Transformar sons da biodiversidade brasileira em músicas (ouça aqui) é a proposta do Biosample, projeto criado a partir da colaboração entre artistas e cientistas ligados ao Museu Imaginário de História Natural. A iniciativa busca sensibilizar o público para a conservação ambiental ao traduzir os sons da natureza em composições musicais autorais.
“Além de trabalhar com as histórias e com as paisagens sonoras, eu gostaria de trazer a comunidade artística para trabalhar junto com a comunidade científica e produzir canções, sons novos”, explica Bruno Gari, diretor criativo do projeto. Segundo ele, o acervo utilizado soma mais de mil horas de gravações da fauna brasileira, com registros da Amazônia e da Mata Atlântica, e o objetivo é expandir para outros biomas.
O Biosample nasceu em 2023 como uma instalação sonora e hoje se desdobra em planos maiores. “Estamos com uma previsão de fazer um programa que coloca residência artística com gravação de disco, exposição, instalação sonora. Queremos ter uma estrutura para que os artistas e os cientistas tenham tempo para criar e investigar com calma”, conta Gari.
Para ele, a música é uma ferramenta de conscientização. “Partimos do princípio de que, para cuidar das coisas, precisamos conhecê-las. […] Há grandes acervos e bancos de dados em centros de pesquisa e universidades, mas isso não chega à sociedade. Então só o fato de levar para a sociedade pode gerar um letramento da história natural, biológica ou da ecologia, importante para aprofundarmos o debate sobre conservação”, avalia.
O projeto foi pré-selecionado para participar do MATE Festival, evento internacional que acontece de 23 a 26 de outubro, em Coimbra, Portugal, com foco em música, tecnologia e educação. A votação pública para escolher os projetos que seguirão na seleção está aberta até 10 de julho no site do festival.
Para ouvir e assistir
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