Com a chegada do inverno em diversas cidades do Brasil, é comum sentir mais cansaço, introspecção e até tristeza. Segundo a professora de Psicologia Isla Gonçalves, da UniCesumar, essa mudança de humor tem explicações hormonais, principalmente ligadas à menor exposição ao sol. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, a especialista destaca que, embora seja natural um sentimento de desânimo, é importante ficar atento aos sinais de alerta.
“A depressão sazonal chega devagar. Ela não chega: ‘acordei com depressão’, não. Ela vai aos pouquinhos, aos pouquinhos, em razão das atividades, das introspecções”, explica Gonçalves. Ela afirma que é fundamental diferenciar quando a tristeza exige apenas atenção e cuidado ou quando já é algo mais grave, que precisa de tratamento.
Alguns dos comportamentos que merecem atenção: não querer sair de casa, evitar o convívio social, deixar de cumprir tarefas cotidianas, perder o interesse por atividades que antes davam prazer e até alterações no apetite ou no sono. “Quando começa a ser prejudicial pra vida do cidadão, ele não quer ir trabalhar, não quer produzir, se isola, isso já é preocupante”, pontua.
A introspecção do inverno pode ser um convite ao autoconhecimento, mas também pode alimentar estados negativos. “Às vezes, vamos dando uma vazão para isso e não percebemos que está alimentando algo ruim”, destaca a professora. Ela orienta que é importante ficar atentos aos próprios sentimentos e comportamentos. E, se notar algo diferente, procurar ajuda, seja com profissionais ou com a rede de apoio mais próxima.
Como forma de prevenção, Gonçalves recomenda a prática de exercícios. “A atividade física aeróbica produz muita serotonina, hormônio contrário do cortisol. Isso ajuda a dar uma estabilizada, principalmente porque vem a quentura do corpo, o suor. Então é muito legal inserir uma atividade física no cotidiano nesse período”, diz.
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