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Entrevista

Ricardo Antunes: ‘O capitalismo extrai a pele, o corpo e a alma da classe trabalhadora’

Um dos principais nomes da Sociologia do Trabalho falou sobre a situação da classe trabalhadora nos dias atuais

26.maio.2025 às 14h44
São Paulo (SP)
Caroline Oliveira
Ricardo Antunes: ‘O capitalismo extrai a pele, o corpo e a alma da classe trabalhadora’

- Antonio Scarpinetti/Jornal da Unicamp

A crise do capitalismo é uma tônica entre cientistas políticos, economistas e sociólogos que buscam entender o cenário brasileiro. A ideia de que o sistema de produção capitalista ainda atende a um verniz democrático, pelo menos em alguns lugares do país, tem pouco espaço entre os acadêmicos progressistas. Das análises mais pessimistas às otimistas, porém, observar a classe trabalhadora e suas condições são essenciais para entender o movimento e encontrar caminhos de saída. 

Ricardo Antunes, professor titular de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp), é um dos principais nomes da Sociologia do Trabalho no Brasil e América Latina. Foi professor visitante na Universidade de Sussex (Inglaterra), na Universidade Ca’Foscari (Veneza/Itália) e na Universidade de Coimbra (Portugal). Também já foi contemplado com a Cátedra Florestan Fernandes do Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (Clacso).

Em entrevista ao Brasil de Fato, Antunes parafraseia Antonio Gramsci ao fazer uma análise pessimista, mas garantir que é um otimista. Para o docente, “o capitalismo desenvolveu o seu sistema de metabolismo social, intensificando uma tendência que está presente desde o início do capitalismo, mas que agora atingiu a sua fase mais intensa: o capitalismo só pode crescer destruindo”.

Essa destruição atinge três pilares: natureza, trabalho e igualdade substantiva. É no segundo aspecto, o do trabalho, em que o professor se concentra em livros recentemente publicados e nesta entrevista. “Há uma massa imensa de trabalhadoras e trabalhadores compondo”, o que o professor chama de “exército de reserva”.

“Nesse cenário, o capitalismo reduz a força humana de trabalho ao mínimo possível, extraindo a pele, o corpo e a alma desta classe trabalhadora”, diz. “Inventou-se uma denominação para esses trabalhadores e trabalhadoras, empregando sem dizer que eles são empregados, assalariando sem dizer que elas são assalariados, proletarizando ao limite sem dizer que são proletários, para poder burlar a legislação protetora do trabalho onde é possível fazer isso”. 

Antunes fala principalmente dos trabalhadores de aplicativos de serviços, como Ifood e 99. Um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), publicado no ano passado, mostrou que o número de motoristas que atuam de forma autônoma no transporte de passageiros passou de 400 mil em 2012 para 1 milhão em 2022. No mesmo período, no entanto, a remuneração média mensal desses trabalhadores caiu de R$ 3.100 para R$ 2.400. Soma-se a isso uma escala de trabalho que preenche toda a semana, uma jornada que ultrapassa das 10 horas diárias e a ausência de garantias legais de um trabalho formal.

“Toda esta classe trabalhadora, desde a com menos qualificação até a com mais qualificação, está fora da legislação protetora do trabalho. Isto é voltar no Brasil e no mundo às condições de trabalho do século 19 na Inglaterra, que era caracterizada pela exploração ilimitada, pela expropriação dos direitos do trabalho”, afirma o professor. 

Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: O senhor já afirmou que o capitalismo que faz sucesso hoje combina o fascismo com neoliberalismo. Como chegamos a esse cenário depois de um período de bem-estar social na Europa? 

Ricardo Antunes: A primeira ideia é que nós estamos vivendo desde 1973 uma crise estrutural do sistema do capital. Ponto. Não é uma crise cíclica como foi até o final dos anos 60. Isso significa que o capitalismo desenvolveu o seu sistema de metabolismo social, intensificando uma tendência que está presente desde o início do sistema, mas que agora atingiu a sua fase mais intensa: o capitalismo só pode crescer destruindo. 

Dou três exemplos. A destruição da natureza chegou a um nível quase irreparável. Se nós não tomarmos medidas profundas, eu não arriscaria dizer que tipo de vida teremos daqui a 30 anos. Só o capitalismo na sua lógica destrutiva é que vai testar isso ao limite. Não é por acaso que a acumulação está migrando também para o espaço, com Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg. Quer dizer, a escória burguesa da era mais destrutiva está acumulando nos céus para nos levar ao inferno. 

A segunda destruição, falaremos em seguida, é destruição do trabalho. Nunca houve na história do capitalismo uma destruição tão avassaladora do trabalho. A terceira destruição é a de qualquer tipo de igualdade substantiva. 

Há um encanto da população trabalhadora, especialmente aquela mais empobrecida do chamado proletariado, o jovem proletariado mais precarizado. Há uma campanha insidiosa contra a política e há um pêndulo no processo eleitoral que é mais ou menos assim: a esquerda moderada vence, arruma a casa, a direita vence e destrói a casa. Aí vem a esquerda moderada e reconstrói a casa capitalista. É disso que estamos falando: arcabouço fiscal, organizar o capitalismo, dar um verniz de civilização para o capitalismo. Isso é impossível.

É o fim daquilo que alguns chamam de capitalismo democrático?

Isso nunca existiu, porque em 1789 a burguesia fez uma revolução radical em nome da liberdade, da igualdade e da fraternidade. O proletariado nascente apoiou a revolução contra o feudalismo, o absolutismo e a nobreza. Em 1848, no entanto, poucas décadas depois, o proletariado foi às ruas de Paris e falou: “A burguesia não fala mais em liberdade, igualdade e fraternidade, o que aconteceu?”, e foi violentamente reprimido. 

Ponto dois: o que nós tivemos na Europa no pós-Segunda Guerra, o estado de bem-estar social, existiu num número limitado de países do norte do mundo – não chegou aos Estados Unidos e nem ao Japão – que viveram coágulos de bem-estar social com base numa divisão internacional do trabalho. 

Nessa divisão, a remuneração do operário sueco era muito superior do que a remuneração do operário brasileiro ou de qualquer outro país do sul do mundo, mesmo que trabalhando numa empresa sueca. Ou seja, os países do norte conseguiam garantir melhores condições de vida para a sua classe trabalhadora através de uma sucção intensificada de exploração. Esse coágulo de estado de bem-estar social passou a desmoronar depois da crise estrutural de 1973. 

Neste momento, o neoliberalismo também vive um desgaste. Para recuperar a expansão capitalista, o neonazismo e o neofascismo se colocam como contra a ordem, a globalização e um comércio equânime entre os países. Donald Trump fez a sua campanha dizendo ser o representante da classe trabalhadora nos Estados Unidos, porque no dia seguinte à sua eleição, pela segunda vez, ele botaria para fora dos Estados Unidos os imigrantes para garantir o trabalho dos operários americanos. É por isso que o Trump teve voto da classe trabalhadora. 

O Partido Democrata praticamente nunca falou na classe trabalhadora. A Kamala Harris tratava de várias outras questões, mas eu nunca a vi falando em defender vigorosamente os direitos da classe trabalhadora norte-americana para valer. 

E, se você for olhar a política do neofascismo, tem traços que são neoliberais, mas tem outros traços que não são neoliberais também. É um monstrengo difuso e confuso. É um neoliberalismo extremado que tem uma pata devastadoramente neoliberal e outra pata devastadoramente fascista. Atenção: não é mais o fascismo do início do século 20. Hoje tem sido mais radical na aparência para manter de modo impiedoso a devastação.

O senhor fala em fascismo. Robert Kurz fala em “sociedades patológicas” num período de “interregno” em que há a crise estrutural do capitalismo. O que estamos vendo hoje com a precarização extrema do trabalho e o avanço da extrema direita são sintomas dessa sociedade patológica?

Eu tenho grande admiração pelo Robert Kurz. Debati com ele há 20 e tantos anos atrás na USP. O Robert Kurz entende a crise do capitalismo como eu, que chamo de crise estrutural. O Robert Kurz tem um lado que eu critiquei muito no meu livro Adeus ao trabalho, respeitosamente, porque ele é herdeiro da escola frankfurtiana na sua pior vertente, que diz que a classe trabalhadora morreu e que a classe trabalhadora não tem mais como lutar contra o sistema. Ele diz que a classe trabalhadora luta para melhorar o salário. Se ela luta para melhorar salário, ela luta dentro da lógica da mercadoria. Se ela luta dentro da lógica da mercadoria, ela não vai mais mudar o mundo. Errou três vezes. 

A minha análise da crise estrutural, para que fique bem clara a diferença, é muito inspirada num outro gigante que é o István Mészáros. O Kurz diz que é uma crise estrutural que está nos levando a um colapso completo. O Mészáros diz que é uma crise estrutural permanente e contínua, mas que o capitalismo pode administrar essa crise até o limite. Ponto dois: para o Mészáros, assim como para mim – e é isso que eu venho trabalhando há 50 anos –, a classe trabalhadora é potencialmente o ente social capaz de mudar o mundo. Três autores me inspiram na tese da crise estrutural: István Mészáros, François Chesnais e Robert Kurz.

Agora só para terminar bem e muito respeitosamente Kurz. Ele diz que Marx tem uma teoria do fetichismo maravilhosa. Ele está certo. Mas ele diz que Marx está equivocado na sua teoria da luta de classe. Quem está equivocado não é o Marx, é o Kurz – e digo isso respeitosamente. 

Num aspecto mais detalhado do mundo de hoje, onde podemos ver essa precarização do trabalho e esse avanço da extrema direita ou do fascismo? 

Com a crise estrutural do capital a partir de 1973, houve a tendência decrescente da taxa de lucro, uma mudança no padrão de acumulação taylorista e fordista, que não tinha mais condições de se manter hegemônico no mundo do capital. O mundo da hegemonia transitou da burguesia industrial para a burguesia financeira – parênteses: o capital financeiro é o mais destrutivo de todos. É o outro Frankenstein, porque ela é junção do capital industrial mais o capital bancário, criando um monstrengo, que é a burguesia financeira, que só pensa que dinheiro tem que gerar mais dinheiro. 

Bom, nós tivemos desde a década de 70 a crise estrutural do sistema do capital. Tivemos a partir de 1973 a explosão do desemprego estrutural em amplitude global. Praticamente não há país do mundo depois da década de 70 que não sofreu com a intensidade de desemprego, com as exceções raras. No sul global, esse desemprego se ampliou enormemente. A indústria passou a sofrer um processo de mutação na medida em que, na crise estrutural, o capital começou a desenvolver o salto da robótica para o mundo digital, os algoritmos e para a inteligência artificial. 

Karl Polanyi dizia que isso é o moinho satânico em meados do século passado. Eu sempre repito que, se o Polanyi estivesse vivo hoje ele, ia ter que ser mais ainda instigante, porque hoje é o moinho satânico dos demônios. Há uma massa imensa de trabalhadoras e trabalhadores compondo e ampliando o que o Marx chama de superpopulação relativa ou exército industrial de reserva. Vamos chamar de exército de reserva porque o Marx tinha uma concepção ampla de indústria. É um exército sobrante de trabalhadores e trabalhadoras. Uma massa imensa procurando o trabalho diante de tecnologias capazes de substituir ilimitadamente o trabalho vivo – outro golpe de Frankenstein. 

Aqui tem um ponto muito importante. Se o capital eliminar completamente o trabalho vivo, por hipótese, ele morre. Então ele jamais vai fazer isso. O capital não sobrevive um dia sem trabalho vivo. E o exemplo cabal disso é que, quando se falava em fazer lockdown durante a pandemia, as empresas entraram em parafuso, transtornadas, porque se as empresas fazem um mês de lockdown, é um mês sem trabalho e sem produção, sem criação de mais valia, sem criação consequentemente de riqueza privada. 

O capitalismo não vive sem o trabalho, mas reduz a força humana de trabalho ao mínimo possível, extraindo a pele, o corpo e a alma desta classe trabalhadora, fazendo com que ela trabalhe 18 horas por dia. Estou exagerando? Para menos. Basta estudar a jornada de trabalho dos trabalhadores de aplicativos do Brasil, Argentina, Uruguai, México, Índia e China e nós vamos ver do que estamos falando. É jornada no mínimo acima de 12 horas por dia, sem contar o tempo que o trabalhador fica logado, como no caso dos trabalhadores e trabalhadoras das plataformas digitais. 

Inventou-se uma denominação para esses trabalhadores e trabalhadoras, empregando sem dizer que são empregados, assalariando sem dizer que são assalariados e proletarizando ao limite sem dizer que são proletários para poder burlar a legislação protetora do trabalho onde é possível. Toda esta classe trabalhadora, desde a com menos qualificação até a com mais qualificação, está fora da legislação protetora do trabalho. Isto é voltar no Brasil e no mundo às condições de trabalho do século 19 na Inglaterra, que era caracterizada pela exploração ilimitada e pela expropriação dos direitos do trabalho. 

Os trabalhadores estão endividados e espoliados frente ao capital financeiro, expropriados do direito e explorados a jornadas ilimitadas e ilegais. É esse o trabalho que mais se expande no mundo. O objetivo principal da tecnologia no mundo do capitalismo, na fase mais destrutiva, não é o bem-estar social. Eu não conheço uma empresa no mundo que introduziu inteligência artificial, o algoritmo, reduziu a jornada de trabalho e aumentou significativamente o salário. 

Onde o fim da escala 6×1 se encaixa nesse cenário como uma pauta crucial?

Se não houver luta sindical, luta popular, luta social, luta nas fábricas, luta no comércio, isso se esparrama ainda mais. Por isto a reivindicação do fim da jornada 6×1 é uma questão vital desse novo proletariado de serviços da era digital que tem jornadas ilimitadas e não tem direitos. Essa luta toca no flagelo mais evidente que singulariza o trabalho no setor de serviços. 

O avanço da produtividade nos últimos 40 anos no capitalismo foi imenso, mas isso não se refletiu numa diminuição, mas no aumento da intensidade do trabalho. Nesse sentido, reduzir a jornada de trabalho é uma forma de reduzir uma das dimensões da exploração do trabalho, aquela exploração que decorre do prolongamento da jornada de trabalho. Mas ao reduzir a jornada de trabalho, tem que lutar também para que não haja mais intensidade e menos salário. 

Qual é o lugar do Brasil nesse cenário de crise estrutural do capitalismo em que os países centrais concentram o capital financeiro? Há espaço para otimismo?

Sempre que a coisa fica pesada e difícil, eu olho para a história. Eu nunca vi, ao longo da história, um momento em que todas as contradições chegam ao seu limite sem uma resposta popular. O feudalismo durou mais de 10 séculos, e não passava na cabeça dos reis absolutistas e nobres que alguns deles pudessem morrer enforcados na praça em Paris. Mas chega uma hora em que “tudo que é sólido pode desmanchar no ar”. Agora, se a esquerda é contra o desmanche do ar e quer consertar o inconsertável… Ou a esquerda muda ou ela vai ter que ser superada pelas lutas sociais. 

Eu vou lembrar Gramsci: “A minha análise é pessimista, mas a minha vontade é otimista”. Se eu não tivesse algum otimismo, eu não estaria dando essa entrevista. Eu volto ao que falei anteriormente: não houve nenhum momento da história da humanidade em que, ao menos em algum momento, o curto circuito foi completo e houve revolução. O fim da escravidão grego-romana foi assim. O fim da escravidão no Brasil foi assim.

Nós queremos reinventar o socialismo, mas por que nós não vamos estudar a experiência dos indígenas que tinham um modo de vida comunal? Nós temos que estudar o movimento indígena. Nós temos que estudar a experiência dos quilombos, que era um modo de vida comunal. Não há saída. Não há espaço para reformas substantivas do capitalismo. É claro que eu estou a favor de algumas reformas basilares, mas eu não tenho ilusão de que nós vamos mudar o mundo reformando até um dia que todo mundo está reformadinho. Essa época mudou. Isso é passado. 

Nós não estamos mais na época de guerra entre grandes grupos econômicos, de um lado os Estados Unidos e do outro lado Japão, China, Alemanha. Estamos numa guerra aberta onde não tem espaço mais para a natureza, não tem espaço mais para o trabalho humano e não tem espaço mais para as mulheres, os negros, os indígenas, os imigrantes. 

Nós estamos vivendo um ciclo de contrarrevolução preventiva de amplitude global. Pego aqui o conceito do Florestan Fernandes de contrarrevolução preventiva. É um período de contrarrevolução quando não tem o risco iminente de nenhuma revolução no horizonte, nenhuma. É o momento que os capitais devastam. Por isso eu disse que hoje tem um monstrengo simbiótico que mistura neofascismo, neonazismo com o neoliberalismo extremado. 

Fazendo uma análise do cenário atual, quem está radicalizando nas lutas das últimas décadas? O neofascismo e o neonazismo. Em 2022, por exemplo, quem dizia que era contra o sistema era Jair Bolsonaro. Na minha avaliação, as esquerdas têm se mostrado incapazes de pensar o mundo para além do capital. No início do século 20, a esquerda era o princípio da esperança, com as revoluções. Mas, da segunda metade do século passado para cá, a esquerda vem sendo cada vez mais defensiva na sua ação e gestora da ordem. A esquerda tem sido incapaz de ser anticapitalista.

Quando as esquerdas estão há décadas tentando, digamos assim, reformar o irreformável, a direita neoliberal perdeu o impulso também. E a extrema direita diz: “Nós somos os que vamos radicalizar. Nós somos contra o sistema”. Todos eles dizem isso. Eles não são contra o sistema, eles são parte do sistema. O Trump é o exemplo mais cabal disso e mais recente.

Mas a esquerda não sabe o que fazer. Nós desaprendemos porque só pensamos na eleição, com algumas exceções. A maioria dos partidos de esquerda no mundo tornaram-se partidos eleitorais, gostaram do poder. A vida no poder é mais sutil. 

A esquerda tem que se preparar porque no momento em que nós tivermos que oferecer uma resposta aqui e agora de que mundo nós queremos, eu não vou poder dizer que nós estamos preocupados com a próxima eleição para vereador, para prefeito e para governador e para presidente. Eu não sou antiparlamentar, eu quero luta extraparlamentar.

Editado por: Nathallia Fonseca
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