Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

VIOLÊNCIA

Em menos de um ano, dois indígenas são marcados com ferro em brasa em ilha de criação de gado no Tocantins

Vítimas são uma criança e um adolescente; nenhum acusado foi responsabilizado pelos crimes

27.maio.2025 às 06h00
São Paulo (SP)
Carolina Bataier
Em menos de um ano, dois indígenas são marcados com ferro em brasa em ilha de criação de gado no Tocantins

Em outubro de 2024, criança Karajá teve braço queimado com ferramenta de marcar animais - Divulgação/DPE-TO

Em menos de um ano, uma criança e um adolescente indígenas foram vítimas do mesmo tipo de violência na Ilha do Bananal, no Tocantins. Eles tiveram a pele queimada com ferro em brasa, instrumento usado para marcar bois. Em nenhum dos casos os autores foram, até o momento, responsabilizados pela Justiça.

A agressão mais recente aconteceu no dia 28 de abril. O adolescente de 15 anos ajudava o tio na lida com o gado, atividade comum na região. O jovem e o tio seguravam uma bezerra para que um vaqueiro fizesse a marcação no animal, prática usada para identificar os rebanhos.

O homem fez a marcação na bezerra e, em seguida, repetiu a ação nas costas do adolescente que só contou para a mãe sobre a violência horas depois, quando as bolhas começaram a aparecer.

Pele do adolescente ficou marcada com um número 5 – Arquivo pessoal

“A gente levou o menino da cidade. Ele passou por uma consulta médica e foi avaliado que teve a queimadura de segundo grau”, conta Sônia*, mãe do jovem. Além da cicatriz na pele da vítima, o crime deixou marcas emocionais na família. “Eles não têm noção do que eles fizeram com a minha família, com o meu marido… Meu esposo não tá bem devido à situação. Isso mexeu muito”, diz a mãe do jovem. “Ninguém vai chegar numa pessoa e fazer o que eles fizeram assim do nada, né? Então, eu acredito que tem preconceito, tem raiva”.

A mãe do adolescente lamenta que, ainda hoje, quase um mês depois do crime, nenhum dos envolvidos tenha sido chamado à delegacia. Nem a vítima foi ouvida pela polícia

O agressor saiu da ilha a pedido dos indígenas e está impedido de retornar à área. O caso foi registrado na delegacia de polícia de Formoso do Araguaia (TO) como lesão corporal dolosa.

“A Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia, após o exame de corpo delito, instalou inquérito para apurar a autoria do crime praticado contra o adolescente indígena”, informa Lusmar Soares Filho, procurador especial, que trabalha junto à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Segundo o procurador, a Funai, através da Procuradoria Federal Especializada, está acompanhado o caso e pedindo rigor nas investigações.

Outro caso

Em outubro de 2024, um menino de apenas 6 anos teve o braço marcado com ferro em brasa. De acordo com informações da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DP-TO), a criança estava brincando na aldeia quando um homem cometeu o crime.

“O acusado trabalha como encarregado de fazenda cuidando da criação de gado na ilha, são conhecidos no local como retireiros”, relatou a defensora pública Letícia Amorim. “Ficamos consternados e muito apreensivos com a situação, que pode se configurar como tortura e uma forma de subjugação dos indígenas em relação aos não indígenas”, disse, em informação prestada ao site da defensoria do estado.

A decisão da Justiça atende a um requerimento de Medidas Cautelares Penais do Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) e proíbe o acusado de se aproximar da vítima e de seus familiares, devendo manter uma distância mínima de 300 metros.

A reportagem do Brasil de Fato tentou contato com a delegacia local, mas não obteve retorno. O email voltou e as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto para manifestações.

MPF pede retirada do gado

A Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo, fica entre os rios Javaé e Araguaia, nas divisas do estado do Tocantins com Goiás e Mato Grosso. A área é habitada por indígenas Karajá, Javaé e Avá-Canoeiro. E, também, por muitos bois.

Parte do gado pertence aos indígenas, mas muitos animais são dos rebanhos dos arrendatários, pessoas de fora da ilha que usam aquelas terras para a prática da pecuária.

De acordo com informações da Agência de Defesa Agropecuária do Governo do Tocantins, em 2019, o rebanho total vacinado na Ilha do Bananal foi de 116.796 bovinos, distribuídos em 344 retiros. Desses, 20.730 animais, ou 17,75%, pertenciam aos indígenas. Informações recentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) indicam que a quantidade de bois continua em torno de 100 mil cabeças de gado.

Localizada na Amazônia Legal, Ilha do Bananal é a maior ilha fluvial do mundo – Fernando Alves/Governo do Tocantins

Em 2024, um incêndio devastou a área da Mata do Mamão, onde há registro de indígenas isolados. Anos antes, em 2021, a área já havia sido arrasada pelas chamas.

“Essa questão do fogo está muito relacionada aos arrendamentos”, explica Marcelo*, agente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). “Porque os arrendamentos são para gado, né? E o pasto lá é uma pastagem nativa. Então, é uma prática comum dos criadores de gado colocar fogo para brotar a pastagem, e esse fogo, ultimamente, tem se tornado incontrolável”, diz.

Em dezembro do 2024, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que todo o gado de posse de pessoas não indígenas fosse retirado da ilha até agosto de 2025. Entretanto, de acordo com o órgão, lideranças indígenas solicitaram uma reunião para a definição de nova data, alegando tempo insuficiente e questões econômicas, além de discutirem alternativas de geração de renda. Depois das tratativas, o novo prazo foi definido para dezembro de 2025.

“Isso já é um processo histórico, antigo, [o gado] já foi tirado uma vez, voltou”, diz Marcelo. No início dos anos 2000, mais de 90 mil cabeças de gado foram removidas da área habitada pelos indígenas. “E esses crimes aqui contra essas crianças e adolescentes estão acontecendo nesse clima que está agora, de discussão sobre o arrendamento”, diz o agente.

Ele ressalta que o Cimi tem, há anos, acompanhado as populações da área e se posicionado contra o arrendamento das terras indígenas. “Porque isso tem sido bastante prejudicial, tanto ao meio ambiente, quanto à população indígena”.

*Nomes alterados a pedido dos entrevistados, por questão de segurança.

Editado por: Thalita Pires
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Ilha do Bananal

Terra indígena que mais queima em 2021 enfrenta avanço da pecuária, desmatamento e pesca ilegal

CRIME

Fundamentalismo religioso e disputas por terras motivam destruição de casas de reza Guarani Kaiowá

Resistência

Comunidades tradicionais lutam contra o fogo no Maranhão e Tocantins

COINCIDÊNCIA?

Gado é fogo: municípios com maior rebanho bovino do Brasil são os mais incendiados em 2024

Veja mais

Ativismo Cultural

Lei Aldir Blanc viabiliza oficinas de quadrinhos em Alpestre (RS)

Artigo

PL da Devastação: licença para destruir e desinformar sobre os territórios tradicionais

TEATRO

Levanta Favela apresenta nova temporada da peça ‘Os Sofrimentos do Jovem Werther’ em Porto Alegre

HOMENAGEM

Lula concede Ordem de Rio Branco a Eunice Paiva

SAÚDE MENTAL

Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre reafirma defesa dos direitos da população em situação de rua

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.