Finalmente a justiça argentina decidiu facilitar (pouco) a vida de Cristina Kirchner, ex-presidenta do país que está em prisão domiciliar após ser condenada a seis anos por alegações de corrupção – mas agora pelo menos ela pode aparecer na sacada do seu próprio apartamento. A dúvida sobre se ela pdoeria utilizar (e se dirigir ao povo) a partir de sua varanda surgiu a partir das regras da prisão domiciliar, que impõem a ela a obrigação de “abster-se de adotar comportamentos que possam perturbar a tranquilidade do bairro”.
Mas a autorização foi cobinada nesta quinta-feira (19) pelo tribunal responsável pela execução da pena. A controvérsia começou na terça-feira (17), quando um tribunal concedeu a Kirchner a prisão domiciliar sem especificar se ela poderia continuar saudando seus apoiadores da varanda, como tem feito diariamente desde que a Justiça ratificou, na semana passada, sua condenação.
Desde então, centenas de apoiadores de Kirchner têm se reunido diante do edifício onde ela vive em Buenos Aires e passam longas horas em sinal de apoio à ex-presidenta , com a expectativa de vê-la aparecer na varanda do segundo andar. Nesta quarta-feira (18), dezenas de milhares de manifestantes se reuníram na Praça de Maio e marcharam até o apartamento de Kirchner para demonstrar seu apoio.
“Posso ou não posso sair na varanda da minha casa? Parece piada, mas não é”, escreveu Kirchner nas redes sociais na quarta, e pediu ao tribunal que esclarecesse “qual comportamento está proibido”.
O tribunal respondeu nesta quinta-feira que “não vetou” a Kirchner “o uso e gozo de nenhum espaço específico da arquitetura do imóvel em que reside”, segundo a decisão à qual a AFP teve acesso. A Procuradoria-Geral de Buenos Aires havia se posicionado contra a presença de Kirchner na varanda de seu apartamento, alegando que isso poderia gerar distúrbios na ordem pública e na segurança.
Enquanto isso, o juiz também solicitou que “se proceda à instalação de um dispositivo eletrônico de vigilância”, conforme outro documento judicial reproduzido pela imprensa local, após dias de críticas de apoiadores de Kirchner que consideraram a medida desnecessária.
O advogado de Kirchner, Carlos Beraldi, adiantou nesta quinta-feira, mais cedo, que irá recorrer da medida.
(Com informações da AFP)