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Início Socioambiental

DESCASO

Chuvas intensas elevam rios à cota máxima e obrigam famílias a buscar abrigos no Rio Grande do Sul

População gaúcha vive entre a memória de uma tragédia e o medo de uma nova inundação

30.jun.2025 às 16h22
Porto Alegre (RS)
Marcela Brandes
Chuvas intensas elevam rios à cota máxima e obrigam famílias a buscar abrigos no Rio Grande do Sul

Chuvas intensas, rios cheios, abrigos lotados. Um ano depois, o mesmo medo — e a pergunta: quem cuida de quem mais precisa? - Foto: Maurício Tonetto (Secom)

Um ano e dois meses depois da maior catástrofe climática da história recente do Rio Grande do Sul, a angústia volta a tomar conta da população. As chuvas intensas do fim de semana ultrapassaram 170 mm em alguns municípios, superando a média prevista para todo o mês de junho. Segundo a Defesa Civil, 32 municípios já registraram impactos diretos, incluindo alagamentos, deslizamentos de terra e a remoção de centenas de moradores para abrigos.

Um estado preparado para uma nova tragédia?

Há um mês, quando se completou um ano do desastre histórico de 2024, a Anistia Internacional divulgou um relatório contundente denunciando a omissão do governo estadual e o descaso com populações vulneráveis. Segundo o documento, as medidas de reconstrução têm sido lentas e insuficientes. “Muito pouco foi feito até agora”, afirma a organização, que aponta falhas na proteção das comunidades mais expostas.

O relatório critica a resposta limitada do governo, que tem se concentrado em “restaurar as condições anteriores” sem aumentar a resiliência das áreas afetadas. Embora tenha havido anúncios como a ampliação da rede de estações hidrometeorológicas e a realização de mapeamentos topográficos, o estudo aponta que “quase nada avançou” – exceto a instalação de um radar meteorológico em Porto Alegre, enquanto outros projetos seguem paralisados.

Os investimentos estaduais, que somam bilhões de reais em obras de dragagem, repasses à Defesa Civil e programas sociais e habitacionais, não incluem recursos específicos para as principais políticas de mitigação, prevenção e monitoramento climático, que continuam sem cronograma ou orçamento definido.

Para a Anistia Internacional, é essencial “consertar o que precisa ser consertado e garantir que isso não se repita”. Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Brasil, resume: “Não é possível fazer mais do mesmo. É preciso fazer diferente, porque a mudança climática veio para ficar”.

O relatório também evidencia que os impactos mais graves recaíram sobre populações historicamente vulnerabilizadas. Esses territórios, negligenciados pelo planejamento urbano, localizam-se próximos a rios e áreas de risco, com infraestrutura precária. Bairros como Humaitá e Rubem Berta (em Porto Alegre), Mathias Velho (Canoas) e Santos Dumont (São Leopoldo) concentram população negra e de baixa renda, que enfrentou danos desproporcionais nas enchentes e continua exposta.

Ao ignorar desigualdades sociais, raciais e de gênero, o poder público, segundo o documento, expõe esses grupos às consequências “mais danosas e destrutivas” antes e depois dos desastres climáticos. A crítica também se estende às prefeituras, acusadas de flexibilizar normas urbanísticas e de esvaziar instituições encarregadas de fiscalizar o uso adequado do solo.

Em Porto Alegre, por exemplo, projetos como a revitalização do Cais Mauá ignoraram restrições básicas de segurança, alerta Lucas Konzen, professor de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) citado no relatório. “Uma cidade que produz esse tipo de projeto perdeu totalmente a consciência em relação às normas básicas que deveriam guiar o seu processo de urbanização”, afirma o estudo.

Sem enfrentar essas causas estruturais e sem investimentos consistentes em prevenção, alerta a Anistia, o Rio Grande do Sul continuará vulnerável a tragédias climáticas cada vez mais frequentes.

Entre a memória da tragédia e o medo de novas cheias no RS. Famílias buscam abrigo enquanto rios voltam a subir – Foto: Defesa Civil – RS

Situação atualizada das chuvas e níveis dos rios

Em Porto Alegre, o lago Guaíba parou de subir após apresentar forte elevação na tarde e noite de domingo, causada pelo vento Sul que empurrou água do norte da lagoa dos Patos. Houve alagamentos em áreas como o município de Guaíba e o bairro Guarujá, na zona sul da Capital. Na manhã desta segunda-feira (30), o nível do Guaíba estava relativamente estável, medindo 2,73 m na régua do Cais Mauá e 2,76 m no Cais C6 (Rodoviária), abaixo da cota de transbordamento de 3,00 m. Apesar da chegada de vazões dos rios nas próximas 48 a 72 horas, não são esperados níveis criticamente elevados como os de 2024.

No Vale do Taquari, o nível do rio Taquari começou a baixar na parte alta da bacia, mas ainda subia lentamente na parte baixa nesta manhã. Em Estrela, marcava 22,34 m, mais de três metros acima da cota de inundação.

O rio Caí atingiu o pico de cheia em São Sebastião do Caí, com mais de 12 m (dois metros acima da cota de inundação), mas já iniciou recuo. No trecho entre Montenegro e Nova Santa Rita, o rio ainda apresentava elevação nesta segunda-feira.

Na Fronteira Oeste, o rio Uruguai subia rapidamente na divisa com a Argentina e já alcançava cotas de inundação. A previsão é de elevação expressiva ao longo da semana em cidades como São Borja, Itaqui e Uruguaiana.

No Vale do Paranhana, o rio Paranhana seguia elevado em Taquara, mais de 70 cm acima da cota de inundação nesta segunda-feira. Suas águas devem contribuir para a elevação do rio dos Sinos, que tende a subir durante a semana na Região Metropolitana de Porto Alegre, com risco de alagamentos em alguns pontos.

Alerta para viagens e estradas bloqueadas

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) recomendou que a população evite viagens durante o período de chuvas intensas, devido a bloqueios parciais ou totais em rodovias e ao risco de deslizamentos. Em várias regiões, há registros de interrupções que dificultam o transporte de pessoas e mercadorias.

A Defesa Civil estadual mantém monitoramento em tempo real dos principais rios e alerta para a possibilidade de novas elevações rápidas caso as chuvas continuem.

Frio intenso marca o início do inverno

Além das chuvas volumosas, o começo do inverno no Rio Grande do Sul tem sido marcado por episódios de frio extremo. Meteorologistas destacam que a combinação de massas de ar polar com sistemas de baixa pressão alimenta o cenário de instabilidade, favorecendo tanto o excesso de chuvas quanto quedas bruscas de temperatura.

O alerta é para o risco de novos eventos climáticos extremos ao longo da estação, o que reforça a necessidade de planos de contingência robustos e atenção especial a comunidades mais vulneráveis.

Editado por: Katia Marko
Tags: enchentes rsmudanças climáticasrio grande do sul
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