A praça São Pedro, no Vaticano, recebeu na manhã deste domingo (27) cerca de 200 mil fiéis para a primeira missa após o sepultamento do papa Francisco. A celebração foi conduzida pelo cardeal Pietro Parolin, que destacou a mensagem de misericórdia deixada pelo pontífice. “Só a misericórdia cura e cria um mundo novo, extinguindo os focos de desconfiança, ódio e violência”, afirmou.
Parolin, considerado o “vice-papa”, comparou a dor pela morte de Francisco à angústia sentida pelos apóstolos após a crucificação de Jesus. “A tristeza que nos assalta, a perturbação que sentimos no coração, a sensação de desorientação: estamos vivendo tudo isto”, declarou. A missa contou majoritariamente com a presença de jovens, já que o domingo também marcou o encerramento do Jubileu dos Adolescentes.
A canonização do Beato Carlo Acutis, prevista para esta data, foi adiada devido ao falecimento de Francisco. Conhecido como “padroeiro da internet”, Carlo morreu aos 15 anos em 2006, vítima de leucemia. O adolescente ganhou notoriedade por evangelizar nas redes sociais e criar um site dedicado aos milagres da Igreja Católica. Em 2019, foi creditado a ele um milagre ocorrido no Mato Grosso do Sul, onde uma criança foi curada após tocar uma peça de roupa com seu sangue.
A celebração coincidiu com o “Domingo da Misericórdia”, tradicionalmente celebrado no primeiro domingo após a Páscoa. Durante o funeral realizado no sábado (26), o cardeal Giovanni Battista Re também exaltou o legado de Francisco, especialmente sua firme oposição às guerras. “Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando por paz”, destacou.
Francisco faleceu no dia 21 de abril, aos 88 anos, após liderar a Igreja Católica por 12 anos. Seu pontificado foi marcado por um discurso humanitário e firme defesa dos pobres, da paz e da justiça social.