O Encontro Regional dos Povos Indígenas em Resistência, realizado às margens do rio Bobonaza, na Amazônia equatoriana, e encerrado neste domingo (25), teve a participação do advogado Maurício Terena, representante do movimento indígena brasileiro.
A reunião teve como objetivo avaliar conquistas e propor ações entre os povos, baseadas na solidariedade, em um cenário de falta de cumprimento de decisões judiciais que reconhecem os direitos de diversos povos da América Latina.
“Esse encontro foi para discutir estratégias conjuntas dos povos indígenas latino-americanos, de como a gente vai se mobilizar e nos organizar frente ao não cumprimento dessas sentenças judiciais da Corte Interamericana“, explicou Terena ao Brasil de Fato.
Outro ponto em discussão foram as estratégias conjuntas para a defesa do meio ambiente. “[Discutimos] como que a gente vai fazer um processo de resistência e mobilização e defesa dos territórios indígenas da América Latina, considerando que a gente observa um movimento de cada vez mais ascensão do capitalismo exploratório, dos recursos minerais, dos recursos madeireiros de nossos territórios”, diz Terena.
O representante dos povos do Brasil traçou um paralelo entre as situações políticas de Brasil e Equador. “Recentemente, o presidente [do Equador] foi empossado e é um presidente que tem muita relação com o setor mineral e petroleiro. Eu trouxe uma visão muito do que está acontecendo com a flexibilização do licenciamento ambiental no Congresso Nacional, que a gente viu a votação no Senado, e também o presidente Lula e o governo do PT no Brasil tentando explorar a foz do rio Amazonas, tentando extrair petróleo, e isso vai afetar algumas comunidades indígenas”, conta.
O encontro foi organizado pelo Conselho de Governo do Povo Originário Kichwa de Sarayaku.