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Início Entrevista

Conclave

‘Não podemos ser ingênuos’, diz pastora Romi sobre expectativas com novo papa

Líder ecumênica fala ao Brasil de Fato DF sobre os riscos e esperanças diante da sucessão de Francisco no Vaticano

08.maio.2025 às 11h12
Brasília (DF)
Caína Castanha
‘Não podemos ser ingênuos’, diz pastora Romi sobre expectativas com novo papa

Pastora Romi Bencke, secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - Foto: Ivars Kupcis/CMI Photo: Ivars Kupcis/WCC

O mundo inteiro está com a atenção direcionada para o Vaticano,que após a morte do Papa Francisco em 21 de abril, iniciou nesta quarta-feira (7) o processo para escolha do novo pontífice. O conclave é formado por 133 cardeais, a maior parte escolhida por Francisco, reconhecido mundialmente como uma das lideranças religiosas mais influentes do século 21.

Diante da expectativa da comunidade católica, crescem as especulações sobre o sucessor de Francisco, que deixou um legado marcado pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, pelo diálogo inter-religioso e pela atenção às pessoas em estado de vulnerabilidade. 

O Brasil de Fato DF conversou com a pastora Romi para analisar o contexto social, político e religioso que envolve a sucessão. Para ela, o avanço da extrema direita global e a intolerância crescente dificultam a eleição de alguém com perfil similar ao do papa Francisco.

“Os tempos são de retrocesso e de novas formas de colonialismo, que carregam consigo a ideia da cristandade como meio político de dominação. Neste sentido, tendo a avaliar menos abertura em questões relacionadas aos direitos das mulheres e pessoas LGBTQIA+. Espero estar errada”, afirma a pastora Romi Bencke, teóloga e atual secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), sendo a primeira mulher a ocupar o cargo.

Romi integra um coletivo de mulheres religiosas comprometidas com as lutas por dignidade e igualdade. Gaúcha, vive em Brasília há mais de 17 anos e é reconhecida nacionalmente por sua atuação em prol do ecumenismo, dos direitos humanos e da justiça social.

Confira a entrevista completa:

Brasil de Fato DF : Pastora Romi, como a senhora avalia o legado deixado pelo papa Francisco, especialmente no que diz respeito ao compromisso com os direitos humanos, o diálogo inter-religioso e a opção pelos pobres?

Pastora Romi: O papa Francisco deixou muitos legados. Destaco que muitas das ações dele seguem abertas para continuidade. Eu caracterizaria o legado do papa Francisco como o de alguém que foi abrindo portas, cito alguns exemplos: quando ele foi para Lampedusa, no início do seu pontificado, deixou uma mensagem profundamente evangélica de acolhimento às pessoas imigrantes, refugiadas e apátridas. A acolhida pressupõe o enfrentamento à xenofobia. O encontro com os movimentos sociais aqui na América Latina [em 2015 na Bolívia] indica caminhos de que a própria continuidade da humanidade está intrinsecamente ligada às propostas elaboradas por esses movimentos: como a não dependência de um único modelo de produção, a agroecologia ou, indo além, de um ecossocialismo, e a valorização da diversidade cultural e religiosa como resposta às hegemonias culturais. Com a Laudato Si’, ele convocou o mundo a repensar e enfrentar o modelo capitalista que coloca nossa existência e a dos demais seres vivos em risco. Todas essas portas continuam exigindo respostas e responsabilizações urgentes.

Que perfil a senhora acredita que será buscado no novo papa? Haverá continuidade ou ruptura com o caminho progressista de Francisco?

Sobre o perfil do novo papa, tenho lido e escutado muitas análises, e tendo a me identificar com as realizadas por teólogas feministas católicas. Creio que um novo papa virá com o mandato de dar maior atenção à própria identidade católica romana. Isso significa alguém com um perfil mais institucional, menos aberto às questões estruturantes da humanidade.

É importante considerar que este conclave ocorre em um contexto de crescimento global de projetos liderados pela extrema direita, cujas características são o ultraneoliberalismo, o patriarcado e novas formas de colonialismo e dominação territorial — Gaza é o grande exemplo disso. Não podemos ser ingênuos, essa extrema direita tem interesse em tomar para si a força simbólica do catolicismo, que tem grande presença em regiões em disputa como a América Latina e a África.

“Não podemos ser ingênuos, essa extrema direita tem interesse em tomar para si a força simbólica do catolicismo”.

O papa Francisco foi conhecido por abrir pontes com outras religiões e denunciar as injustiças sociais. A senhora acredita que essa linha será mantida? Que riscos ou oportunidades vê nesse momento de transição?

Creio que essa linha do papa Francisco não será rompida de forma imediata, mas tende a enfraquecer, por várias razões. Uma delas é que o Papa Francisco tinha um carisma excepcional. Não vejo hoje, entre os cardeais, alguém com o mesmo carisma e pastoralidade. Com o tempo, esse novo papa irá imprimir suas próprias características à instituição e ao Vaticano, que também é um Estado. Lembremos que o papa é bispo de Roma, mas também chefe de Estado. Reforço: os tempos são de retrocesso e de novas formas de colonialismo, com a cristandade sendo instrumentalizada como ferramenta de dominação. Neste contexto, prevejo menos abertura em temas como os direitos das mulheres e das pessoas LGBTQIA+. Espero estar errada.

“Os tempos são de retrocesso e de estabelecer novas formas de colonialismo, que carregam consigo a cristandade como meio político de dominação.”

Como avalia os impactos que a escolha do novo Papa pode ter sobre temas como equidade de gênero, sexualidade e justiça social dentro da Igreja Católica?

Como já sinalizei, tendo a ser pessimista e esperar menos abertura, com foco maior na afirmação da tradição e da identidade católica romana. Essa tem sido a tendência das igrejas históricas de forma geral: a afirmação das identidades denominacionais e confessionais.

Quando as instituições reforçam identidade e tradição, tendem a ser menos abertas às agendas públicas. Além disso, não podemos esquecer que há uma disputa pelo sentido dos direitos humanos. Nem sempre, quando alguém diz defender os direitos humanos, está falando da defesa da diversidade, da equidade e de outras pautas centrais para os movimentos populares.

“Quando as instituições eclesiais reforçam a identidade e a tradição, tendem a ser menos abertas às agendas públicas.”

Muitos analistas têm apontado que essa eleição será marcada por disputas entre alas conservadoras e progressistas da Igreja. Qual é sua leitura sobre o cenário político por trás dessa escolha?

Tendo a concordar com essa leitura, inclusive porque a configuração geopolítica atual favorece isso. Novamente: o conclave escolhe um líder religioso e também um líder político. O Estado do Vaticano vota na ONU [Organização das Nações Unidas] e em outros espaços intergovernamentais, além de manter acordos bilaterais com diversos países.

A senhora vê espaço, no futuro próximo, para uma reforma mais profunda na estrutura de poder da Igreja Católica — incluindo maior abertura à participação de mulheres ou de outras vozes marginalizadas?

Não vejo espaço, no futuro próximo, para uma reforma mais profunda na estrutura de poder da Igreja Católica Romana. Trata-se de uma estrutura milenar. Qualquer mudança tende a ser muito gradual, e os movimentos de resistência são bastante articulados e fortes. Basta ver o número de movimentos católicos romanos que sequer consideravam o papa Francisco como líder legítimo da Igreja.

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Editado por: Flavia Quirino
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