A mais reacionária Câmara Municipal de Curitiba de todos os tempos avança em seus projetos de tornar a capital hiper careta. Os vereadores que compõem a Comissão de Constituição e Justiça, tarados por censurar e punir, autorizaram a tramitação das propostas que proíbem o uso de verbas públicas para projetos culturais com nudez e a proibição da Marcha da Maconha.
Se a proposta do Vereador João Bettega for aprovada, aquele que foi condenado por constranger um menor de idade, o Festival de Teatro de Curitiba, por exemplo, não será o mesmo. As apresentações passarão por uma espécie de censor para saber se pode ou não ter verba pública.
O projeto dele diz: “É vedado realizar manifestações de nudez ou apresentações de cunho sexual, seja de forma explícita ou implícita”. Nelson Rodrigues, com a peça “Toda nudez será castigada”, balés contemporâneos e muitos outros estão proibidos em Curitiba, na cabecinha do vereador.
Já o vereador Bruno Secco não curte a brisa da “Marcha da Maconha”, que quer proibir em Curitiba. Que liberal! Para ele, um evento que começou em 1994 e já ocorreu em mais de 485 cidades não pode ocorrer na capital.
Curiosamente, a proposta que avança na CCJ não deve ter se atentado para inconstitucionalidade da medida. Estão meio lerdos. É que na ADPF 187 de 2011, oito ministros (unanimemente) do STF liberaram a Marcha por entenderem que “os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas”. Demorô.