O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou nesta quinta feira (26) que os decisão da Otan de aumentar os gastos com defesa não terá impacto significativo na segurança da Rússia.
“Quanto ao impacto dessa meta de 5% [do PIB para defesa] para a nossa segurança, não acredito que seja significativo”, disse o chanceler russo,
O ministro russo comentou os desdobramentos da cúpula da aliança militar ocidental, realizada na última quarta-feira (25), apó uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Laos, Thongsavan Phomvihane.
Sob forte pressão dos Estados Unidos, os 32 Estados-membros da aliança assinaram uma declaração conjunta na última quarta-feira (25) comprometendo-se a elevar seus gastos em Defesa para o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035. O patamar atual, de 2%, havia sido alcançado no ano passado por 22 países.
A meta estipulada será composta por 3,5% em gastos estritamente militares e outros 1,5% voltados a áreas como inovação, proteção de fronteiras e infraestrutura. O documento também prevê a inclusão das “contribuições diretas para a defesa da Ucrânia” nesse cálculo, além de uma revisão geral do mecanismo em 2029.
Lavrov aproveitou a oportunidade para justificar a guerra que Moscou iniciou na Ucrânia, argumentando que os objetivos russos em relação a Kiev não representam quaisquer ameaças para os países da Otan.
“Sabemos quais objetivos buscamos, não os escondemos, os declaramos abertamente, eles são absolutamente legais do ponto de vista de qualquer interpretação dos princípios da Carta da ONU e do direito internacional. E sabemos quais meios sempre usamos para garantir esses objetivos”, afirmou.
Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também buscou minimizar os anúncios da Otan, destacando que a posição do Ocidente em relação de classificar Moscou como uma ameaça é “imaginária”.
“A ameaça imaginária e efêmera da Rússia é uma técnica usada para extorquir dinheiro de seus contribuintes, os notórios 5% (do PIB para defesa)”, declarou.
Segundo o porta-voz de Putin, trata-se de uma técnica para “extorquir dinheiro e continuar a bombardear a Ucrânia”, frisou Peskov. “Não há fundamento para tais declarações”, completou.