Maio é o mês internacional de conscientização sobre o melanoma, o tipo mais agressivo e perigoso de câncer de pele. Para ajudar na prevenção e no diagnóstico precoce da doença, o Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato conversou nesta terça-feira (27) com o dermatologista José Roberto Fraga Filho, diretor clínico do Instituto Fraga de Dermatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo ele, o melanoma pode ser fatal, mas tem grandes chances de cura se detectado no início. Para isso, é preciso estar atento aos sinais. Confira as orientações:
Como identificar o câncer de pele?
“Temos uma regra mundialmente conhecida: do A, B, C, D, E”, explica o dermatologista. Cada letra se refere a um ponto de atenção para a identificar da doença:
- A: de assimetria (a pinta tem um formato irregular)
- B: de bordas irregulares
- C: de cor (variações de cor em uma mesma pinta)
- D: de diâmetro (maior que 0,6 cm)
- E: de evolução (crescimento ou mudança da pinta com o tempo)
Além disso, Fraga Filho destaca que outro tipo de câncer de pele, o não melanoma, costuma aparecer como uma ferida persistente. “Normalmente, é aquela feridinha que sangra e não cicatriza. Você trata, trata, trata e não cicatriza. Essas lesões são comuns em áreas que tomaram muito sol ao longo da vida, como rosto, braços e ombros”, explica.
Melanoma x não melanoma: qual a diferença?
O melanoma é o tipo mais grave da doença. “O mais importante é que o melanoma mata”, afirma Fraga Filho. “Ele requer um tratamento muito mais avançado, com o uso de outros métodos, inclusive quimioterapia, para tentar conter esse tipo de câncer”, indica.
Já os tipos mais comuns, como o carcinoma basocelular e o espinocelular, são geralmente menos agressivos. “Se você pegar precocemente, raramente vai causar metástase. Você trata, opera e está curado o paciente”, garante.
Como se previnir da doença?
A recomendação principal do médico é usar protetor solar todos os dias, mesmo fora da praia ou piscina, cerca de uma hora antes da exposição ao sol. “O câncer de pele não aparece pelo sol que tomamos no fim de semana, aparece pelo sol que tomamos a vida inteira, é dose cumulativa”, alerta Fraga Filho. “Os raios ultravioletas agem no DNA da célula da pele e podem levar à formação de tumores”, esclarece.
Além do filtro solar, é importante evitar o sol entre 11h e 15h e usar barreiras físicas como bonés, guarda-sóis e roupas com proteção UV (para radiação ultravioleta). “A proteção solar tem que ser contínua, de domingo a domingo”, orienta o dermatologista. Ele também reforça que o hábito de se proteger deve começar na infância, ajudando a prevenir não só o câncer, mas o envelhecimento precoce da pele.
Há risco para pessoas negras?
Um dos mitos mais comuns sobre o tema é a ideia de que pessoas negras estariam livres do risco de câncer de pele. Mas o dermatologista reforça que “isso é um mito”. “A pessoa negra tem um discreto fator de proteção solar, mas isso não a impede de ter o câncer de pele. Então, ela também tem que usar o protetor solar”, destaca.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.