O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (19) que decidirá “nas próximas duas semanas” se vai se envolver diretamente no conflito entre Israel e Irã, iniciado na sexta-feira (13), a partir de um ataque do regime israelense ao território iraniano.
“Com base no fato de que há uma possibilidade substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão sobre ir ou não nas próximas duas semanas”, afirmou Trump em um comunicado lido por sua secretária de imprensa, Karoline Leavitt.
O conflito entrou no sétimo dia em tom de escalada. Nesta quinta-feira, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o líder supremo iraniano, Aiatolá Ali Khamenei, não pode continuar existindo e “precisa ser eliminado”. Segundo Katz, isso precisa ocorrer durante a atual campanha militar contra o país persa.
“Este homem [Khamenei] não deve permanecer vivo. Esta questão, a questão de deter este homem, eliminá-lo, faz parte da campanha”, disse Katz, nesta quinta-feira (19).
Por sua parte, em uma mensagem na televisão iraniana, Khamenei advertiu os Estados Unidos das consequências de participarem da guerra iniciada pelo regime sionista.
“O Irã não vai ignorar nenhum ataque a seu território, e suas Forças Armadas estão em alerta”, disse o aiatolá. “Advertimos aos Estados Unidos das consequências de participar de uma guerra, já que sofrerá graves danos se decidir fazê-lo. (…) Os estadunidenses devem saber que o povo iraniano não vai se render nem se submeter a ditames e ameaças. Os estadunidenses devem saber que qualquer intervenção militar terá consequências irreparáveis”, afirmou Khamenei.
A declaração do ministro ocorreu após mais uma ofensiva do Irã a Israel na manhã desta quinta-feira (19). O hospital de Soroka, em Beersheba, no sul do país, foi atingido. A agência de notícia estatal iraniana, Irna, informou que o alvo do ataque era um quartel do comando de inteligência do exército israelense localizado próximo ao hospital, e que o prédio teria sofrido o impacto da onda de choque produzida pela explosão.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou o hospital após o ataque e afirmou que o Irã “pagará o preço total” pelo ato. O jornal israelense Haaretz informou que 27 pessoas ficaram feridas.
Enquanto isso, segue o genocídio em Gaza
Segundo a rede de televisão estatal do Catar, Al Jazeera, pelo menos 84 pessoas foram mortas em ataques israelenses na Faixa de Gaza, enquanto buscavam comida, em meio à crise de fome. Entre os mortos, 59 estavam na Cidade de Gaza e no norte, e outros 16 aguardavam ajuda humanitária perto do Corredor Netzarim, que divide o norte e o sul de Gaza.
Nas últimas semanas, os ataques israelenses contra palestinos que tentavam receber ajuda alimentar aumentaram, matando dezenas de pessoas.

Nesta quarta-feira (18), o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários informou que a maternidade do Hospital Nasser, de Khan Younis, no sul de Gaza, teve que ser evacuada para receber as centenas de feridos pelos ataques das forças de ocupação às filas de famintos à espera de ajuda humanitária.
Em 13 de abril deste ano, a imprensa internacional reportou o ataque de Israel ao Hospital Batista Al-Ahli, o último hospital que ainda permanecia totalmente funcional na Cidade de Gaza. Segundo os informes locais, o ataque destruiu os departamentos de terapia intensiva e cirurgia do hospital.