimos com o Edson Brum no gabinete dele, ele foi além. Disse que a PEC 280 tem um vício de origem. Ela seria inconstitucional porque um projeto de venda de patrimônio público só pode partir do dono do patrimônio, no caso o governo do Estado, ou o governador. Deveria ser um projeto do Executivo”, afirma Everton.

Corsan

Trabalhadores das três categorias estão mobilizados contra a PEC | Foto: Sindppd-RS

O diretor de divulgação Sindiágua/RS, Rogério Ferraz, frisa que os riscos da privatização somente serão percebidos após a venda das empresas. “O Brasil corre hoje, na contramão do mundo. Onde havia privatização do saneamento, hoje está acontecendo a reestatização dos serviços pela pura inoperância do setor privado neste segmento”. Da virada do milênio até hoje, foram registrados 267 casos remunicipalização ou reestatização de sistemas de água e esgoto, aponta mapeamento feito por onze organizações majoritariamente europeias em reportagem da BBC Brasil.

Apesar da PEC 280 propôr o fim do plebiscito para a privatização da Corsan, Rogério chama a atenção para terceirização do saneamento que já está em andamento no RS com o edital de Parceria Público-Privada (PPP) lançado pelo governo do Estado em agosto de 2019. Ele explica que a empresa vencedora vai ter o trabalho de lucrar com os investimentos já realizado com dinheiro público: “Como o investimento necessário para a universalização do esgoto nas nove cidades escolhidas a dedo para a PPP é relativamente baixo, o governo teve que implementar serviços no projeto tocarão a empresa privada, como hidrometração e controle de perdas. Colocou tais serviços ao encargo da PPP para poder chegar num volume mais atrativo de pseudos investimentos privados”.

A PPP promete ampliar o tratamento de esgoto para 87 % em nove cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, repassando à iniciativa privada esse mercado de saneamento por 35 anos. A empresa vencedora terá que investir R$ 1,85 bilhão, ao passo que receberá R$ 9,5 bilhões durante a vigência do contrato. Um relatório de auditoria realizada na Corsan traz a seguinte conclusão dos Auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a PPP: “Notadamente, até por ser a região de grande concentração de investimentos, a PPP proposta possui, pois, um caráter mais de operação que propriamente de investimentos”.

“Sabidamente a Corsan atua em muitos municípios em que o investimento financeiro jamais terá retorno. Perfura poços, faz quilômetros de redes para atender meia dúzia de famílias. E isto a iniciativa privada não quer pois o lucro não existe. Passam somente a parte lucrativa do negócio, ficando para o estado e para o cidadão arcar com os custos de onde o serviço dá prejuízo”, critica.

Procergs

Audiência debateu PEC em Pelotas | Foto: Sindppd 

O Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do RS (Sindppd/RS) vem chamando a atenção para a grave agressão à soberania tecnológica nacional com os projetos de privatização das empresas públicas de Tecnologia da Informação (TI). Além da Procergs, no Estado, que corre risco com a PEC 280, o Serpro e a Dataprev estão na mira privatista do governo federal. No âmbito municipal, aponta do sindicato, a direção e a prefeitura de Porto Alegre estão fatiando a empresa para a iniciativa privada, com a terceirização de atividades.

“O governo Eduardo Leite está seguindo a cartilha liberal do seu partido, PSDB, que também está na prefeitura de Porto Alegre (Marchezan Jr.) e apoia o Governo Bolsonaro em nível federal: sucatear as empresas públicas para privatizar as partes mais lucrativas, beneficiando assim a iniciativa privada, e economizar arrochando os salários e retirando direitos dos trabalhadores. Quem sai perdendo somos nós, trabalhadores e a população em geral, que dependem do serviço público e terão que pagar mais caro por estes mesmos serviços na iniciativa privada os quais, em grande parte dos casos, serão de menor qualidade. É a política do Estado mínimo para os trabalhadores, Estado máximo para megaempresários e banqueiros”, aponta a secretária geral do Sindppd/RS, Vera Guasso.

Conforme explica o Sindppd/RS, a Procergs é superavitária e presta inúmeros serviços à população gaúcha. Entre os principais sistemas e sites, aplicativos e serviços online desenvolvidos pela empresa estão os sistemas Tudo Fácil; do DETRAN; da segurança (Polícia Civil, Brigada Militar, cercamento eletrônico e videomonitoramento); da saúde (sistema de agendamento de Consultas pelo SUS) e de Arrecadação da Secretaria da Fazenda. Além disso, é nacionalmente reconhecida pelo serviço prestado em soluções “e-gov”, tendo sido premiada pela criação da NFe (nota fiscal eletrônica). “Só para se ter uma ideia, a Procergs é responsável pelo processamento da NF eletrônica de 14 estados, o que representa 50% do PIB nacional”, frisa Vera.

Defesa da soberania 

Deputado Zé Nunes lidera a Frente em Defesa de um Banrisul Público | Foto: Guerreiro/Agência ALRS

“O atual governo se coloca como democrático, mas até este momento não foi capaz de apresentar nenhuma proposta para o desenvolvimento do Estado. Não escuta a população nem as entidades dos servidores e está atuando para atender aos interesses do mercado”, afirma o deputado Zé Nunes. Ele conta que a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, em parceria com o Sindiágua, o Sindibancários e o Sindppd, está mobilizando trabalhadores em todo o Estado.

“Em Pelotas, foi realizada uma audiência pública para discutir a PEC 280/2019. Um dos encaminhamentos foi a criação de uma comissão regional para organizar um conjunto de ações nos municípios contra a proposta. Em Osório, uma audiência está marcada para o dia 6 de novembro”, conta. Além disso, uma comissão com representantes dos três sindicatos está visitando os deputados que integram a CCJ.

Ainda com data a definir, há a realização de uma audiência pública na ALRS, proposta pela deputada Juliana Brizola (PD), que declarou ser contrária à PEC, que “tem o claro intuito de abrir caminho para a entrega das nossas empresas, sobretudo o Banrisul”. Além disso, moções de apoio à defesa das empresas públicas gaúchas estão sendo apresentadas pelas Câmaras de Vereadores de vários municípios, como em Canoas, Parobé, Nova Hartz e Cachoeira do Sul, e a frente vem num esforço para ampliar o apoio em todo o Estado.

Petição online

O SindBancários liberou, através de sua ferramenta “Dialoga”, uma petição online para os gaúchos enviarem aos parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa Gaúcha. Trata-se de uma plataforma de envio de uma carta para os 12 deputados estaduais que fazem parte da CCJ. Confira a petição: http://dialoga.sindbancarios.org.br/a-populacao-precisa-ser-consultada-sobre-a-venda-do-banrisul/

 

Editado por: Marcelo Ferreira
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