O Hamas declarou nesta quarta-feira (2) que está aberto a um acordo de cessar-fogo com Israel, desde que isso leve à interrupção definitiva da guerra em Gaza.
“Estamos prontos e sérios para chegar a um acordo”, disse Taher al-Nunu, alto dirigente do grupo, à agência AP. “Pronto para aceitar qualquer iniciativa que leve claramente ao fim completo da guerra”, afirmou.
A declaração ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que Israel aceitou as condições de um cessar-fogo de 60 dias. A trégua em Gaza poderia ser firmada esta semana, apontou.
“Israel aceitou as condições necessárias para concordar com o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual trabalharemos com todas as partes para acabar com a guerra”, escreveu o presidente dos EUA, Donald Trump, na rede Truth Social nesta terça-feira (01/02).
“Espero, para o bem do Oriente Médio, que o Hamas aceite este acordo, porque não vai melhorar – SÓ VAI PIORAR”, ameaçou. Na publicação, Trump exaltou o papel de países do Golfo como facilitadores das negociações. “Os catarianos e egípcios, que trabalharam muito para ajudar a trazer a paz, entregarão esta proposta final”, escreveu.
Israel não se pronunciou
Trump disse que ele e representantes do seu governo participaram de uma “longa e produtiva” reunião com o lado israelense na terça-feira. O anúncio ocorre às vésperas da visita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu à Casa Branca, marcada para a próxima segunda-feira (7).
Apesar do anúncio, Israel não confirmou oficialmente os termos do cessar-fogo. Assim como em iniciativas anteriores, não está claro sob quais “condições” Israel teria, de fato, concordado.
Em sua postagem, Trump declarou que a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês) “desempenhará um papel fundamental na distribuição de ajuda”. Mais de 500 palestinos foram mortos nos últimos meses enquanto esperavam por ajuda humanitária nos centros organizados pela GHF.
As Nações Unidas e várias entidades de direitos humanos denunciaram a atuação da instituição apoiada por Israel e EUA, pedindo seu desmonte imediato.
30 mortos nesta manhã
Enquanto isso, as mortes continuam. Mais de 30 palestinos foram mortos desde o amanhecer desta quarta-feira, segundo fontes nos hospitais do território à Al Jazeera.
Seis pessoas foram mortas em um ataque de drone em tendas que abrigavam pessoas deslocadas em al-Mawasi, a oeste de Khan Younis, no sul de Gaza. Dez outros, a maioria crianças, ficaram feridos no ataque, dizem fontes médicas.
Outro ataque aéreo israelense a uma casa no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza, matou quatro palestinos, incluindo duas crianças, disse uma fonte do Hospital Árabe al-Ahli aos nossos colegas da Al Jazeera Arabic.
De acordo com a Cruz Vermelha, quase todos os hospitais públicos estão fechados ou destruídos após nove meses de ataques ininterruptos.