A Rússia realizou um novo ataque massivo na Ucrânia, na madrugada desta sexta-feira (4), utilizando mais drones de ataque, mísseis balísticos e de cruzeiro. A capital Kiev foi o principal alvo da operação.
De acordo com a Força Aérea Ucraniana, foram utilizados no ataque 539 drones de ataque, seis mísseis balísticos Iskander-M, quatro mísseis de cruzeiro Iskander-K e um míssil aerobalístico Kinzhal. Nove mísseis e 63 drones atingiram seus alvos, enquanto destroços foram registrados em outros 33 locais. De acordo com o órgão, 478 alvos aéreos foram repelidos com sucesso ou tiveram sua localização perdida ou eliminada por mecanismos de defesa eletrônica.
De acordo com as equipes de resgate, uma pessoa morta foi escombros de um prédio atingido e pelo menos 26 pessoas ficaram feridas na capital da Ucrânia como resultado do ataque.
A capital ucraniana ficou envolta em chamas e fumaça causadas pelos incêndios nos locais atingidos. Este foi um dos maiores ataques russos à capital ucraniana desde o início da guerra.

O Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia informou que prédios residenciais, infraestrutura educacional, médica e de transporte, incluindo ferrovias, foram atingidos, o que restringiu parcialmente a circulação de trens de passageiros.
O Ministério da Defesa russo confirmou a realização de “um ataque massivo contra instalações ucranianas em Kiev à noite”, mas alegando que a ação militar teve como alvo instalações militares ucranianas.
De acordo com o comunicado ministério, as Forças Armadas russas lançaram um “ataque coletivo com armas aéreas, terrestres e marítimas de alta precisão” e drones de ataque contra instalações do complexo militar-industrial ucraniano na região de Kiev e Zaporozhye”.
Trump ‘decepcionado’ com Putin
O ataque russo a Kiev aconteceu horas depois da conversa telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Donald Trump, na última quinta-feira (3). Durante o diálogo, o líder russo reiterou que Moscou não desistirá dos objetivos que busca alcançar na guerra da Ucrânia.
Segundo o assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, durante a conversa, Trump “levantou a questão de encerrar as ações militares na Ucrânia o mais rápido possível”. Putin, por sua vez, afirmou a disposição de Moscou em continuar o processo de negociação com a Ucrânia, mas afirmou que “não recuará em seus objetivos de eliminar as causas do conflito”.
Já o presidente dos EUA, ao comentar os resultados da conversa com Putin, disse ter ficado “decepcionado” com o diálogo. O líder estadunidense voltou a chamar o conflito de “guerra de Biden”, enfatizando que ela não teria acontecido se ele fosse presidente na época.
“Fiquei muito decepcionado com a conversa que tive hoje com o presidente Putin, disse Trump, porque não acho que ele esteja comprometido em encerrar o conflito”, afirmou.
De acordo com as informações divulgadas, os presidentes não discutiram a interrupção do fornecimento de armas dos EUA à Ucrânia, nem o planejamento de uma nova data para a terceira rodada de negociações entre Moscou e Kiev.