(com informações de Manoel Ramires, do Porém.net)
A convocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para atos em sua defesa, contra o Congresso Nacional e STF serviram para unir a esquerda brasileira que planeja três manifestações em março.
Os protestos iniciam no Dia Internacional da Mulher, dia 8, nos dois anos de assassinato de Marielle Franco, no dia 14, e na defesa da democracia e da educação, no dia 18, conduzido por trabalhadores do ramo.
A organização dos eventos em Curitiba e no Paraná iniciou ontem (27), em reunião do Comitê Unificado de Lutas, e contou com a presença de 150 pessoas representando 40 entidades.
O clima é de mobilização permanente ao longo das próximas semanas. As lideranças definiram plenárias semanais para planejar os atos todas às quintas-feiras, distribuição conjunta de jornais e assembleias nas universidades.
Os participantes da plenária observam que é importante a unificação das pautas e a necessidade de greve geral para barrar o processo golpista no país. No dia 3 ocorre uma reunião nacional, em Brasília, com a participação de líderes do Congresso que defendem a democracia e as instituições.
Em Curitiba, o foco da manifestação do dia 8 de março é a construção a partir da luta das mulheres da periferia, com o lema “As mulheres da favela exigem paz”. A Frente Feminista de Curitiba e Região aponta que é a primeira vez que as atividades, que se iniciam às 9h na área do Parolin, são construídas a partir da comunidade periférica.
"Nossos filhos são os que apanham da polícia quando vão ao centro. A esquerda tem que voltar e colocar os pés na realidade da favela", afirma Andreia Lima, moradora do Parolin e organizadora do 8 de março.
Perseguição contra jornalistas
O coro contra o presidente aumentou após ataques que ele desferiu contra jornalistas mulheres. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), “são inadmissíveis as contínuas e sistemáticas agressões aos profissionais da imprensa, por simplesmente fazerem seu trabalho. Bolsonaro, seus filhos, ministros e parlamentares incentivam a perseguição aos jornalistas”.
Caso Marielle
A segunda manifestação ocorre no dia 14 de março. No sábado, o foco é recordar dos dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco. Embora os suspeitos do assassinado, Ronnie Lessa e Élcio Vieira Queiroz, estejam presos, os mandantes ainda não foram revelados. O caso gera apelo uma vez que um dos assassinos era morador do mesmo condomínio do presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, já tentou federalizar a investigação.
Trabalhadores da educação vão parar
A terceira manifestação é a greve do funcionalismo público e da educação no dia 18 de março. A data serve de ponto culminante das mobilizações. Professores universitários, técnico-administrativos, servidores dos Institutos Federais e das Universidades Tecnológicas, entre outras categorias, aderem ao movimento.
Na capital, além das mobilizações específicas de cada categoria, deve haver concentração às 18h na Praça Santos Andrade de todas as categorias, estudantes e apoiadores da democracia.
A adesão à greve deverá ser uma das maiores já registradas no país, segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam).
A entidade que representa 1,5 milhão de servidores municipais em nível nacional, reunindo 849 sindicatos, 18 federações, em 18 estados, também soma-se à luta por um trabalho decente e pelo serviço público de qualidade.
No dia 3 de março, haverá reunião em Curitiba para afinar entre as categorias do funcionalismo público detalhes da mobilização do dia 3 de março.
Outra categoria que deverá aderir maciçamente ao Dia Nacional em Defesa do Serviço Público, dos Servidores, Contra a Privatização e o Desmonte do Estado, são os trabalhadores dos Correios.