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BIG TECHS

Sem regulação, plataformas digitais ampliam conflitos sociais e deturpam conceitos de liberdade e democracia

Defensores da desregulamentação propagam a falsa ideia de que controlar as redes sociais é censura

08.maio.2025 às 10h05
Porto Alegre (RS)
Sérgio Amadeu da Silveira
Sem regulação, plataformas digitais ampliam conflitos sociais e deturpam conceitos de liberdade e democracia

Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, Musk assumiu a linha de frente de combate a regulação das plataformas - Foto: Etienne Laurent, Kamil Krzaczynski/AFP

Desde o seu lançamento, em julho de 2018, o Brasil de Fato RS vem se dedicando a publicar artigos relacionados à desinformação, fenômeno que desafia a integridade do debate público e afeta a democracia, a ciência e os direitos humanos. Para enfrentá-la de maneira eficaz, os campos progressistas devem unir esforços e compartilhar conhecimentos. Por isso, em parceria com outros sites de jornalismo independente, o Latinoamérica 21 e o The Conversation Brasil, apoiamos a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e o International Center for Information Ethics (ICIE) na identificação de artigos, análises e reportagens que trazem reflexões, dados e estratégias inovadoras para a construção de uma sociedade mais informada e resiliente. Nesta primeira fase da parceria, publicaremos principalmente contribuições referentes ao debate em torno da regulação das plataformas digitais. O artigo abaixo é a primeira delas.

__________________________________________________________________________

Em nenhum outro momento da história, um conjunto de poucas empresas conseguiu se tornar tão presente nas interações entre as pessoas da maioria das sociedades do planeta. As chamadas Big Techs se tornaram mediadoras ativas das relações sociais realizadas pelas tecnologias digitais. Não é demasiado lembrar que mediadores não são neutros. As Big Techs interferem na condução dos fluxos de opinião modulando as atenções e produzindo reações de seus milhões de pessoas convertidas em usuárias.

No interior das redes de relacionamento social e suas variações, seus controladores operam capturando os dados de cada movimento, de cada clique, enfim, das ações que permitem aos seus sistemas algoritmos que realizarão a oferta de conteúdos com a finalidade de prever nossas vontades e necessidades para predizer nossas ações. Isso pode ser resumido na expressão “monetização total da vida social’.

Operadas de modo invisível para seus usuários, essas plataformas concentraram as verbas de publicidade de quase todas as sociedades, a partir da gestão algorítmica dos olhares, das atenções. Daí manterem a lógica baseada na espetacularização de tudo. 

Para essas plataformas, a boa informação é a que gera engajamento, aquela espetacular, a que permite monetizar as interações. O compromisso que as Big Techs diziam ter com a qualidade informacional era apenas retórico. Número de cliques, replicações, ataques mútuos, exageros, mentiras e disseminação de fatos nunca ocorridos, são bem-vindos para as plataformas das Big Techs.

Liberdade assimétrica

Recentemente, com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, [Elon] Musk assumiu a linha de frente de combate a regulação das plataformas. Para tal, dissemina a ideia de que regular é censura. A noção de liberdade de Musk é baseada na força. 

Enquanto a liberdade democrática se funda na simetria, ou seja, no direito igual de todas e todos serem livres, a proposta de liberdade da extrema direita se traduz em assimetrias. O poderoso só é livre se puder aplicar todo o seu poder. O bilionário só é livre se puder utilizar sem limitações tudo que a sua riqueza permitir. Todavia, esse pensamento é mais próximo à violência do que a ideia de que todas as pessoas têm o mesmo direito a se expressarem.

Nas plataformas, não é a liberdade de expressão que impera. É o poder do dinheiro que reina. A monetização de absolutamente todas as relações em uma arquitetura informacional vertical, limitada e extremamente vigiada pelos seus donos. A gestão completamente opaca das redes de relacionamento online é operada por sistemas algorítmicos que executam as regras e as leis dos seus donos. Essa execução é completamente arbitrária, decidida monocraticamente pela direção dessas empresas, alterada sem aviso prévio, sem debate, sem consideração com seus usuários, apenas  seguindo duas lógicas, a da sua lucratividade e a de beneficiar a expansão de poder de sua visão de mundo.

Quem acredita que os sistemas algorítmicos da plataforma de Elon Musk serão neutros em disputas nos países em que a extrema direita e as forças democráticas se chocam? Quem defende que as plataformas do Grupo Meta não beneficiarão os discursos das forças que comungam ideias similares às de Trump? Quem acredita que essas estruturas não são plutocráticas, ou seja, onde o dinheiro é quem comanda?

As elites estão rompendo com a democracia 

Um dos grandes líderes da extrema direita das Big Techs, Peter Thiel afirmou já em 2009: “Não acredito mais que liberdade e democracia sejam compatíveis“. 

Diante da imensa crise de perspectivas futuras do sistema capitalista, grande parte das elites defensoras das soluções neoliberais rompeu com a democracia e aderiu ao reacionarismo, ou seja, às soluções da extrema direita. Sem compreendermos isso, não seremos capazes de defender a democracia. [Michel] Foucault nos sugeriu que poder é também estratégia. Fundamentalmente, a destruição do debate racional baseado em fatos se tornou a estratégia principal da extrema direita. O combate à realidade, à informação factual, à negação da ciência, estabiliza a estratégia da confusão, da luta por valores, à liberdade como aplicação da violência.

Nesse cenário, é bom lembrar a perspectiva do sociólogo Georg Simmel que nos ensinava que o conflito é um elemento inerente e necessário à vida social. Conflito e cooperação são complementares na vida social. Mas Simmel alertava que existem situações em que a ausência de formas sociais reguladoras, a negação absoluta do outro, a fragmentação da sociedade sem canais de mediação são destrutivos e extremamente perigosos. 

Simmel não conheceu o mundo hiperconectado de hoje, em que as pessoas estão o tempo todo atingidas por ondas de desinformação e discurso de ódio modulados pelos sistemas algorítmicos para potencializar a extração de dinheiro e a destruição de direitos. Mas trabalhando com suas análises, podemos notar que se tornou fundamental e indispensável o estabelecimento de uma regulação desses mega oligopólios e a construção de soluções para garantir a qualidade e a integridade das informações.

* Sérgio Amadeu da Silveira é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2005). É professor associado da Universidade Federal do ABC (UFABC). É membro do Comitê Científico Deliberativo da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura (ABCiber). Integrou o Comitê Gestor da Internet no Brasil (2003-2005 e 2017-2020). Coordenou o Governo Eletrônico da Prefeitura de São Paulo e criou o projeto Telecentros-SP (2001-2002). Presidiu o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (2003-2005). Pesquisa as implicações tecnopolíticas dos sistemas algoritmos e da Inteligência Artificial. Integra a rede de pesquisadores Tierra Común. Autor dos livros: Democracia e os códigos invisíveis: como os algoritmos estão modulando comportamentos e escolhas políticas (2019); Tudo sobre tod@s: redes digitais, privacidade e venda de dados pessoais; Exclusão Digital: a miséria na era da informação; Software Livre: a luta pela Liberdade do conhecimento; entre outros. É pesquisador do CNPq-Produtividade em Pesquisa.

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Vivian Virissimo
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