O presidente da argentina, Javier Milei, afirmou, nesta quarta-feira (11), que a embaixada do seu país será transferida de Tel Aviv para Jerusalém em 2026. A mudança contraria o consenso internacional a respeito do reconhecimento de Jerusalém como território israelense.
Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a guerra árabe-israelense de 1967 e anexou-a, ato que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional. Ainda hoje, essa é uma das questões mais delicadas do conflito entre israelenses e palestinos.
Por isso, a maioria dos países mantém embaixada em Tel Aviv, como forma de não interferir no resultado das negociações entre israelenses e palestinos. Somente Estados Unidos, Paraguai, Guatemala, Honduras, Kosovo e Papua-Nova Guiné possuem representação em Jerusalém.
A afirmação de Milei foi feita diante do Knesset, o parlamento israelense, durante a segunda visita do presidente argentino ao país.
Em 2017, o presidente estadunidense, Donald Trump, rompeu com décadas de consenso internacional ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, reacendendo o debate sobre o status da área e a presença de embaixadas estrangeiras.
No Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também seguiu a cartilha da extrema direita mundial e chegou a anunciar a mudança da embaixada em Israel para Jerusalém no final de 2018, ainda antes de tomar posse. Ele chegou a abrir um escritório comercial na cidade, mas não levou a cabo a intenção original.