Passados mais de 20 minutos após o final do ato em defesa da Palestina realizado neste domingo (15) em São Paulo (SP), os manifestantes revezavam cânticos em homenagem aos palestinos e se recusavam a deixar a Praça Charles Muller, no Pacaembu, na zona oeste da capital. O entusiasmo era por conta da dimensão que o ato ganhou na capital paulista. Para os organizadores, o maior na história em apoio ao país árabe.
“É o maior ato já feito no Brasil em apoio à Palestina nos últimos 50 anos. É um ato histórico, que reunimos 30 mil pessoas”, celebrou Soraya Misleh, jornalista palestino-brasileira e coordenadora da Frente Palestina de São Paulo, uma das organizadoras da manifestação, que atendeu ao Brasil de Fato após mais de quatro horas de manifestação.
Misleh, que completou 56 anos neste domingo, mais de 30 deles vividos na organização da resistência palestina em São Paulo, deu sua versão para o aumento exponencial no número de manifestantes pró-palestina nas ruas, um fenômeno que há muito tempo tomava apenas as redes sociais.
“Ficou muito escancarada a cara feia da ocupação e do apartheid com esse genocídio que está acontecendo em Gaza há 20 meses. As pessoas estão vendo em cores e ao vivo esse genocídio, exposto por heroicos jornalistas palestinos que estão morrendo lá. São mais de 220 assassinados. Chegou o momento de um limite”, ressaltou Misleh.
Durante o ato, a principal bandeira empunhada pelos manifestantes foi o pedido de rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com Israel. Os apelos ecoam com um discurso que tem ganhado corpo nas últimas semanas e que já chegaram ao Palácio do Planalto.
“Isso é o que podemos fazer aqui do Brasil, que é isolar Israel. É o que os palestinos estão pedindo e é o que a campanha internacional do BDS [Boicote, Desenvolvimento, Sanções] está pedindo, mirando no exemplo da campanha que combateu o Apartheid na África do Sul”, finalizou Soraya Misleh.