Mais uma vez o governo Zema mostra a que veio. Reduzir cada vez mais as obrigações e o papel do Estado em nossa vida, como se não dependêssemos dele para o provimento da saúde, educação básica e outras necessidades.
Nos últimos dias vimos o seu plano de sucatear os hospitais públicos da rede FHEMIG para abrir caminho para a sua privatização, e agora está buscando vias para se eximir da responsabilidade da educação.
Sua tentativa se dá por meio do Programa Mãos Dadas, que apesar do nome e da boa propaganda, está tentando reduzir a responsabilidade a nível estadual com a educação, via transferência da responsabilidade de turmas do ensino fundamental para os municípios.
O programa em sua propaganda oferece aos municípios apoio financeiro e pedagógico, entretanto, é bastante controverso e tem sido alvo de muitas críticas, inclusive da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Não houve a tramitação de lei que criasse tal programa, e, apesar da complexidade da iniciativa, o que está regulamentando é somente uma resolução da Secretaria de Estado de Educação.
Mais precarização da educação
Há dúvidas sobre a capacidade dos municípios em absorver tal demanda. Até porque a ajuda financeira prometida pelo Estado envolve somente recursos para estruturação e reformas. A manutenção da rede estaria na responsabilidade dos municípios, o que pode ser um risco em muitas situações para uma maior precarização da educação.
Além disso, não necessariamente as prefeituras poderiam absorver todos os profissionais e professores que estão em exercício nas escolas que seriam municipalizadas, o que somente aconteceria caso as prefeituras abrissem concurso público, e os atuais profissionais realizassem as provas. Isso, então, ocasionaria milhares de desocupações, comprometendo a permanência de milhares de professores em exercício atualmente. Além desses fatores, esse cenário da municipalização também pode criar um ambiente para escantear cada vez mais a educação em âmbito estadual, a partir de seu parcelamento e maior cenário para precarização.
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Como pode um governante ser tão cruel com duas pautas que tem tanto apelo e demandas pela população, que são a saúde e educação?
Um governador que só tem a oferecer a privatização da saúde e o sucateamento da educação à sua população é um mau gestor. Frequentemente Romeu Zema aparece em diversos eventos de caráter nacional em que vende a figura de um gestor moderno e eficiente, entretanto, suas políticas estão totalmente na contramão do que são os anseios e demandas populares.
Romeu Zema não é um bom gestor, e não está preocupado com o bem estar da população que governa. Se estivesse, não trataria a saúde, educação e a sua população com tamanho desrespeito.
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