O governo brasileiro lamentou a morte da brasileira Juliana Marins, acidentada no último sábado durante trilha no Monte Rinjani (3.726 metros de altura). A nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira (24) confirma o falecimento, comunicado pouco antes pela família.
“O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins, que havia caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do Mount Rinjani (3.726 metros de altura), vulcão localizado a cerca de 1.200 quilômetros de Jacarta, na ilha de Lombok. Ao final de quatro dias de trabalho, dificultado pelas condições meteorológicas, de solo e de visibilidade adversas na região, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia encontraram o corpo da turista brasileira.”
“A embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, para a tarefa de resgate e vinha acompanhando os trabalhos de busca desde a noite de sexta-feira, quando foi informada da queda no Mount Rinjani.”
“O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente.”
Sem água, comida ou agasalhos
A informação foi publicada nesta terça-feira (24) pela família da jovem no perfil do Instagram @resgatejulianamarins, no qual estavam sendo divulgadas informações oficiais sobre o resgate.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz o informe publicado pouco após às 11h desta terça-feira (24).
A brasileira despencou de um penhasco que circunda a trilha que leva ao topo do vulcão no sábado (21) e se encontrava a cerca de 650 metros abaixo do ponto de onde caiu. Desde então, ela ficou sem água, comida e agasalhos, e o resgate foi impossibilitado por motivos climáticos.
Juliana, de 26 anos, era natural de Niterói e, desde fevereiro, viajava pelo Sudeste Asiático. Segundo relatos de turistas que avistaram Juliana com o uso de drone, ela estava debilitada e não conseguia se mexer.
Tentativas de resgate frustradas
Desde sábado, algumas tentativas de resgatar Juliana Marins foram frustradas devido às condições climáticas do local, que variam de forma abrupta. Ainda na manhã desta terça-feira (24), a família confirmou a “impossibilidade de seguir com o helicóptero pela condição climática atual”. Na Indonésia, que está 10 horas à frente do Brasil, eram aproximadamente 15h.
“No momento, contamos com o forte apoio da embaixada que está no local e todas as informações trazidas aqui no @resgatejulianamarins são autorizadas por eles. Além disso, muitas autoridades estão presentes, reforçando a urgência e o compromisso no resgate.”
Nesta segunda-feira (23), o resgate também foi interrompido devido às condições climáticas, que variam abruptamente na região. “Às 16h do horário local [5h em Brasília], o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite”, informou a família.
“Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura”, chegou a denunciar a família nas redes sociais.
O Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia, chegou a fechar temporariamente a trilha para o topo do vulcão a fim de acelerar o resgate da brasileira. “A trilha de escalada de Pelawangan Sembalun até o Cume do Rinjani está temporariamente fechada, a partir de 24 de junho de 2025 [após três dias do acidente], por tempo indeterminado (até que o processo de evacuação seja oficialmente concluído)”, diz o comunicado publicado madrugada desta terça-feira, no horário do Brasil.
Informações falsas do governo indonésio
A família negou que a jovem teria recebido comida, água e agasalho, conforme havia sido divulgado por autoridades indonésias e pela Embaixada do Brasil em Jacarta. “Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana. A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade”, afirmou Mariana, irmã de Juliana, no perfil do Instagram.