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ARTIGO

O financiamento da transição ecológica

Desmatamento e exploração hídrica fazem parte de um modelo que visa crescimento sem considerar os limites ecológicos

17.maio.2025 às 16h41
São Paulo (SP)
Pamela Kenne

O Brasil tem buscado estratégias para alinhar crescimento econômico e transformação ecológica, especialmente por meio da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) - Nelson Almeida/ AFP

A incapacidade de implementar medidas eficazes contra a crise climática está enraizada nas estruturas de poder e incentivos do capitalismo moderno. Esse sistema, moldado por mais de 500 anos, prioriza resultados imediatos – lucros periódicos, ciclos eleitorais e consumo diário – em detrimento de um planejamento sustentável para o futuro. No Sul Global, essa lógica se manifesta de forma ainda mais crítica, onde as projeções do mercado financeiro e as políticas econômicas perpetuam um modelo agroextrativista que fragiliza a capacidade de adaptação climática e compromete a soberania sobre os recursos naturais.

O capitalismo não apenas dificulta a mitigação das mudanças climáticas, mas também transforma os desastres ambientais em processos sistêmicos. As alterações no uso do solo, o desmatamento e a exploração hídrica são consequências diretas de um modelo econômico que visa crescimento contínuo, sem considerar os limites ecológicos. A destruição ambiental não é um efeito colateral, mas uma característica funcional da modernidade capitalista. Esse fenômeno se reflete na atual estrutura de investimentos, onde financiamentos voltados à sustentabilidade ainda são insuficientes para viabilizar uma transição justa e sustentável.

O Brasil tem buscado estratégias para alinhar crescimento econômico e transformação ecológica, especialmente por meio da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB). Inspirada por experiências da União Europeia, China, México e Colômbia, a TSB propõe uma classificação para orientar investimentos sustentáveis dentro do Plano de Transformação Ecológica. No entanto, diferentemente das taxonomias do México e Colômbia, que incorporam indicadores agroecológicos, a metodologia brasileira foca essencialmente nas cadeias de commodities, perpetuando o modelo agroexportador e restringindo alternativas produtivas mais sustentáveis.

As primeiras experiências de construção de taxonomias foram motivadas pela necessidade de mobilizar fundos de investimentos verdes para a realização de transições energéticas nos sistemas produtivos dos respectivos Estados. No caso brasileiro, busca-se recursos para a efetivação do Plano de Transformação Ecológica que está sendo composto a partir dos seguintes eixos: a) adensamento tecnológico; b) bioeconomia; c) transição energética, e d) finanças sustentáveis. Os três primeiros eixos dizem respeito à mudança paradigmática de pensamento sobre o desenvolvimento econômico brasileiro, baseando-se nos princípios da neoindustrialização e do crescimento econômico verde. Para as ‘finanças sustentáveis’, estão sendo propostas estratégias de intervenção no sistema financeiro com o objetivo de que os capitais investidos sejam reorientados para a efetivação da transição ecológica.

O financiamento da transição ecológica no Brasil passa por desafios estruturais

De acordo com o Relatório de Execução do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) de 2024, o orçamento destinado a ações climáticas é de R$ 10,4 bilhões em financiamentos reembolsáveis e R$ 8,6 milhões em agenciamento financeiro via BNDES. Os recursos públicos, incluindo iniciativas como Indústria Mais Verde e projetos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), mostram avanços na agenda ambiental, mas ainda são limitados diante da necessidade de transformação produtiva. O compromisso fiscal, marcado por políticas de austeridade e arcabouços fiscais, restringe ainda mais os investimentos públicos necessários para fortalecer a transição ecológica.

Uma das alternativas para estruturar uma transição econômica e climática justa seria a reorientação dos gastos públicos, priorizando investimentos em serviços e infraestrutura sustentáveis. A economia circular, que propõe a reutilização de resíduos como matéria-prima, exemplifica um modelo que rompe com o paradigma extrativista. Entretanto, os incentivos financeiros ainda privilegiam a lógica da competitividade industrial, dificultando uma reformulação do sistema produtivo que integre justiça social e ambiental.

A neoindustrialização global pressiona o Brasil a reavaliar seu modelo de inserção econômica

Portanto, o governo estruturou o plano de ação para a Nova Indústria Brasil (NIB) que se organiza em seis missões. A primeira missão da NIB tem como objetivo o desenvolvimento das cadeias agroindustriais e o fortalecimento da produção sustentável de alimentos. Através da captação de fundos financeiros, principalmente através de linhas de fomento do BNDES, visualiza-se a capacidade de ampliar a infraestrutura de cooperativas de alimentos e a mecanização das pequenas e médias propriedades rurais. Essas iniciativas, além de distribuírem valor agregado aos pequenos produtores rurais, abrem caminhos para transições agroecológicas e inovações sustentáveis cruciais para reestruturar as bases produtivas nacionais. 

Articulada ao Plano de Transformação Ecológica, a NIB pode ser uma oportunidade de fortalecer cadeias agroindustriais sustentáveis, descentralizar investimentos e reduzir vulnerabilidades territoriais. No entanto, para que essa transição seja viável, é fundamental superar relações neocoloniais e revisar prioridades estratégicas, redirecionando recursos para projetos que realmente garantam resiliência climática e socioeconômica. 

Se queremos financiar uma transição ecológica justa, precisamos discutir o papel do Estado na reorganização econômica e a viabilidade de um novo paradigma de desenvolvimento. A sociedade civil é a única força capaz de gerar pressão suficiente para a mudança. Sem uma mobilização ampla e estratégias políticas concretas, continuaremos repetindo o ciclo de destruição ambiental, vendendo o futuro por resultados imediatos e sacrificando a estabilidade social por ganhos de curto prazo.

*Pamela Kenne é psicóloga graduada na Universidade Federal de Santa Maria e mestranda no Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Thalita Pires
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