A 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), começa nesta quinta-feira (8) no Parque da Água Branca, zona oeste de São Paulo (SP), e segue até o domingo (11). Além de reunir mais 500 toneladas entre de 1,8 mil tipos de alimentos in natura, agroindustrializados e produtos artesanais, todos sem veneno, o evento reafirma o compromisso do movimento com um projeto de vida frente às mudanças climáticas e à destruição ambiental promovida pelo agronegócio.
“O MST apresenta na feira as alternativas às mudanças climáticas a partir da produção orgânica e agroecológica”, afirma Maria Raimunda César Souza, da coordenação do coletivo de cultura do MST, em entrevista ao programa Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. “Produzir sem veneno para nós é seguir nos comprometendo com a sociedade e dizer que tem alternativas sim contra esse projeto de morte que está sendo imposto para a classe trabalhadora, para a sociedade brasileira.”
Durante os quatro dias de evento, o público poderá visitar a Cozinha da Terra, onde alimentos agroecológicos de todas as regiões do país serão preparados por assentados e assentadas. Serão comercializados ainda produtos como arroz, milho, macaxeira, doces, queijos e conservas vindos de acampamentos e assentamentos. Os feirantes já estão no espaço, organizando o evento.
Isso se soma a uma programação com mais de 250 artistas da cultura popular e shows gratuitos de nomes como Marina Lima, Arnaldo Antunes, Paulinho Moska, Almir Sater e Xangai, “artistas que se colocam na defesa da luta pela terra, dos alimentos saudáveis e contra o uso de agrotóxicos”, caracteriza Souza.
“A produção de alimentos é uma forma de construir cultura. A viola, o canto, a poesia, os saberes da roça, tudo isso compõe a vida camponesa”, diz. Para ela, a arte também faz parte da resistência dos camponeses.
Com seminários, oficinas e rodas de conversa, a feira será palco de debates sobre agroecologia, soberania alimentar e justiça climática. A programação completa pode ser acessada no site do MST dedicado à feira.
Cultura camponesa em destaque
A programação cultural da feira começa já na abertura, às 11h desta quinta, com um ato político seguido de apresentações musicais. A partir das 13h, o Palco Terra recebe shows e intervenções artísticas. À noite, o grande show de abertura reunirá Almir Sater e Xangai, artistas historicamente ligados à cultura do campo.
Durante os demais dias, os visitantes poderão conferir apresentações de dança, teatro, rodas de jongo e forró, além do Café Literário, que terá saraus e leituras coletivas. No domingo (11), o Festival Por Terra, Arte e Pão reúne Marina Lima, Arnaldo Antunes, Paulinho Moska, FBC, 7Family e Catu. No mesmo dia, a Resenha do Samba Paulista homenageia a tradição das escolas de samba com presença de Teresa Cristina, Tobias da Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde, Camisa Verde e Branco e Acadêmicos do Tatuapé.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
