O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Distrito Federal e Entorno (MST-DFE) emitiu uma nota de repúdio a uma matéria divulgada pelo portal de notícias Metrópoles, nesta sexta-feira (25), com a acusação de que um “jagunço” ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria fazendo “serviço de segurança” para um assentamento localizado em Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal.
O suposto assentamento “Zé Pereira”, apontado pela matéria do portal como local em que o homem foi preso, sequer existe. A inexistência foi confirmada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Não aceitaremos jamais calúnias, desinformação, inverdades com o nome de nosso movimento. Combateremos sempre as fake news e as tentativas de vincular nosso nome, nossa história, com qualquer tipo de organização criminosa”, afirmou o MST.
De acordo com a nota, o movimento não foi procurado pelo portal para confirmar as informações. “[O Metrópoles] expôs uma matéria falsa, sem lastro na realidade, buscando apenas informações da polícia militar, que não tem condições de provas concretas para afirmar tal situação”, diz o texto.
A notícia traz acusações graves que, segundo o portal, foram repassadas pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e confirmadas pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia). Um homem “faccionado” (ligado à facção criminosa), que supostamente costumava ficar de prontidão na entrada do assentamento “Zé Pereira”, em uma área rural de Brazlândia, “sempre empunhando uma espingarda calibre 12”, teria sido preso no último domingo (20), após ser condenado por organização criminosa, homicídio, roubo e ameaça.
“O tal sujeito exposto na matéria como membro do PCC nunca fez parte do MST, não tendo nenhum vínculo com absolutamente nada em referência ao movimento, sujeito esse que nunca nem ouvimos falar”, observou o MST em nota.
O movimento também chamou atenção para o fato de que uma simples consulta ao Incra teria evidenciado que não há assentamento “Zé Pereira” no DF, o que foi confirmado pelo Incra, em nota: “Não há na base de dados qualquer acampamento ‘Zé Pereira’ com famílias cadastradas em Brazlândia”.
“Tentar vincular o MST com qualquer organização criminosa é no mínimo um desrespeito e uma injúria com as mais de 80 mil famílias trabalhadoras acampadas em áreas do MST e as mais de 100 mil famílias assentadas pelo movimento nestes 41 anos de luta pela Reforma Agrária e por justiça social no campo. Não aceitamos e nem aceitaremos tais acusações caluniosas”, afirmou o MST.
Após repercussão da nota divulgada pelo movimento, o portal de notícias atualizou a matéria, acrescentando o posicionamento do MST e do Incra, no entanto em todas as três matérias sobre o caso continua afirmando que o homem preso faz parte do movimento. O Brasil de Fato DF procurou o Metrópoles, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
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