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Início Bem Viver Saúde

Venenos agrícolas

Agrotóxicos em lavouras de fumo causam intoxicação de trabalhadores e poluem rios no interior de SC

Pesquisa detecta pesticida em metade das amostras de água analisadas e sintomas de intoxicação em produtores rurais

04.jul.2025 às 02h00
São Paulo (SP)
Nara Lacerda
Trabalhador em produção de fumo no sul do Brasil: vômitos, depressão e suicídio

Estudo alerta para danos à saúde humana e ao meio ambiente - Vitor Shimomura

Uma pesquisa realizada no interior de Santa Catarina identificou contaminação por venenos agrícolas em duas em cada dez pessoas que trabalham nas lavouras de fumo. Além disso, detectou a presença de pesticida em metade das 36 amostras de água coletadas em rios e poços da região. O estudo foi conduzido em Chapadão do Lageado (SC) e ouviu mais de 100 trabalhadores e trabalhadoras da fumicultura.

O estudo apontou não só a presença de pesticidas usados na cultura do tabaco, como os sintomas de intoxicação entre os produtores rurais e a ocorrência da doença da folha verde (DFVT). “Dentre os 107 fumicultores entrevistados, 91,6% relataram sintomas relacionados à doença da folha verde do tabaco e 19,6% relataram sintomas decorrentes da manipulação de agrotóxicos”, alerta o levantamento.

Nas entrevistas foram comuns os relatos de sintomas como náuseas, vômitos, dores de cabeça, tontura, fraqueza e dor abdominal foram comumente descritos. Como tanto a exposição aos pesticidas quanto a DFVT causam esse tipo de manifestação, não foi possível determinar qual era a raiz exata dos problemas relatados.

A exposição aos dois compostos — os agrotóxicos e a folha do tabaco — são extremamente comuns nesse tipo de lavoura e um diagnóstico mais preciso depende de exames laboratoriais. Mais de 90% das pessoas entrevistadas conhecem a doença da folha verde, mas cerca de 60% não sabem diferenciar os sinais de intoxicação causados por ela e pelos venenos agrícolas.

Também foi possível identificar pelas entrevistas que quase 70% dos produtores e produtoras têm mais de dez anos de experiência no cultivo de tabaco, o que sinaliza um período longo de exposição à nicotina das folhas úmidas e aos agrotóxicos. As práticas de trabalho contribuem para o risco e até mesmo os Equipamento de Proteção Individual (EPI) podem ser uma fonte de contaminação.

Embora eles sejam considerados a melhor forma de proteção, o estudo ressalta limitações. Os EPI podem representar perigo, por exemplo, nos momentos em que são vestidos, despidos ou desinfetados. Essa constatação se soma à adesão insuficiente no uso dos equipamentos para manuseio de agrotóxicos, já que a prática só é consistente em 51,4% das pessoas ouvidas na pesquisa.

O cenário é ainda mais crítico quando se leva em consideração o fato de que a produção de tabaco, muitas vezes em monocultura, representa a principal fonte de renda para 85% das famílias. Em mais de 20% dos casos, a colheita envolve todos os membros do grupo familiar, que dedicam mais de 75% do tempo à atividade.

“A produção de tabaco é caracterizada por jornadas de trabalho árduas e condições insalubres, o que representa um risco para todos os membros da família, incluindo crianças menores de idade que participam das atividades”.

Contaminação dos recursos hídricos

Na análise da contaminação da água foram avaliados seis pontos dos três principais rios do município: Rio do Meio, Rio Figueiredo e Rio Lageado. As amostras foram retiradas de áreas de cultivo no sentido contrário ao fluxo do rio (montante) e que acompanham o fluxo da água (jusante), ou seja, foi possível avaliar tanto o que seguia para as nascentes quanto para as fozes.

Também houve coleta de material em seis poços, próximos aos pontos de coleta dos rios e utilizados para consumo humano. Os testes foram feitos para a presença dos 14 dos pesticidas mais citados pelos trabalhadores e trabalhadoras que passaram por entrevistas. Foi detectada presença de venenos agrícolas em 18 das 36 amostras.

Os resultados mostram princípios ativos como sulfentrazone, imidacloprid e thiamethoxam em concentrações acima do limite individual máximo de 100 nanogramas por litro, estabelecido pela União Europeia para água potável em quatro dos seis poços. Todos eles são usados para consumo humano.

Embora a legislação brasileira estabeleça padrões para a manipulação e aplicação de pesticidas, o estudo ressalta que “não há Valor Máximo Permitido (VMP) ou parâmetros de potabilidade da água estabelecidos para muitos ingredientes ativos comercializados, nem o enquadramento das classes de uso da água.”

Pelas conclusões da pesquisa, cerca de 40% das amostras de água de poço apresentaram resíduos de imidacloprida, sulfentrazona, tiametoxam e iprodiona. Nas amostras de água de rios, mais de 70% continham resíduos dos mesmos agrotóxicos, além de clomazone. Por serem muito solúveis em água, eles apresentam alto potencial poluidor.

“As águas superficiais da bacia do Rio Itajaí Açu são utilizadas para consumo humano, bem como para irrigação de culturas e piscicultura. É possível que essas substâncias tenham impactos na qualidade da biota local e na saúde humana, pois o destino dos pesticidas no ambiente é determinado por processos de retenção, transformação, transporte e interações entre esses processos”, diz a pesquisa.

O sulfentrazona foi o ingrediente ativo com maior ocorrência (50%), seguido pela imidacloprida (27,8%) em águas de rios e 2,8% em poços. O tiametoxam foi registrado em 22,2% dos pontos de amostragem, 19,4% em águas de rios e 2,8% em poços. O clomazone foi identificado em 8,3% das amostras de água de rio, e a poluição por iprodiona foi registrada em águas de poços e rios.

O estudo teve a participação de pesquisadoras da Universidade Regional de Blumenau (Furb), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas da Argentina (Conicet) e foi publicado na revista Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Editado por: Maria Teresa Cruz
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