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Início Opinião

POESIA MARGINAL

‘Versos em Trânsito’: meu corpo-palavra em movimento

A poeta paraibana Psicopreta faz, neste mês de maio, uma 'imersão poética' nos Slams de São Paulo

09.maio.2025 às 15h38
João Pessoa (PB)
Psicopreta (Djully Bernardo)
‘Versos em Trânsito’: meu corpo-palavra em movimento

Psicopreta é o nome artístico da poeta paraibana Djully Bernardo. - Foto: Carol Borges/@fotoscarolborges.

São Paulo é polo de vozes marginais, de versos reais. A cidade pulsa em rima, grita poesia, sussurra nas entrelinhas. E eu, vinda da Paraíba com os pés firmes onde o sol nasce primeiro e a cabeça cheia de sonhos, vim beber dessa fonte. Vim me encontrar em outras vozes, em outros palcos, em outros corpos que, como o meu, carregam cicatrizes e esperanças, movimentam-se em busca de um mundo mais igualitário.

Versos em Trânsito não é só um nome bonito: é o que eu vivo a cada esquina. O projeto foi aprovado no edital Bolsas Culturais, da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), e desde que pisei aqui, tenho experimentado o que é ser travessia. Sou mulher preta, periférica, bissexual, de matriz afroindígena – reforço essa identidade. Cada Slam que eu piso é território de afirmação.

No meu primeiro ato, em São Paulo, literalmente, estive no Primeiro Ato Slam, no Engenho Teatral. Um espaço onde o verbo arde, onde cada poeta é militante, é arquivo vivo, é tambor.

Sigo nessa imersão com sede. Participei do Slam Fluxo Ubuntu em sua primeira edição, do Slam 015, de Sorocaba (SP). No próximo dia 15, estarei no Slam do ABC, e também pretendo colar no Slam das Minas SP, que é mais que uma batalha: é um quilombo contemporâneo, no qual as mulheres e pessoas trans podem ser plenamente.

Essa não é só uma viagem. É um reencontro com as possibilidades da minha arte. É saber que a poesia paraibana vive, pulsa e atravessa fronteiras. Que eu sou corpo em trânsito, sim, mas minha raiz continua firme na minha terra, Parahyba!

E que tudo isso é só o começo.

*Psicopreta (Djully Bernardo) é poeta marginal, produtora cultural, graduanda em direito e integra organizações coletivas do Hip Hop paraibano, atuando como militante pelos direitos humanos. Foi campeã do Slam Estadual PB 2020, e chegou à semifinal do Slam BR, também foi finalista no Concurso Nacional de Poesia Tâmaras e representou a Paraíba na Central Nacional de Slam. Apesar de Kanoni ser sua primeira obra de poesias solo, a poeta já participou de antologias como As Minas do Slam e Juventude nas Letras.

**A opinião contida neste texto não necessariamente representa a linha editorial do Brasil de Fato.

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Editado por: Carolina Ferreira
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